Este blog não foi criado para quem já fechou as persianas de sua mente e cuidadosamente as fixou para que nenhum filete de luz de novas idéias penetre e perturbe sua sonolenta e estagnante zona de conforto. Este blog é para os poucos que querem entrar na terra firme da experiência direta por não verem outro caminho mais seguro a tomar.

07 maio 2009

A canção é essencial

Você não pode conciliar a criatividade com a realização técnica. Você pode ser perfeito tocando um piano, e pode não ser criativo, pode tocar piano brilhantemente, e não ser um músico. Você pode ser capaz de dominar as cores, colocar tinta sobre uma tela de forma inteligente, e não ser um pintor criativo. Você pode criar um rosto, uma imagem de uma pedra, uma vez que você tenha aprendido a técnica, e não ser um mestre criador. Criação vem em primeiro lugar, e não a técnica, e é por isso que toda a nossa vida é miserável. Temos técnica de como administrar uma casa, como construir uma ponte, como montar um motor, a forma de educar os nossos filhos através de um sistema – nós aprendemos todas estas técnicas, mas nossos corações e mentes estão vazios. Somos máquinas de primeira de classe, sabemos como operar maravilhosamente, mas nós não amamos uma coisa viva. Você pode ser um engenheiro bom, pode ser pianista, escrever em bom estilo inglês ou Marathi ou na sua língua , mas a criação não é encontrada através da técnica. Se tiver algo dizer, você pode criar um estilo próprio, mas quando nada se tem a dizer, ainda que tenha um lindo estilo, o que você escreve é unicamente a tradicional rotina, uma repetição em novas palavras das mesmas coisas velhas ... Assim, tendo perdido a canção, nós perseguimos o cantor. Aprendemos do cantor a técnica de canção, mas não existe nenhuma canção, e digo que a canção é essencial, a alegria de cantar é essencial. Quando a felicidade existe, a técnica pode ser construída do nada, você inventará sua própria técnica, você não terá que estudar eloqüência nem estilos. Quando você a tem, você vê, e o mesmo ver a beleza é uma arte.
Autor: Krishnamurti – O Livro da Vida
Foto: Nelson Jonas

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Escolho meus amigos pela pupila

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU! JUNTE-SE À NÓS!