Este blog não foi criado para quem já fechou as persianas de sua mente e cuidadosamente as fixou para que nenhum filete de luz de novas idéias penetre e perturbe sua sonolenta e estagnante zona de conforto. Este blog é para os poucos que querem entrar na terra firme da experiência direta por não verem outro caminho mais seguro a tomar.

13 maio 2009

EXÓSER

Aqui,
Em meio impresso
Confesso:
Destituído de progresso
Ou regresso,
Em processo
Encontro-me,
Ainda por me encontrar. 

Pois, na infinitude
Deste agora
Só incompletude 
Professo,
E não fosse a invejada 
Inteireza da natureza,
Nada do olhar expresso,
Faz-me nexo.

E digo mais em anexo:
Sem a menor tristeza
Da moeda sexo sucesso,
Hora vejo-me avesso. 
E por não mais ser
Nem côncavo nem convexo
Nesta tempera medianidade 
Sem emburrecer – me aborreço. 

E em nome de ser em excelência
Aos olhos dos outros fiz-me excêntrico
Uma vez que meu movimento, 
De todos é de natureza inversa.
E hoje, sem a menor exceção,
Distanciado de antigos excessos,
Ao Inominável Ilimitado Inexprimível
Corpo e alma arremesso. 


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Escolho meus amigos pela pupila

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU! JUNTE-SE À NÓS!