Pelo que observo, grande parte dos seres humanos se conformam em exercer uma imitação, uma cópia, uma atividade de segunda mão. Interessante notar que a palavra "exercer", tem por um dos seus sinônimos, a palavra "adestrar"; o que nos aponta o exercício de adestramento, o que significa um estado de ação condicionada pela excessiva repetição.
Outros — também pela ação do medo —, buscam segurança em empregos que não amam, mas que prometem por estabilidade financeira — mesmo que em detrimento da estabilidade emocional — e, pela ação desse conformismo, abafam por completo as sementes de seus tão lentos, talentos. Em consequência desse abafamento do ser que são, permanecem num fragmentado estado de ser, portanto, sem saber o real significado do que aponta a limitação da palavra "integridade".
Em sua grande maioria, os "seres humanos" — se é que podemos assim chamá-los — não são íntegros; são o mero resultado de fragmentos de condicionamentos alheios e de condicionamentos auto-criados ao longo de uma triste, enfadonha e estressante existência sem vida.
A palavra Humanidade tem sua raiz no Latim: "humanus", “relativo ao homem”, derivado de "homo", “homem”, relacionado a "humus", “terra”. Se, a palavra "humanidade" significa um natural estado de ser — ou seja, não resultante de esforço — dotado de benevolência, clemência, compaixão, bondade, igualdade, como podemos cometer o equívoco de chamar o homem de "ser humano"? Penso que seria bem mais cabível chamá-lo de "ter egóico". Nesse triste estado de existir (direcionado para a funcional capacidade de consumir), cuja grande maioria, por não questioná-lo, o tem por normalidade, a integridade do ser que É, mostra-se fragmentada pelo condicionamento do vir-a-ter, pelo qual, a maioria pensa conseguir ser. E, existindo dessa maneira, haja artificialidade cosmética do ego para tentar disfarçar a ausência da natural ética do ser... Vive-se numa inquietante tríplice comportamental que resulta num crescente círculo vicioso:
Ansiedade + Desejo de Prazer imediato = Ansiedade²
Creio que você conhece bem o que quero dizer por ansiedade: aquela nefasta sensação de receio e apreensão, sem causa evidente, e a que se agregam fenômenos psicossomáticos como taquicardia, sudorese, incontinência urinária, insônia, perda de apetite ou, ao contrário, um inconsciente e inconsequente aumento de apetite — entre outros sintomas torturantes e comportamentos debilitantes —; como sabemos, para estes últimos, a lista se mostra bem longa.
Out