Sim! Definitivamente, Luciano Pires tem razão nas linhas de seu texto, intitulado, “Quem escreve”. Nele, o autor expressa com clareza aquilo que têm que agüentar aqueles que escrevem, sejam pelos e-mails recebidos, ou pelas disputas intelectualistas presentes nos incontáveis fóruns espalhados pela rede. Nas palavras de Luciano:
...“Nestes tempos internéticos, o frio aparece no momento em que apertamos a tecla “enter” e lançamos nossos escritos ao mundo. Em segundos milhares de pessoas estarão lendo o que escrevemos. Nossas idéias serão apreciadas, desprezadas, amadas, odiadas, encaminhadas. Seremos julgados. Pessoas tirarão conclusões sobre nossos valores e convicções com base no que entenderem de nossos textos. E nunca sabemos por antecipação como nossos escritos serão entendidos.”
E, a partir daí, o que não falta são as criticas, na grande maioria dos casos, quase sempre uma resposta irrefletida disparada pelo fundo psicológico do leitor, repleta de “achismos” do mesmo. E, nesse caso, o teor do que o escritor tentou passar através da limitação das palavras, perde-se nas lentes escuras do fundo psicológico do leitor. E o pior de tudo: não raro, ao invés das idéias serem analisadas, analisa-se o escritor...
Neste final de semana, durante as comemorações do aniversário de uma amiga, seu companheiro meu mostrou um vídeo extremamente interessante a respeito da promiscuidade sexual e a alarmante estatística dos casos fatais causados pela AIDS. Como nas palavras deste meu amigo, o vídeo é de uma terrível beleza estética e conceptual a serviço de uma triste Realidade: A cada 10 segundos, uma pessoa morre devido o vírus da AIDS.
Como achei o vídeo bastante interessante para ser usado na Arte de Cuidar do Ser, pedi ao meu amigo para que me encaminhasse o link do mesmo para que eu pudesse disponibilizá-lo em nosso site, bem como retransmiti-lo para aos nossos contatos. Dois dias após, ao abrir os meus e-mails, com alegria deparo-me com o link www.lepoison.com/sidaction...
Rapidinho, tratei de encaminhá-lo para os meus contatos e acabei cometendo o deslize de também encaminhá-lo para uma comunidade no Orkut, onde são debatidas entre outras coisas, as idéias de um homem que pelo que tudo indica, “parece ter dado certo”... Pronto... Em poucos minutos vejo as palavras do Zé expostas no fórum:
...Interessante associação entre sexo e morte, entre Eros e Tanatus. Eu acho esta campanha burra e ineficaz. Sexo em si, todos sabemos, faz parte da existência, assim como o nascimento e a morte. Do jeito que é apresentado, parece que o sexo é o agente etiológico causador da SIDA, e não o vírus... A ignorância é o verdadeiro fator de morbidade e de risco. Acho mais produtivo focar as campanhas no uso de preservativos, do diagnóstico precoce da gestante, e na educação do jovem para o auto cuidado e a auto-responsabilidade para com a sua própria saúde. Sexo não mata. Afinal a vida não é uma doença mortal sexualmente transmissível.
Para outro participante, aquilo que vi, acabou também refletido em seu olhar: um vídeo prá lá de criativo e de uma arte da realística triste. Mas a coisa não parou por aí... O forense critico ainda não satisfeito com a tentativa de impor sua razão, escudou-se em textos e mais textos extraídos do autor estudado em tal comunidade, para defender que tal campanha apresentada pelo vídeo seja realmente “burra e ineficaz”.
Não perdi tempo em alimentar controvérsias... Eu não creio que tal campanha possa ser vista como “burra e ineficaz”. Penso que realmente burra e ineficaz é toda e qualquer critica irrefletida, que por sua vez é sempre destituída de propostas seguidas de ação.
Como nas palavras de Osho:
Na verdade, quem consegue criar, cria; e quem não consegue criar, critica.
Pessoas não criativas se tornam grandes críticos.
É fácil criticar poesia, mas é difícil escrever poesia.
É fácil criticar uma pintura – você pode criticar Picasso, mas não consegue pintar como Picasso.
É fácil criticar tudo.
Como costumo dizer: Bafo de boca não cozinha ovo! Difícil é estudar novas possibilidades e, mais difícil ainda é com seriedade, lançar-se à ação.
Clique aqui para ler o texto de Luciano Pires, intitulado "Quem Escreve"
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