Este blog não foi criado para quem já fechou as persianas de sua mente e cuidadosamente as fixou para que nenhum filete de luz de novas idéias penetre e perturbe sua sonolenta e estagnante zona de conforto. Este blog é para os poucos que querem entrar na terra firme da experiência direta por não verem outro caminho mais seguro a tomar.

08 março 2011

A anônima peça chamada Vida

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A vida é uma grande e mascarada peça teatral que não permite ensaios; sem cursos, ela segue seu curso. Não há como saber de antemão os acontecimentos do ato seguinte, uma vez que na mesma, não há script. Quando menos se espera, as pesadas cortinas se fecham e, para a grande maioria, sem aplausos. Grande parte, por medo, prefere dar aos outros o papel principal que lhes é de direito; se conformam em ser apenas tensos expectadores, sempre com medo de uma possível interação repentina. Outros, por demais petulantes, para esconderem seus medos, tornam-se críticos maliciosos. A coragem é só para os que possuem alma de artista, de poeta; para estes, não há como fugir do palco, pois a voz da consciência, destes diretor único, incessantemente grita exigindo desempenho efetivo. Para a covarde massa da platéia, essa voz é profundamente exaustiva. Ao artista e ao poeta o aplauso e o reconhecimento, quase sempre ocorrem muitos anos após o apagar das luzes e o fechamento de suas cortinas, sendo que esse reconhecimento só se dá por meio de outros artistas e poetas; nunca se encontra na mediocridade pública. Esta última, sempre ocupada com o colecionar de fugazes sucessos, não tem os sentidos despertos pelas perguntas feitas por artistas e poetas:

Quem escreve seu roteiro?

Que voz lhe dirige? 

Para onde apontam suas luzes?

Seu script é digno da atenção das gerações futuras?

Ser ou parecer? Eis a questão!

Nelson Jonas

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Escolho meus amigos pela pupila

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU! JUNTE-SE À NÓS!