É o ego tem medo de morrer, por isso inventa mil ilusões, ele põe medo, cria fantasmas , porque na verdade sabe que ele morrerá sem a identificação por parte da pessoa. Ele cria toda forma de medo, de projeção, de imagens caóticas para que a pessoa saia correndo e abandone a observação do que se passa em sua mente QUE É ONDE ELE VIVE. O lance é estar consciente disso e se manter firme no lugar, sem nada falar, sem qualquer tipo de fuga ou reação, só observando os movimentos que tendem a acelerar. Ver isso é bárbaro... Quanto mais se observa, mais ele se agita, mais tenta fazer com que a pessoa se identifique com suas sugestões, mais ele tentar criar o conflito, o caos, a fuga, a busca em algum lugar externo, qualquer coisa que tire a atenção do que no AGORA acontece na mente. Se a pessoa for séria, se continuar a olhar MOMENTO A MOMENTO tudo o que passa na mente, se conseguir ser persistente na observação, não negando ou justificando nada, não proferindo palavra alguma, só olhando o conteúdo que prolifera na mente, vai começar a perceber que ela não é a sua mente e que não precisa reagir a ela; que a pessoa é um estado de ser totalmente separado da mente e que durante anos esse estado de ser foi confundido como sendo a mente, o pensador, o pensante... Quanto mais se observa a mente, mais ela criará filminhos caóticos, carregados de medos... Esse é o seu mecanismo de defesa, uma vez que a mente não quer que a pessoa veja, ela quer que a pessoa abandone a observação e corra para algo externo, algo que anestesie a observação. É preciso cuidado para não se afastar da observação primordial que é o conteúdo momento a momento que se apresenta na mente.
A tendência é isto ficar cada vez mais claro: não há onde ir, a não ser para a observação da mente, ir observando até que o observador vá se afastando cada vez mais da identificação com o observado. A seu devido tempo, por falta de identificação - que é o alimento da mente - ela morrerá de INANIÇÃO. Se não existir a identificação, a qual cria a REAÇÃO, não haverá realidade para a mente. Mas é preciso estar consciente dos ataques cada vez mais ferozes da mente; ela vai jogar cada vez mais sujo, vai colocar cada vez mais força, vai tentar iludir. Isso precisa estar muito claro dentro da pessoa. A mente tentará usar de todos os mecanismos para que a pessoa se identifique com ela, ela vai fazer uso da razão apoiada na visão social/parental, ela vai estimular seus apegos, vai polir as grades de sua prisão, vai gerar pânico, mas, se a pessoa estiver atenta, VAI PERCEBER QUE NÃO É A MENTE e que tudo que ela fala É MENTIRA, ou seja fruto da IRA DA MENTE que não quer perder o domínio sobre a pessoa. É a mente em estado de ira por estar perdendo espaço e se formos sérios, firmes, fortes, perseverantes nesse processo de observação, chegaremos na experiência do AMOR QUE ABARCA a TUDO E TODOS E QUE É TOTAL SILÊNCIO DE MENTE, UM ESTADO SUPREMO, onde não mais existe conflito, uma vez que não existe mais a identificação com o falso, que é todo o produto da mente.
Em outros períodos de minha vida estaria em profunda depressão, correndo atrás de todo mundo; estou conseguindo ver como eu caia em depressão... Eu caia por que entrava na identificação com a espiral de conflito criado pela mente em cima de uma determinada situação. Eu tentava mudar a situação AO INVÉS DE OBSERVAR A MENTE. ISSO É PROFUNDAMENTE LIBERTADOR! É fantástico perceber de forma holística a realidade de que PASSADO e FUTURO só existem na mente; essa é a principal ferramenta que a mente usa para criar caos na identificação. Ela traz a lembrança de um momento de dor ou prazer e projeta a repetição ou a falta de. Se não há observação, ocorre uma onda de medo, que rouba energia, que nos deixa letárgicos, identificados, nos mantendo DENTRO DA MENTE, distanciados da realidade. É sensacional PODER VER a sucessiva ocorrência dos filminhos de terror na tela da mente SEM SE IDENTIFICAR COM ELES. Eu não os via E POR ISSO CAIA EM DEPRESSÃO. O filminho de terror passava de forma acelerada e eu achava que era o próprio filme; VIA O FILME COMO UMA REALIDADE. É lógico que só podia criar vida ao que se passava em minha mente, isso é a recaída, a mente cria o filme e você está identificado como sendo parte do filme, o filme gera emoção e você segue atrás da consumação da emoção, ou consumação ou fuga, tudo porque não havia o observador, que é um estágio mais avançado, porém não último. Sinto-me próximo a uma explosão; a mente quer criar uma explosão depressiva, um surto, mas sinto que há uma explosão de amor que pode contagiar tudo, uma explosão de um estado de ser em comunhão total.