A educação está voltada para que o homem encontre um bom emprego e não para que encontre a si mesmo; ela está voltada para a busca da estabilidade mercantil e não para o desabrochar da inteligência com sua consequente estabilidade emocional, a qual se traduz num ativismo amoroso de responsabilidade social. A educação não prepara homens de mente livre mas sim, ajustados escravos à serviço de corporações, estas protegidas pela pressão e vigilância do Estado. A educação não estimula o homem a ser responsável por sua própria visão de mundo, ao contrário, força-o ao conformismo à uma visão de mundo herdada da tradição local. Não é nada fácil, numa sociedade de escravos, responder pelo seu direito de escolha pela liberdade; sempre haverá olhares atentos para a oportunidade de forçá-lo ao pacífico ajustamento escravagista. A sociedade não tolera homens ociosos, conscientes da importância de se permitir o desfrute do tempo de modo meditativo, de modo questionador quanto aos valores por ela estabelecidos; para a sociedade, homens dotados desse tipo de consciência questionadora, tornam-se profundamente perigosos para a manutenção de seu sistema estabelecido e, com ajuda do Estado, dificultam-lhe as facilidades existênciais. A sociedade valoriza ao máximo empreendedores geradores de empregos com base em salário mínimo, ao mesmo tempo em que desvaloriza homens formadores de consciência libertária.
Nelson Jonas - nj.ro@hotmail.com