A porta de vidro do saguão do Hospital Sorocabana da Lapa se abre, enquanto a ascensorista sorrindo do elevador faz sinal de me aguardar.
No elevador, além da ascensorista, uma senhora e o tal médico oriental citado no texto anterior, que ao ver-me, com um leve movimento da cabeça, esboçou um cumprimento. Feito o movimento, olhando para o chão perguntou:
- E o seu pai? Como está?
- Estranho como rolam as coisas por aqui... Estou chegando agora ao hospital e, a meu ver, acho que quem deveria estar fazendo esta pergunta e recebendo uma resposta do senhor sou eu, e não ao contrário, o senhor não acha?
Muito sem graça, tal pessoa respondeu:
- Já pedi para a Doutora verificar a transferência do seu pai, como você disse na sexta. Tenha um bom dia.
Saiu do elevador a passos largos sem ao menos olhar para trás.
A ascensorista olhou para mim, balançando a cabeça em sinal de reprovação ao absurdo presenciado e exclamou:
- É preciso muita paciência meu jovem... Muita paciência.
- A senhora pode ter certeza de que se ela não estivesse comigo, a cabeça dele já tinha sido arrancada há dias. Tenha um bom dia!
Isto pode parecer capítulo de novela mexicana... Mas não é!... É apenas uma pequena parte da realidade de um país que nunca aparece nos dados daqueles que sorriem em palanques!
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