Este blog não foi criado para quem já fechou as persianas de sua mente e cuidadosamente as fixou para que nenhum filete de luz de novas idéias penetre e perturbe sua sonolenta e estagnante zona de conforto. Este blog é para os poucos que querem entrar na terra firme da experiência direta por não verem outro caminho mais seguro a tomar.

24 setembro 2015

Escuta, Israel, escuta!

Cálculos, cálculos, cálculos... conjecturas, conjecturas e conjecturas, para fugir da não compreensão do estado de ser que faz buscar por cálculos, cálculos, cálculos, conjecturas, conjecturas e conjecturas, em cima do que disse o Out, em cima do que disse o Krishnamurti, em cima do que disse o Nisargadatta, em cima do que disse Lao-Tsé... Vamos continuar com cálculos, conjecturas, dúvidas, buscas, enquanto não conseguirmos ficar sentados, em silêncio, observando a realidade do estado de ser que nos faz buscar pelo Out, o Krishnamurti, o Lao-Tsé, o Nisargadatta e quinhentos mil nomes aí que forem surgindo...

Compreender o estado de ser que nos faz surgir, inclusive a vontade de vir aqui neste grupo, ir ao Blog, ir em qualquer canto... isso só ocorre com o tempo; por isso que continuo dizendo, independente do que fale qualquer mestre: há um processo! Há um tempo de prontificação! O próprio Krishnamurti, ou qualquer outro mestre precisou de um tempo de assimilação; precisou de um tempo de percepção, para que ocorresse um estado criativo e aí ele pudesse falar à partir desse estado criativo.

É preciso nos questionarmos: Qual é o estado de ser da qual parte a busca? A natureza exata dessa busca está em compreender o estado que motivou a busca, ou é só mais uma estratégia de fuga criada pela mente, para que não ocorra a compreensão do "estado de ser" que motiva essa busca?...

Vejo que, durante muitos anos, a busca é uma fuga do nosso confuso estado de ser; estamos tão confusos, que não sabemos nem mesmo a qual escola seguir ou a qual mestre escutar (se é que todas as nossas formas de cálculos, conjecturas e nossas "disfarçadas disputas", nos deixam escutar alguém... elas não deixam!). Sempre está lá o cálculo, a conjectura e está sempre o nosso espírito de disputa, que nos impede de podermos, de fato, escutar, que nos impede de podermos "confiar".

E o resultado disso aí? Qual que é?... De tanta fuga por conhecimento, nós criamos a nossa própria "Torre de Babel", uma vez que os mestres sempre acabam se contradizendo, uns aos outros; e com isso, a "natureza exata" do nosso conflito, a "natureza exata" do estado de ser que nos leva a partir para a busca, permanece sem ser compreendida.

A coisa toda seria muito mais fácil se soubéssemos escutar; o triste, é que nós não sabemos escutar; nós "pensamos" que sabemos escutar. Nossa escuta sempre pára nas imagens, nas palavras, nas conjecturas e no cálculo. Raramente se dá um momento de "reverberação"; aliás, quase nenhum de nós pára para meditar no que significa, quando nos é pedido para "deixar reverberar"... Nossa busca de certeza, de segurança e de auto-afirmação, impede o escutar; impede o reverberar. A questão do escutar, a questão do reverberar é tão importante, ela é tão essencial, que se pegarmos em algumas artes antigas, veremos que os anjos, os querubins, são representados com suas trombetas, não na boca, mas nos ouvidos; mas a "mente diabólica" ela impede a escuta dos anjos que nos falam... Não há como!

Não queremos, de fato, escutar, para não termos consciência do quanto somos... desonestos...

Outsider

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Escolho meus amigos pela pupila

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU! JUNTE-SE À NÓS!