Este blog não foi criado para quem já fechou as persianas de sua mente e cuidadosamente as fixou para que nenhum filete de luz de novas idéias penetre e perturbe sua sonolenta e estagnante zona de conforto. Este blog é para os poucos que querem entrar na terra firme da experiência direta por não verem outro caminho mais seguro a tomar.

09 março 2014

Constatação sobre ideias, crenças e conceitos

Estava aqui meditando sobre o quanto somos viciados em nos agarrar a belas ideias, conceitos, crenças e achismos com cobertura de barata filosofia. Parecemos ainda impedidos — talvez pela falta de coragem ou pela falta da presença da real e salutar insatisfação —, de olharmos de modo minucioso e destemido, a realidade psicológica a que estamos acometidos. Se, por décadas, estivemos presos em conceitos e crenças herdados da antiga tradição, acreditamos delas nos libertarmos quando, ainda confusos, nos agarramos a novas crenças e conceitos, estes, ainda não embolorados mas que, com a nossa adesão e propagação inconsciente, já começam a se tornar parte de uma nova tradição. Como crianças, acreditamos que, por afirmar não mais acreditar em Papai Noel, estamos livres da tradição que nos impulsiona ao consumismo. Sem que haja uma real percepção dos fatos, continuamos existindo a base de crenças e conceitos; facilmente influenciados por imagens e palavras proferidas por terceiros; não conseguimos perceber que, por meio do joguinho de trocar seis por meia dúzia, apenas existimos, enquanto, insatisfeitos, tentamos nos distrair, brincando de viver.

Outsider

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Escolho meus amigos pela pupila

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU! JUNTE-SE À NÓS!