Este blog não foi criado para quem já fechou as persianas de sua mente e cuidadosamente as fixou para que nenhum filete de luz de novas idéias penetre e perturbe sua sonolenta e estagnante zona de conforto. Este blog é para os poucos que querem entrar na terra firme da experiência direta por não verem outro caminho mais seguro a tomar.

22 julho 2011

Nós, os Kamikazes Sociais


Vivemos uma sociedade formada por subalternos Kamikazes anônimos. Assim fomos criados desde a infância através de um sistema de educação que, em nome da materialização das egocêntricas exigências do Global Império Capitalista, nos direciona para o desapercebido "suicídio do Ser". Todos fomos educados para a uma moral forçada de auto-imolação pessoal, através da exposição sistêmica de anos e anos de disciplina que leva a um modo de vida conformista,  ajustado a servidão moderna, que faz do homem um mero colecionador de objetos inanimados, um medíocre copista, um suicida de seu impessoal poder criativo, sempre voltado para si mesmo e, quando muito, para os do próprio teto. A inquestionada obediência e disciplina à engrenagem do sistema capital, impera acima da meditação quanto as reais necessidades humanas. A percepção do homem é tolhida através de pequenos agrados, bonificações, títulos e conquistas transitórias, cujo alto custo da manutenção delas resultantes, o mantém na acelerada rota suicida, a qual procura sempre justificar com ares de realização. Sem esta percepção, o homem torna-se apenas uma peça facilmente substituível desta engrenagem produtora de um modo de vida suicida a longo prazo. A justificação de tal modo de vida insano e suicida é sistematicamente alimentada através de ferramentas de guerra fria, em especial, o sistema de mídias "desinformativas" que hipnotizam seus espectadores com "hinos patrióticos diários" cuja pauta é o desespero, a violência, o pânico, a escassez e as estimativas com números que não condizem com a realidade. É através desses "hinos patrióticos" que somos formatados para a ideia de ajustamento e normalidade diante de tal modo insano de vida. É através deles que passamos a acreditar que a vida é uma guerra a ser travada e que cada um ao nosso lado, é um inimigo em potencial, com o qual fingimos nos relacionar, escondendo atrás de nossos sorrisos amarelos — ou brancos de laboratório —, nossas armas de destruição em massa de desconfiança e auto-interesse. E em nome da  inquestionada adequação aos interesses corporativos sociedade anônima, a cada dia nos tornamos fáceis vitimas-vitimizadoras da contagiosa e estressante fúria coletiva suicida.  

Nelson Jonas Ramos de Oliveira

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Escolho meus amigos pela pupila

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU! JUNTE-SE À NÓS!