Este blog não foi criado para quem já fechou as persianas de sua mente e cuidadosamente as fixou para que nenhum filete de luz de novas idéias penetre e perturbe sua sonolenta e estagnante zona de conforto. Este blog é para os poucos que querem entrar na terra firme da experiência direta por não verem outro caminho mais seguro a tomar.

28 julho 2015

O que chamamos de relacionamento, não é relacionamento

Como pode, alguém que não consegue se relacionar consigo mesmo, que não consegue suportar a si mesmo, querer se relacionar com outro ser humano? É qual seria a qualidade psíquica de alguém que aceita se relacionar com alguém que não consegue se relacionar consigo mesmo? 

Chamamos de relacionamento, aquilo que não tem nenhuma base de autonomia (seja emocional ou financeira - na maioria dos casos às duas opções). De fato, quando nesse estado de pobreza interior, a única coisa que pode ocorrer entre dois seres fragmentados e psicologicamente não autônomos, portanto, imaturos, é tão somente uma relação de mentes, destituídas de coração. Sem coração, somos um poço sem fundo de auto-interesse... 

O que chamamos de relacionamento é puro egocentrismo, o qual faz uso de outro ser fragmentado, de forma totalmente insana, para tentar tampar as lacunas enormes de sua própria fragmentação e imaturidade. 

Como pode alguém que não consegue ser íntimo de si mesmo, ser íntimo de outro ser humano? 

O fato é que a grande maioria de nós, não está pronta para ser honesto consigo mesmo... não está pronto para ser radical no enfrentamento das próprias debilidades... fingimos ser sérios, quando na verdade, ainda buscarmos por 'brinquedinhos, chupeta, fralda limpa e mamadeira aquecida'... 

Buscamos facilidades para a manutenção de nosso custeio existencial e chamamos isso de relacionamento. Buscarmos suporte para nosso imaturo instinto sexual e chamamos isso de relacionamento... Usamos o outro no lugar de outras drogas, socialmente menos aceitáveis... O que chamamos de relacionamento é tão somente, fuga do abandono e da solidão... E dentro dessa adoentada esfera psíquica, somos um foco ambulante de doença mental para os menos precavidos... O resultado disso está em dar continuidade ao modelo transgeracional de adulteração psíquica, pois, filho de peixe, peixinho é...

Outsider

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Escolho meus amigos pela pupila

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU! JUNTE-SE À NÓS!