Este blog não foi criado para quem já fechou as persianas de sua mente e cuidadosamente as fixou para que nenhum filete de luz de novas idéias penetre e perturbe sua sonolenta e estagnante zona de conforto. Este blog é para os poucos que querem entrar na terra firme da experiência direta por não verem outro caminho mais seguro a tomar.

19 setembro 2010

Paz ou Pizza?

Todos esses seres e os papéis que eles estão desempenhando, em cada momento, estão acontecendo pela vontade Divina. Você vai para qualquer cidade, qualquer vila, qualquer lugar… é preciso alguns papéis para manter uma vila existindo – como uma padaria, um sapateiro, um alfaiate, um padre, membros da família. E quem é que provoca essas ações? São apenas papéis que aparecem.

Você nesse corpo sente uma urgência, uma atração de se mover em uma direção. Você tem o sentimento de que você tomou essa decisão, mas o anseio veio antes. Apenas quando ele veio para o campo da consciência, então algo diz “eu acho que vou fazer isso”. Antes de um pensamento ocorrer para você, você estava consciente dele? Você solicitou que certo pensamento viesse? Como um item “para levar”?

Além disso, os pensamentos são aleatórios. Você está meditando… “Paz…” E então vem “pizza”! [risos] E depois disso, “ah, sim, eu tenho que enviar um email…” Eles são aleatórios. Mas assim que eles surgem, alguns pensamentos da mesma frequência se juntam e o processo de pensar começa. Na verdade é totalmente automático, mas por causa da identidade de que “isso sou eu”, alguns tipos de pensamentos se tornam sazonais – eles vão continuar voltando – porque eles ganham serviço de cinco estrelas. [risos]

Esses são os pensamentos favoritos – e eu não digo “favoritos” porque você gosta deles, eles podem ser favoritos porque você os odeia. Mas eles têm alguma afinidade com a maneira que você atualmente pensa sobre você mesmo. E então um tipo de construção de identidade surge. Mas isso não é algo fixo, é como um auto-retrato constantemente em mutação. Porque ele surge no campo da mudança. E de alguma forma, aquilo que nós gostamos na esfera da mudança nós gostaríamos de tornar fixo – o que é impossível.

A natureza do Ser é alegria e paz. Mas quando o ser se esquece de si mesmo, então ele busca paz e alegria fora. Tenta obter isso dos relacionamentos, das atividades, dos pensamentos. Mas esse tipo de alegria não pode durar.

Então primeiro, encontre a si mesmo. Chegue ao completo reconhecimento, à clareza irrefutável, e então você pode desfrutar dessa atividade. Então o amor estará fluindo a partir de você. E quando você vê outros seres, você não se importará nas diferenças das estórias, você vai olhar diretamente para seus seres, e saber que vocês são Um. Isso não é apenas comunicação, mas comunhão.

Mooji
[Trecho retirado do Satsang Simplesmente Feliz, ocorrido em São Paulo no dia 11/10/2009 (sessão 2)]

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Escolho meus amigos pela pupila

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU! JUNTE-SE À NÓS!