Este blog não foi criado para quem já fechou as persianas de sua mente e cuidadosamente as fixou para que nenhum filete de luz de novas idéias penetre e perturbe sua sonolenta e estagnante zona de conforto. Este blog é para os poucos que querem entrar na terra firme da experiência direta por não verem outro caminho mais seguro a tomar.

13 maio 2011

Tempos de Crises

Sempre que há uma crise de identidade, quando as pessoas não sabem quem elas são, quando o passado perde sua força, quando as pessoas ficam desenraizadas do tradicional, quando o passado deixa de ser relevante, surge essa crise, uma grande crise de identidade; quem somos nós? Que devemos fazer?

Essa oportunidade também pode se transformar numa maldição, se você cair vítima de algum Adolf Hitler; mas essa maldição pode se tornar numa grande abertura para o desconhecido, se você tiver bastante sorte de estar próximo a um Buda. Se você tiver bastante sorte de estar apaixonado por um Buda, sua vida pode ser transformada.

As pessoas que ainda estão apegadas à tradição e que pensam que sabem o que é certo e o que é errado, nunca encontrarão um Buda. Continuarão a viver suas vidas, suas vidas rotineiras, uma vida triste, uma vida morta. Continuarão realizando suas tarefas como seus antepassados costumavam fazer. Por séculos, eles têm estado seguindo uma trilha e prosseguirão seguindo essa velha trilha.

É claro, quando você segue uma velha trilha, você se sente seguro; tantas pessoas já caminharam por ela. Mas quando você vem para um Buda e você começa a se mover no desconhecido, não há nenhuma avenida, nenhuma vereda antiga. Você terá que fazer seu próprio caminho andando; a estrada não será encontrada pronta.

Posso lhes dar encorajamento para que vocês se movam por si próprios. Posso disparar um processo de investigação em vocês; mas não lhes darei um sistema de pensamento, não lhes darei qualquer certeza. Darei somente uma peregrinação... Uma peregrinação que é perigosa, uma peregrinação que tem milhões e milhões de armadilhas, uma peregrinação na qual vocês terão que enfrentar cada vez mais e mais perigos a cada dia, uma peregrinação que levará vocês para o topo da consciência humana, para o quarto estado. Mas quanto mais alto vocês forem, maior será o risco de cair.

Só posso lhes prometer uma grande aventura, arriscada, perigosa, sem nenhuma promessa de que vocês alcançarão; porque o desconhecido não pode ser garantido.

Vocês estão entrando num belo espaço. Se o bem e o mal deixaram de existir, tanto melhor! Agora penetrem em outra dimensão, não feita pelo homem, onde as distinções não são relevantes, onde nada é bom e nada é ruim, onde o que quer que seja é, e o que não é, não é. Não há nenhuma questão de bom e ruim; ou uma coisa é ou não é. O bom e o ruim não são nada senão alternativas a serem escolhidas: ou escolha isso ou escolha aquilo. Isso lhe mantém na divisão do ou isso ou aquilo.

No momento em que você começar a ver a enganação do bom e do mal, quando você começar a ver que estas são coisas manufaturadas socialmente... É claro que eles são utilitários, e não estou dizendo para ir ao mercado e se comportar como se não houvesse nada de bom e nada de errado. Não estou dizendo para caminhar pelo meio da estrada, nem dizendo o que importa se a pessoa caminha pela direita ou pela esquerda.

Quando você estiver com as pessoas, lembre-se de que para eles, o bem e o mal ainda existem. Seja respeitoso para com eles e seus sonhos. Não é para você perturbar o sonho de ninguém. Quem é você? Não é para você interferir. Seja gentil com as pessoas e com a estupidez delas, seja gentil para com eles e os jogos deles. Mas por todo o tempo se lembre, bem no fundo nada é bom, nada é ruim.

A existência está simplesmente lá; não há nada para escolher. E lembre-se, quando não há nada a escolher, você se tornará indiviso. Quando existe algo para escolher, isso também lhe divide. A divisão é uma espada de dois gumes: ela divide a realidade exterior, ela lhe divide interiormente. Se você escolher, você escolhe a divisão, você escolhe ser partido, você escolhe a esquizofrenia. Se você não escolher, se você souber que não há nada bom, nada ruim, você escolhe a sanidade.

Não escolher coisa alguma é escolher sanidade, não escolher é ser são, porque agora não há nenhuma divisão externa, como você pode ficar dividido interiormente? O interior e o exterior estão juntos. Você se torna indivisível, você se torna um indivíduo. Esse é o processo de individualizaçã o. Nada é bom, nada é ruim. Quando isso chega em sua consciência, subitamente você está inteiro, todos os fragmentos desaparecem numa unidade. Você está cristalizado, você está centrado.

Vir a saber que nada é bom, nada é ruim, é o momento decisivo; é uma conversão. Você começa a olhar para dentro; a realidade externa perde o sentido. A realidade social é uma ficção, um belo drama; você pode participar dele, mas então, não o leve a sério. É apenas um papel a ser desempenhado, faça-o tão belamente, tão eficientemente quanto possível. Mas não o tome como algo sério, não há nada do supremo nele.

O supremo é o interior; a alma não dividida sabe disso. E, chegar até essa alma, esse é o ponto crítico.

Autor: Osho,The Book of Wisdom

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Escolho meus amigos pela pupila

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU! JUNTE-SE À NÓS!