I.G.: E ai truta? Está ocupado? Na boa e ai? Só agora que vi sua mensagem aqui!
Out: Na boa! Sossegado!
I.G.: Só tocando a vida, não é? (risos)
Out: De olho na insatisfação com a superficialidade reinante; de olho na dificuldade de conseguir arrumar um modo de conseguir manter meu sustento simplificado, sem que tenha que me entregar aos moldes do sistema.
I.G.: Humm. É, hoje está difícil, não é?
Out: Nem me fale!
I.G.: Mas já faz tempo que você descola umas fichas no underground, não é mesmo?
Out: Sim, anos, algumas décadas...
I.G.: É sempre assim, meio foda?
Out: Mas está ficando cada vez mais difícil; o sistema está complicando cada vez mais; está amarrando tudo cada vez mais... Estão monitorando tudo, criando cada vez mais, métodos de imposição. Sabe o que tenho percebido? Como não temos nada de realmente original; como não temos nada realmente genuíno; como somos mera repetição levemente modificada (e disso a sociedade há muito está cheia)... Só nos sobram quirelas, migalhas... Quirelas e migalhas que se não aceitamos, atrás de nós, na fila, existem mil que estão dispostos a se sujeitar.
I.G.: É foda! É a real mesmo... Impressionante, não é? Sabe o que vejo...
Out: E como ninguém está afim de conteúdo real, só querem o falso (que inconscientemente acreditam ser real), nós que fomos agraciados — ou amaldiçoados — com a percepção do falso, temos que pagar um preço quase que desumano para conseguir um modo de viver que posso ser tido como humanamente correto.
I.G.: É isso ai!
Out: Como disse outro dia um confrade lá nas nossa reunião pelo paltalk, “todos estão mais afins de colecionar mentiras sinceras"...
I.G.: É mais agradável, bem mais fácil, não é?
Out: Ninguém está afim de algo mais claro, nítido e verdadeiro; a cópia basta! Só a modifique um pouquinho para não dar muita bandeira e está tudo certo! Foi por caixa! É só alegria!...
I.G.: Basta e as satisfaz, não é?
Out: Não precisa ser original, porque o original, sai bem mais caro! Imita ai! Copia ai! Finge que aceita isso na boa! Afinal, todo mundo tá fazendo isso!... Vai lá! Você consegue! É difícil só no começo... Se corromper é que nem dor de dente: só doi quando está nascendo... Só que ninguém lhe conta sobre a dor causada quando o dente inflama! Ninguém lhe conta o quanto é caro o custo do tratamento dentário! E ai, eu fico aqui vendo tudo isso... E percebendo a falta de eco para essa realidade coletivamente despercebida (ou disfarçada de que não é percebida).
I.G.: "Nossa, estudei e venci, agora sou um advogado, realizado!" Vejo o quanto que as pessoas se esforçam, o quanto que se dedicam para serem os melhores escravos... (risos) E a indignação que surge através destas percepções?
Out: Veja: essa faze, creio que já passei; ela me parece ser natural à todos! Depois, bate a consciência de que essa consciência veio para mim e não para os demais; então, nessa percepção, dá-se um relaxar, entende?
I.G.: Entendi!
Out: E, nesse relaxar, a energia que era gasta com a indignação é revertida para o processo de “autolibertação” desse modo de vida enclausurante, psicologicamente condicionado.
I.G.: Entendi... Entendi... Você reverte o processo...
Out: A coisa vai ficando cada vez mais leve, pois vai se instalando uma autonomia psicológica.
I.G.: Entendi... Muito “massa” ter colocado isso! Já tinha tido essa percepção algumas vezes, de que quando me sinto indignado, logo depois, por vezes, acabo me sentindo grato pela possibilidade de poder ver...
Out: Mas na realidade, houve momentos aqui em que o freguês achava simplesmente insuportável ter essas percepções de mundo, essas percepções do sonambúlico modo operantis coletivo (no qual, até então, encontrava-se também inserido).
I.G.: Sei muito bem como é isso!
Out: Nessa época, como a percepção ainda estava muito fresca, não havia o mínimo de inteligência para pronunciar, para compartilhar aquilo que via e, como um guerrilheiro juvenil, disparava minha “metralhadora cheias de mágoas” nos ouvidos dos mais incautos.
I.G.: (risos) Expressar, escrever, sintetizar as percepções ajuda, não é mesmo? Mas nem sempre consigo.
Out: Sim! Mas a seriedade, traz consigo as chaves para a maturação; traz a percepção do estrago que se causa quando temos pressa em nos expressarmos; dos conflitos que geramos ao tentar impor, feito um ditador, os nossos limitados pontos de vista sobre a verdade. A percepção dessa imatura necessidade de se pronunciar — que é uma das características do ego, da persona —, acaba nos jogando no silêncio, nos joga num salutar estado solidão psíquica.
I.G.: É, sei muito bem como é isso; tenho passado por isso. Não dá mais para falar sobre a normose com quem está enredado pela normose.
Out: Isso nos joga para a continuidade da única coisa que realmente é necessária: a prática do autoconhecimento e da transformação da sociedade QUE SOMOS NÓS e não eles! Penso que estamos semi-despertos, mas não acordados! Quem sabe, ao acordar, tenhamos a noção da necessária inteligência amorosa para expressar aquilo que vivenciamos como verdade. Até lá, sinto ser necessário muita paciência, muita energia e, principalmente, seriedade; ou seja, praticar esta observação passiva em série, momento a momento.
I.G.: Entendi; essa é parece ser a chave... Cara, sabe o que vejo? É que esse conhecimento, essas percepções, estão muito, mas muito na frente da consciência da humanidade. Penso que, no mínimo, estamos gravando nossas percepções na base de dados do coletivo humano...
Out: A humanidade é constantemente sabotada, suas percepções de mundo são controladas por um sistema corrupto, elas são constantemente dispersadas, embaralhadas como cartas marcadas.
I.G.: Tudo isso é tão sério que a massa se recusa a acreditar...
Out: A atenção, o foco e a energia da humanidade é sabotada, controlada, direcionada de um modo que não sobra tempo ocioso, para que não ocorra a percepção e assim, não possam perceber o que eles tem entre a mente e o coração... O sistema não deixa!
I.G.: É isso mesmo!
Out: O sistema do pensamento psicológico condicionado coletivo coloca as pessoas numa série de "entretenimentos" que impedem a descoberta e a percepção do que eles realmente "tem entre a mente e coração". Portanto, eles não se encontram "aptos" para se “antenarem”.
I.G.: Somos uma ameaça para eles, não é cara? Cada um de nós pode representar a queda deles... Fudeu, não é? E para se tornarem aptos? E para enfrentar o tédio, a solidão psicológica?
Out: Não estão aptos para perceberem que suas zonas de conforto, na realidade, são apenas decoradas prisões a serem pagas em longas prestações...
I.G.: E nem querem perceber, não é mesmo? Eles estão "felizes", vencendo... Ai a felicidade passa, então vão e pensar vencer de novo... Vencem 10x por dia!
Out: Você não pode querer algo que desconhece existir, eles não sabem disso!
I.G.: É, não é?
Out: Você não pode querer aprender uma língua sem sentir que isso lhe é essencial. Isso não podo ocorrer através de imposição; seria outra forma de condicionamento.
I.G.: E esses caras... Os grandes... Os superinteligentes que trabalham para os governos... Será que ninguém ali, tem bom coração? Poxa vida! Esses caras que controlam as massas são tão ruins assim mesmo, tão egoístas?
Out: Eles também não tem consciência! Pensam que estão livres!
I.G.: Será que lá dentro não tem ninguém... Um único maluco, pra abrir os olhos desses caras?
Out: Mas como podem estar livres se os seus medos lhes forçam a controlar o tempo todo a massa? Trata-se apenas de escalas de medos e condicionamentos...
I.G.: Estão fudendo a própria espécie...
Out: Lá também deve ter uns caras tentando falar o que ninguém quer ouvir; não se pode dançar quando um não quer.
I.G.: É mesmo! Estamos fudidos, cara? Por um bom tempo... Fudidos!...
Out: Então, tanto o controlador como o controlado são responsáveis pelo que se propaga no mundo; o lance é fazermos a nossa parte, não com eles, mas conosco mesmo.
I.G.: É aquela fita, não é: todo humano possui um político interno...(risos)
Out: O lance é não se desfocar com a situação deles, mas sim, perceber a trave que nos impede a visão...
I.G.: Não perder nosso centro por causa deles, não é?
Out: O lance é perceber nossas próprias pedras de tropeço... O pensamento é matreiro! Ele nos desfoca através da defesa das chamadas "causas nobres"... Ele é partidário e adora se alimentar de alguma espécie de militância (a qual é sempre separatista). O pensamento sabe que nos enreda facilmente através dessa postura de eleger inimigos externos, como aquilo que é agora é moda lançar filminhos no Youtube para depois “viralisar” no Facebook: falar sobre os tais "illuminatis"... Essas baboseiras todas!... O verdadeiro illumintis está dentro de nós e é só ele que tem o poder de nos impedir de saber o que é a verdadeira liberdade do espírito humano.
I.G.: Sim! Quero conhecer vocês ai, pessoalmente... Quando podemos marcar um café por ai?
Out: Quando você quiser!
I.G.: É, estou de boa aqui, sem trabalhar... Vou pensar...
Out: É só ligar!
I.G.: Vamos deixar no ar, mas quero colar ai no máximo até semana que vem. Tenho uma amiga ai; vou armar de dormir por lá...
Out: Fica sossegado! É só combinar! Melhor num sábado, assim posso chamar os confrades aqui: Tem o Nesthor, o Marcão e o Magrosergio.
I.G.: Legal! Seria bom trocar ideias ao vivo...
Out: Seria legal a gente marcar num sábado, almoçarmos juntos e depois uma boa prosa com café aqui em casa... Ligaríamos o Paltalk e faríamos ao vivo, assim os demais confrades poderiam participar.
I.G.: Entendi, legal! Eu topo!... Esse sábado, será?
Out: Por mim, na boa!
I.G.: Vou conversar com minha amiga; ver se dá para ficar por lá.
Out: É só você se agendar e me avisar para que eu marque com os confrades aqui.
I.G.: Vou falar com ela e te aviso o quanto antes.
Out: Beleza!
I.G.: E esse Facebook, cara?....
Out: Nem me fale!
I.G.: Percebo quanto psico-massete eles estão usando para nos prender por lá...
Out: Estou com síndrome de abstinência! (risos)
I.G.: Sei como é... Nem estou entrando lá também...
Out: A mente tenta justificar falando assim: “é melhor um monte de merda do que merda nenhuma”...
I.G.: É osso! Mas está sendo bom como ferramenta de luz própria! Aquilo é muita influência cara... É outra televisão!
Out: Mas veja só como é muito mais salutar colocar energia numa conversa como esta!
I.G.: É a massa que compartilha as mensagens, logo a massa, é tão burra quanto a Rede Globo.
Out: Sim! O facebook é uma televisão com propaganda full-time, nem precisa de um determinado tempo para seus comerciais.
I.G.: Isso mesmo!
Out: Com ofertas de produto full-time e, o pior: as ofertas lhe perseguem pelo IP do seu computador... Já percebeu isso?
I.G.: Sim! Pelos seus interesses; pelo seu nível mental...(risos)
Out: Outro dia, pelo facebook, entrei num site para ver botas (sou amarradão em botas!)
I.G.: A loja era do lado da sua casa? (risos)
Out: Cara, agora, na maioria dos sites que entro, o raio do anuncio de botas me persegue!
I.G.: (risos)
Out: E começou tudo lá no “Facebosta”... Não entendo como conseguem! É outra rede! já limpei até os temporários, mas não adianta: os anúncios permanecem!... Continua a merda do anúncio me atentando para comprar em “zentas vezes sem juros” (que na realidade, já estão embutidos — eles pensam que todos são trouxas). E o pior de tudo e que aquela praga de anúncio é a única coisa que fica "piscando" na tela... É um tipo de hipnose!... Aquilo que você — como por exemplo os links para os textos do Krishnamurti — não piscam!
I.G.: (risos) É como uma máfia... É mesmo! Você fica conectado no Google? É isso ai: os marketeiros estão cada vez mais foda!
Out: É só anúncios! Você agora é o outdoor e, o pior de tudo, de forma gratuita! E QUASE NINGUÉM PERCEBE ISSO! É uma auto-hipnose diária!
I.G.: Cara, e a fria em que eu me meti? Fui me relacionar com uma mulher; massagista, terapeuta holística... Mudando de assunto, olha que fria!
Out: Diz ai!
I.G.: Massagista, cara? Burro! Reiki... Cromoterapia... Sabe o que eu acho disso tudo? Só engana trouxa! E ainda estou com a garota... Existem dois “eus”... Um superficial e um profundo... É a maior brisa... E por dentro, sabemos que é tudo balela... É igual pastor! Meu ego adora ser iludido..
Out: Cara, nem me fale! Sei bem como é isso! Já disse que tive um espaço holístico, lembra?
I.G.: Sim!
Out: Para mim, isso é a maior papagaiada. Mas vai falar isso pra quem acredita! Arrumou um inimigo no ato; a paz do Reike vai pro saco!
I.G.: O ego se fode e tenta me foder! (risos) É uma loucura, cara!... Como fui me enfiar nessa?...
A fita é que ela toma várias percepções “Krishnamurtianas” na lata! Coitada da guria! Tenho que me policiar para não desiludir a "profissão" dela... (risos)
Out: Reike, cromoterapia e tem também aquele lance com pêndulos... Como que é mesmo o nome?...Radiestesia!
I.G.: Sim, isso mesmo! Tem também a “crystaloterapia”... (risos)
Out: Já sei: então eu sofro de ansiedade porque estou sentado sobre um local que tem energias baixas... Então é só eu sentar do outro lado da sala, comprar outro sofá de determinada cor e coloca uma fonte d’água borbulhante ali no canto e está tudo certo!...
I.G.: (risos) É de foder não é cara?
Out: Então é só eu comprar uns quinze pêndulos de cristal (falso, é claro!) e pendura-los pela casa que a ansiedade e o medo vão embora... Simples assim não é?... O que é isso? Que papel é esse? Ah! A conta, é claro!
I.G.: Tem sido um teste, uma experiência interessante para mim...
Out: Antigamente era a figa, o pé de coelho, o vaso de arruda e ferradura enferrujada atrás da porta... Agora são os pêndulos de falso cristal, o olho egípcio, os espelhinho sextavados...
I.G.: É isso mesmo! (risos) Luz... E a cromoterapia nos chacras!
Out: Tudo coisa do velho novo pensamento condicionante!
I.G.: Caio de rir por dentro cara!
Out: Pois é! E, o pior, todo mundo paga! São os despachos da nova era!
I.G.: Cara: botar luzinha na testa, no peito... Porra mano!... E todo mundo sabe que é mentira! Até ela que é a terapeuta, no fundo sabe!
Out: Mas todos compram a luz, os livros, o abajur de suporte para as luzes...
I.G.: Ela sabe que está enganando a galera...
Out: Mentiras sinceras interessam...
I.G.: Não sei como fui me enrolar nessa... Fico 100% bipolar quando estou com ela... (risos)
Out: Não fica não porque você está vendo!
I.G.: Fico conversando comigo mesmo, rindo, mas o foda é que as risadas saem para fora... (risos)
Out: Sei bem como é que é! Não dá para esconder a percepção do falso!
I.G.: A loucura! Como a agente mesmo faz escolhas inconscientes, não é mesmo? Como a carência, o tédio, nos emburrecem!
Out: Você consegue imaginar a cena? Eu, como coordenador de um espaço holístico, apaixonado pelo estudos dos textos de Krishnamurti, sentado numa reunião com psicólogos de várias linhas, terapeutas de tudo que tipo, massagistas, reikinianos, cromoterapeutas e radiestesias? Consegue pensar na situação? Vendo aquelas baboseiras, ouvindo aquelas sandices criadas pela rede do pensamento psicológico e tendo que fazer cara de quem compactua com aquilo... Foi foda esse período!
I.G.: Porra, imagino!
Out: Foi um dos maiores alívios da minha vida quando encerrei minha ligação, tanto com o espaço holístico como com a loja que vendia os tais milagrosos "produtos esotéricos". O foda, é que eu gostava das pessoas e não via como falar para elas aquilo que eu estava vendo! Não tinha como! Não estavam "aptas" para receber aquilo. Fazer isso seria o mesmo que cometer um estupro psíquico; cada um tem seu "time", cada um tem seu tempo.
I.G.: é o meu caso: "estraga prazeres". Mas tenho certeza que foi excelente, para ter mais certeza do falso, não é? Que fita! Mas ai, essa guria apareceu numa série de sincronicidades... Foi induzida a mim pelo universo, cara! Mas é real, não é? Não dá para falar, tem mais é que ficar quieto e sair fora!
Out: Não se pode apressar a maturação.
I.G.: Com essa guria que estou, já estou movendo os pauzinhos para cair fora; infelizmente não dá para ficar sendo falso.
Out: Tem que haver um "casar mental": isso é casa-mento, senão, não dá!
I.G.: É mesmo! tenho certeza disso, mas, tem sido uma boa experiência...
Out: O encontro na "horizontal" pode ser ótimo, mas, se não rolar na vertical... ferrou!
I.G.: Mas vejo que tem sido válido.
Out: Estamos mais tempo na vertical do que na horizontal!
I.G.: Mas vai ser difícil achar alguém com memórias de Krishnamurti na cabeça. (risos)
Out: Se você gosta dela, sugiro que vá compartilhando sua percepção de mundo.
I.G.: É difícil, a galera nem lê... Nem historinhas...
Out: Não fale do K! Fale das suas percepções! (mesmo que elas venham através do K)
I.G.: Mas quebra as pernas dela, não dá para falar.
Out: Se tiver liga, a coisa rola, senão, vai pro saco!
I.G.: Só dá para enrolar. A questão em que mais me pego é de eu vendo as minhas escolhas, auto-destrutivas, as quais não entendo. Mas, tem algo por traz dessa fita, tem muita sincronicidade, muita coisa estranha... É o que me traz paz: quando vejo o universo compactuando nas situações.
Out: Então, é isso que eu digo: precisamos entender essa "entidade" viciada em "escolhas", e também viciada em "julgar as escolhas" que faz; se faz é porque faz, se não faz é porque não faz...
I.G.: Condicionada!
Out: Ela precisa disso: criar constante conflito, constante dualidade, constante separação, constante condição.
I.G.: É isso mesmo! Esse impulso é muito forte!
Out: Como uma mente assim pode saber o que é amar? Então, para amar, tenho que achar alguém que também lê Krishnamurti? Que não acredite em nada disso que está ai e blá-blá-blá múltiplos?
I.G.: É, mas será que existe essas pessoas? (risos)
Out: É alguém sempre citando os condicionamentos sem perceber que está sempre condicionando os desafios que se apresentam, percebe? Vê como o pensamento é matreiro? vê como nos ilude? Quem ama, não coloca condições: quem ama, ama!
I.G.: Sim! Mas mesmo assim, esse amor ai, sem esperar nada em troca, sem interesses...
Out: Penso que enquanto existir a presença dessa “entidade”, desse “eu” — seja ele espiritualizado ou não, seja ele conhecedor de Krishnamurti ou não — nunca haverá espaço para o verdadeiro amor — não esse amor do qual falamos tão levianamente. Por isso que vejo a necessidade de muita seriedade para não perder o estado de atenção plena com o que é, com o que ocorre de momento em momento, tanto fora como dentro (se é que existe essa dualidade).
I.G.: Acaba não existindo interação... Entendo! Mas, esse amor ai, que surge, ele tem que ter um “start”, uma ação ego-iniciática.
Out: não digo ego-iniciática, mas quem sabe, “ego-suicida”. (risos)
I.G.: Sim!
Out: E, olhando para isso, qual ego está afim disso? O seu? O meu? Claro que não!
I.G.: Ele quer continuidade nos problemas, quer alimento, quer fuder o bagulho!
Out: Ele quer continuidade, mesmo transvestido de um "ego esclarecido", de um “ego espiritualizado”, de um ego para qual as perguntas se encerraram... Isso tudo é uma grande piada de mal gosto! Como dizem por ai: O bagulho é louco! Percebe a seriedade da coisa? É muito fácil cair nas armadilhas do ego.
I.G.: É mesmo! Percebo, cara! E aqui, por traz, tem um pensamento... Percebo a merda e sou eu como espécie quem vai continuar enrolado nessa merda...
Out: O ego se transveste muito facilmente; ele é o grande ilusionista.
I.G.: Infinito, não é?
Out: Parece que sim, mas alguns ai dizem que é finito, que há essa possibilidade. E dizem que ela chega por meio da percepção do falso, e sem escolha, porque a escolha é uma de suas ferramentas, uma de suas roupagens.
I.G.: Infinitas possibilidades de disfarce e na velocidade do som! (risos) Entendo! Mas e a percepção do falso? O próprio conceito de falso, para não ser corrompido tem que estar sustentado pelo fato.
Out: Cara, me diz uma coisa: diante de uma conversa como esta, como é possível se permitir perder tempo com TV, Facebook ou sites de "entretenimento" dispersivo? Percebe? De que adiantam "mil postagens de conteúdo sem conteúdo"?
I.G.: Percebo; só fechando os olhos mesmo! Só abrindo mão da responsabilidade, ligando o foda-se! É um forçar do interesse para as coisas idiotas e deixar que elas nos dominem...
Out: Foi justamente o que pensei! Serão poucos os sérios, os aptos para conversas sobre esta abordagem, mas, os poucos que chegarem, terão conteúdo, o conteúdo que no momento sinto necessidade. Está tudo certo, cada um no seu momento, cada um naquilo que lhe sacia, cada um atrás daquilo que está buscando; sou eu que não encontro mais nutrição ali; sou eu que preciso de "alimento sólido" e lhe agradeço pela oportunidade de trocar estas abobrinhas e de poder compartilha-las logo mais com os demais confrades esfomeados.
I.G.: Sim! Sinto isso também! Relaxa demais; não tem nada que agradecer, ao contrário. Ontem comecei a escrever uma percepção sobre as artimanhas psicológicas que o Facebook está usando para estimular ciúmes nos casais e os manterem ativos na rede; ai perdi as ideias e parei. Mas está nítido para mim, como os caras do Facebook estão usando a gente, com agente mesmo... Foi o que você falou ontem: estão categorizando, identificando nosso nível mental, estudando e comandando nossa mente.
Out: Posso sugerir?
I.G.: Diga!
Out: Por que você não cria um blog para expor suas percepções de mundo?
I.G.: É... Já criei várias vezes, mas, sei lá! Desencano em pouco tempo.
Out: Na boa: deixa lá, o desencano também passa; é só mais um pensamento autosabotador. percebe?
I.G.: É mesmo! Percebo...E isso acontece a anos viu..
Out: Sei como é, já vi isso acontecer com demais pessoas; mas deixe amadurecer a ideia.
I.G.: É, vamos ver o que nos espera.
Out: Acabei de subir o áudio da Deca, agora vou subir o do Sanio e depois o seu.
I.G.: humm...legal! vou ver. Cara, Já ouviu falar em bitcoins?
Out: Nunca; o que é isso?
I.G.: humm... Um minuto...
Out: Já estou lendo aqui: http://pt.wikipedia.org/wiki/Bitcoin
I.G.: Lê ai; vê que massa a ideia!
Out: Vixi! Está dando nó no “tico e teco”; percebi uma resistência interna ao novo.
I.G.: Cara, mas a ideia é incrível!
Out: Percebo como tenho dificuldades com essa coisa de "monetários".
I.G.: Eu também tenho. Mas, a ideia é de ter uma moeda, descentralizada, sem a necessidade de identificar a origem e destino da moeda.
Out: Nem terminei de ler e algo me diz que é só mais um condicionamento sendo implantado.
I.G.: É uma forte ferramenta para derrubar o capitalismo.
Out: E criar outra espécie de capitalismo, só que agora, criptografado...
I.G.: Decentralizado.
Out: Mas não quero criar imagem antes de meditar com mais atenção sobre o assunto.
I.G.: uhum... Brisa ai, vai fundo! Quem sabe isso não te traga insigths... Imagina: oferecer essa moeda, para pequenas fazendas, que queiram vender seus produtos, criar uma economia aparte...
Out: Cara, eu vou te falar uma real Sempre tive muita dificuldade de lidar com esse lance de economia.
I.G.: Eu também! Mas vejo que não precisa entrar em detalhes, para ter ideias que podem revolucionar...
Out: Sempre tive muita dificuldade de lidar com essas imposições sociais, com esses ditos "impostos", "valores"...
I.G.: Entendo!
Out: Nunca me identifiquei com "administração", tanto que só consegui suportar seis meses de faculdade de administração.
I.G.: Eu também não.
Out: Sou humanas 100%; sempre tive à minha volta, pessoas que administram, no caso, aqui em casa, as contas ficam com a Deca; o que ganho coloca nas mãos dela. Detesto papelada, detesto banco, extrato... Me deprimo facilmente com isso; não quero nem saber! Só pergunto se precisa mais.
I.G.: Da’hora! É: tenho nome sujo em todos bancos! Tenho raiva deles.
Out: Quanto ao nome sujo, digo que foram os melhores anos da minha vida.
I.G.: hahahahha
Out: Se tinha dinheiro, comprava, senão tinha, não comprava. Não vinham cartas impulsionadoras de compras em minha caixa postal; eu não existia para o sistema. Depois de cinco anos, quando caducou o valor, voltei a receber propostas de crédito.
I.G.: hahahahha
Out: Resultado: hoje tenho vários cartões aqui e não para de chegar propostas de crédito fácil (claro que não caio nessa). Até cartão internacional tenho, por falta de um, dois.
I.G.: Para mim é o mairo “B.O.”: se me der crédito, pego e não pago! (risos)
Out: Cara, é uma merda! Tudo tem que ter papel; tudo tem que ter assinatura; tudo tem que ter avalista. É um saco! Certidão pra tudo! Mas, o ser, não dão!
I.G.: Tenho asco disso tudo também. Eles tem que ter segurança! (risos)
Out: É foda! Cara, eles inventam de tudo! Você morre e, mesmo morrendo, criam-se dividas suas para os demais... É o tal do inventário! E, nós, otários, aceitamos o inventário. E dá-lhe nosso dinheiro para benefício dos cartórios.
I.G.: É cara, tudo é oportunidade de ganhar “$”... O mundo só quer saber de “$” etc. e tal... Fudeu a parada.
Out: É notório que o cartório é para tirar dinheiro de otário... E, parece não ter como fugir disso! É imposto e com data imposta de pagamento.
I.G.: O povo gosta de pagar; gosta de se sentir bem: "Ufa, paguei minhas contas em dia, agora sim estou me sentindo bem!"
Out: Se vira nos trinta ai meu, para ser um dito cidadão respeitável que paga suas dívidas dentro do mês! E o pior: ninguém contesta nada! E eu que sou o louco!
I.G.: É assim mesmo! Como você diz: tem que ter saco roxo!
Out: Ah! Mas agora eu tenho o tal do Facebook para desabafar e poder fingir que sou um cara entendido! Um consciente militante das causas perdidas! Já posso até chamar minha turminha de desconhecidos amigos para, na Paulista, diante do Masp, meter a mascara do “V de Vingança” e balançar umas bandeiras com chavões políticos!
I.G.: Uauahauhauhauahuahahua
Out: Cara, a bagaça é louca! E não muda porra nenhuma! Você faz isso, logo vem o policial e lhe prende e, novamente lá está o cartório, a espera de seu dinheiro em troca de uma certidão negativa de bons antecedentes.
I.G.: É isso ai! Fudeu! (risos) Nessas horas, só mesmo o bom e velho “foda-se”: "Não julgo nem perdoo". "Nada sei. De nada". "Contemplo".
Out: Meu caro, só mesmo tendo um profundo despertar que produza uma autolobotomia, porque, pelo processo do pensar, não encontro saída. Bem, vou parando por aqui. Hora do almoço. Hoje tem pastel de queijo na feira aqui perto de casa.
I.G.: A saída para não pirar é desistir, não é? Firmeza! Já, já vou almoçar também.
Out: Vou nessa! A prosa foi muito boa! Uma “pratada cósmica” e tanto!
I.G.: Valeu ai!
Out: Deu até vontade de postar no Facebook. Olha a conspiração para a recaída ai! Para o pensamento, tudo é gatilho para insanidade!
I.G.: Uahuahuahuahauhua... Facebook é uma merda. Vamos nos falando!
Out: Um chute nas canelas garoto! Se liga na Matrix do pensamento: vai “morphetando” a mente ai!
I.G.: Acho que vou assistir Matrix novamente, só para tirar uma onda.
Out: Fui!