No viveiro da casa ao lado, bem guardado por um branco Rottweiler de olhos cor de mel, algumas maritacas disputam com um casal de araras, quem consegue o mais alto som.
No boteco da esquina, que dá para a entrada esquerda do Posto de Saúde, Sr. Antonio José, imigrante de Alcobaça, Distrito de Leiria, Portugal, encolhido, aguarda seu próximo cliente.
O vento, de tão frio, faz dor as pontas das orelhas e nariz.
Pelas grades dos portões das casas, anúncios de supermercados.
Pelas guias, canteiros e quintais, grande quantia de folhas secas.
São 15:30m. Acabo de depositar o valor do aluguel.
Na ida ao Banco, encontro Marcelus, que ao me ver, exclama:
- Fala cidadão!
- Olá! Posso lhe fazer uma pergunta?
- Demorou!
- Qual pergunta que lhe move?
- Como assim?
- Se achar que mereço uma verdadeira resposta, dê-me na volta.
O banco, vazio; três pessoas na fila. Depósito automático. Um envelope, um amarelo recibo...
- Qual sua resposta?
- Ainda não sei! Quer saber? Nem pensei nisso! Tô na correria!...
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