Se os homens realmente amassem a Vida, não mais se permitiriam desperdiçá-la, de forma inconseqüente, na busca de valores transitórios, os quais são fortemente incentivados pela tradição não questionada. Vendem seu tempo, energia, coração e os poucos valores que lhe restam, a alto custo para si e a baixo preço para seus exploradores, aos quais rendem culto de respeito e servidão. Talvez, por isso temem tanto a morte. E, como já fui testemunha bem próxima, estes, quando com ela se deparam, arrependidos e deprimidos aos olhos dos outros se questionam:
- O que é que eu fiz com a minha vida?
Tragicamente, parece que só nesse momento os homens percebem que lhes foi dado uma vida. Até então, em suas formatadas consciências limitadas, só contas provenientes de escolhas forçadas e irrefletidos compromissos, com os quais comprometem seu precioso tempo. Tudo isso em nome de uma condicionada respeitabilidade de prateleira.
Nelson Jonas