Boa noite a todos! Meu nome é Shiri Xixi Ji sou um ex-guru em recuperação. Só por hoje não alimentei minha insanidade de me achar Deus. Só por hoje não me identifiquei com a idéia de ser a manifestação do estado de presença na forma. Só por hoje estou ciente de que o primeiro passo é a admissão da minha derrota perante minha mania de guru. Hoje tenho a consciência de que sofro de uma doença progressiva, incurável e de determinação fatal e, que se eu continuar orgulhoso e soberbo, poderei ficar completamente insano ou até mesmo, atentar contra minha própria vida.
Ao analisar tudo o que perdi, as pessoas que magoei, as justificativas e as racionalizações que dei a mim mesmo e os absurdos que racionalizei em meus antigos Satsangs, vi que, se não tomasse alguma decisão em relação a minha insanidade, ela tomaria uma decisão em relação a mim, como de fato aconteceu com muitos amigos que de mim se afastaram. Todos ou quase todos que eu dizia querer bem estão profundamente magoados com minhas atitudes e manipulações veladas.
Só por hoje eu me rendo ao fato de que cheguei a um estado de desespero, em que não consigo mais ficar sem meus satsangs e ao mesmo tempo não consigo seguir vivendo sem essas pessoas de quem me encontro dependente.
Queria dizer aos queridos companheiros, que sei que o fundo do poço é diferente para cada guru mas, saiba você que, o fato de não ter perdido "ainda" o seu emprego respeitável, a sua esposa, o amor de seus filhos, seus amigos, ou não ter sido preso por estelionato espiritual, não significa que você tenha qualidade de vida ou que pode se controlar. Aceitação social, não significa recuperação da mania de guru. Tudo na nossa vida se relaciona com os satsangs e ainda assim insistimos em negar os fatos. O fato é que não somos impotentes apenas perante nossa mania de guru, mas também nos tornamos impotentes, perante nossos disfarçados defeitos de caráter: nossa soberba, avareza, luxúria, inveja, ira, gula (compulsão), preguiça, manipulação emocional, negação, justificativas, autopiedade, codependências e nossas racionalizações que se tornaram para nós como o ar que respiramos e que, de forma inconsequente, chamamos e justificamos como sendo uma ação da Graça.
Hojse sei, por experiência direta, que a doença da adicção satsanguista é composta por três partes distintas, porém unidas entre si:
Física – uma vez facilitada a primeira palavra e gerado o primeiro seguidor, a compulsão se desencadeia e não paramos mais de satsanguear.
Mental – é a obsessão de gravar vídeos diários e postá-los nas redes sociais on-line. Só conseguimos pensar em dar satsangs, em atrair seguidores, em gravar áudios e vídeos, não importando se, para conseguir isso, tivermos que nos apropriar do que convencionamos chamar de "amorosas contribuições voluntárias" proveniente da ingenuidade e boa vontade de ansiosos buscadores da verdade. O que vale é conseguir, dando como desculpa, que tudo é ação da graça.
Espiritual – é o total egocentrismo: passamos por cima de amigos, responsabilidades, afastamos esposa, família, amigos, enfim qualquer um que tente impedir a progressão de nosso incontrolável desejo de facilitar satsangs e com eles narcotizar nossa triste realidade de uma vida isenta de verdadeiras e nutritivas relações.
Física – uma vez facilitada a primeira palavra e gerado o primeiro seguidor, a compulsão se desencadeia e não paramos mais de satsanguear.
Mental – é a obsessão de gravar vídeos diários e postá-los nas redes sociais on-line. Só conseguimos pensar em dar satsangs, em atrair seguidores, em gravar áudios e vídeos, não importando se, para conseguir isso, tivermos que nos apropriar do que convencionamos chamar de "amorosas contribuições voluntárias" proveniente da ingenuidade e boa vontade de ansiosos buscadores da verdade. O que vale é conseguir, dando como desculpa, que tudo é ação da graça.
Espiritual – é o total egocentrismo: passamos por cima de amigos, responsabilidades, afastamos esposa, família, amigos, enfim qualquer um que tente impedir a progressão de nosso incontrolável desejo de facilitar satsangs e com eles narcotizar nossa triste realidade de uma vida isenta de verdadeiras e nutritivas relações.
Estimados Companheiros: apesar do meu rostinho com arzinho espiritual e da minha fala mansa e suave, desenvolvi tanto meus defeitos de caráter que me tornei uma pessoa super egocêntrica. Sei que se não trabalhar meus defeitos de caráter, voltarei a usar as pessoas para exercitar minha droga de escolha, com a qual entorpeço a triste realidade que é a minha existência falida. Só por hoje tenho a consciência de que render-me não significa ser covarde, pelo contrário é preciso muita coragem, humildade e mente aberta para aceitar que minhas melhores idéias e atitudes quase me mataram e que não passaram de auto-engano. Ao me render, a liberdade e a felicidade de poder honestamente reavaliar meus conceitos me proporciona a sensação de que pela primeira vez na vida sou livre de verdade. Foi quando cheguei a esse ponto, que comecei a enxergar quem realmente eu era, quem realmente são meus amigos e que talvez meus familiares só queiram me ajudar, foi só ai que descobri que minha real natureza, nada tem a ver com a idéia que alimentava para mim mesmo e para os outros, tão imaturos como eu.
Felizmente, cheguei até aqui. E hoje posso dizer: isso sim é uma ação da Graça! E agora? Como viverei daqui para frente? Vivendo um dia de cada vez me abstendo do primeiro Satsang. Sei que não resolverei todos os problemas que causei com minha mania de guru em um só dia. Para levantar uma nova casa é preciso demolir a antiga; para nascer uma nova maneira de viver, é preciso que a antiga morra, juntamente com a idéia de ser guru. Não posso mais me enganar, preciso mudar meus hábitos, deixar de freqüentar certos lugares de encontro, me desligar de muitas pessoas, buscar por um emprego sério, sob pena de não o fazer, voltar a usar minha droga de escolha, e com isso, iludir pessoas com meus antigos satsangs. É por isso que me encontro aqui com vocês, para com a vossa ajuda eu consiga deter aquilo que sozinho eu não consigo.
Este é um programa de total abstinência não só das horas de satsang, mas também de qualquer vídeo embrumador. Por isso, haja o que houver, só por hoje evitarei o primeiro satsang. A primeira palavra é que desencadeia a compulsão. Sei que seu eu não mudar minha antiga maneira de ser, de pensar e de agir, não terei sucesso em minha recuperação. É preciso que antigas idéias desapareçam para que novas possam florescer. Em copo cheio não cabe mais água, é preciso esvaziá-lo primeiro.
Felizmente, cheguei até aqui. E hoje posso dizer: isso sim é uma ação da Graça! E agora? Como viverei daqui para frente? Vivendo um dia de cada vez me abstendo do primeiro Satsang. Sei que não resolverei todos os problemas que causei com minha mania de guru em um só dia. Para levantar uma nova casa é preciso demolir a antiga; para nascer uma nova maneira de viver, é preciso que a antiga morra, juntamente com a idéia de ser guru. Não posso mais me enganar, preciso mudar meus hábitos, deixar de freqüentar certos lugares de encontro, me desligar de muitas pessoas, buscar por um emprego sério, sob pena de não o fazer, voltar a usar minha droga de escolha, e com isso, iludir pessoas com meus antigos satsangs. É por isso que me encontro aqui com vocês, para com a vossa ajuda eu consiga deter aquilo que sozinho eu não consigo.
Este é um programa de total abstinência não só das horas de satsang, mas também de qualquer vídeo embrumador. Por isso, haja o que houver, só por hoje evitarei o primeiro satsang. A primeira palavra é que desencadeia a compulsão. Sei que seu eu não mudar minha antiga maneira de ser, de pensar e de agir, não terei sucesso em minha recuperação. É preciso que antigas idéias desapareçam para que novas possam florescer. Em copo cheio não cabe mais água, é preciso esvaziá-lo primeiro.
Queridos companheiros, isso é o que eu tinha para compartilhar. Agradeço a todos por terem me ouvido e desejo a vocês infinitas horas de real felicidade, liberdade e sobriedade emocional.
Boas 24 horas!
Shiri Xixi Ji, um ex-guru adicto de satsang em recuperação!