Este blog não foi criado para quem já fechou as persianas de sua mente e cuidadosamente as fixou para que nenhum filete de luz de novas idéias penetre e perturbe sua sonolenta e estagnante zona de conforto. Este blog é para os poucos que querem entrar na terra firme da experiência direta por não verem outro caminho mais seguro a tomar.

02 setembro 2015

A Busca do Eu Sou

Não queremos, de fato, ver o que temos sido, e por não querer vê-lo, nos perpetuamos nisso que só cria confusão, frustração e rotineira insatisfação. Por não querer ver o que temos sido e o que ainda somos, inventamos vários modos de fuga: pode ser a fuga pelo sexo, pelo trabalho, por aquisições tecnológicas e seus novos brinquedinhos chamados aplicativos. Podemos igualmente fugir da visão realista, através do que consideramos "grandes mestres" e seus métodos evolutivos, com seus estágios a serem alcançados, que visam maior respeitabilidade e projeção de um "eu mistificado".

Quando, a duras penas, percebemos que nenhum desses métodos funcionam, nos voltamos para a formulação de perguntas, as quais, se formos honestos e minuciosos, cumprem o mesmo papel da fuga.

Passamos a repetir a pergunta "Que sou eu?", não para perceber nossa insana realidade, mas, para dela fugir através do encontro com um estado imaginado — pela influência de terceiros — onde tudo é paz, felicidade e liberdade.

Não queremos olhar, com clareza e exatidão, o que temos sido — e que por inconsciência — ainda continuamos sendo. Ver isso representa o abalo em nossos estagnantes zonas de conforto; representa a necessidade de reparações; necessita responsabilidade. E, responsabilidade, é tudo o que a mente não deseja; ela não deseja acordar de seu sono; o que ela deseja, é uma melhor cantiga de ninar.

É assim que damos continuidade aos pesadelos que nos roubam a alegria de viver.

Outsider

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Escolho meus amigos pela pupila

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU! JUNTE-SE À NÓS!