Este blog não foi criado para quem já fechou as persianas de sua mente e cuidadosamente as fixou para que nenhum filete de luz de novas idéias penetre e perturbe sua sonolenta e estagnante zona de conforto. Este blog é para os poucos que querem entrar na terra firme da experiência direta por não verem outro caminho mais seguro a tomar.

03 setembro 2012

A educação e o problema do ser humano


A EDUCAÇÃO E O PROBLEMA DO SER HUMANO
Devemos começar a cuidar do ser
cem anos antes dele nascer!


1 - Qual a finalidade da educação? Não seria a finalidade da educação ajudar o aprendiz, a se tornar cônscio de todas as formas de condicionamento impostas pelas tendências nacionalistas, pelos preconceitos das crenças religiosas - para delas se libertar?
  
2 – A educação verdadeira é a que liberta a mente do aprendiz de seu condicionamento e, por conseguinte, da sociedade. O aprendiz que está liberto da sociedade, uma vez que está livre de condicionamento, agirá pela sua maneira própria de ser, e sua ação, por sua vez, influirá na sociedade. Como você vê essa afirmação?

3 – A função da educação é preparar o aprendiz para compreender o inteiro “processo” da vida. Ter emprego e ganhar o próprio sustento é necessário; mas, isso é tudo? Se meramente preparamos o aprendiz para apenas ganhar o sustento através de uma especialização, o mesmo perderá o significado essencial da vida; e compreender a vida importa muito mais do que simplesmente se preparar para vestibulares e conseguir um espaço no mercado de trabalho. Estamos constrangendo o aprendiz ou ajudando-o a descobrir sua verdadeira vocação? Estamos estimulando sua iniciativa, ou obrigando-o a obedecer a um método, uma especialização?

4 – Muitos de nós passamos em vestibulares, achamos um emprego, nos casamos, geramos filhos, e nos tornamos cada vez mais semelhantes a máquinas previamente programadas. Permanecemos medrosos, ansiosos, assustados diante da vida. Assim, não seria a função do educador ajudar o aprendiz a compreender o inteiro processo da vida, ou consiste meramente em prepará-lo para ser mais um “caçador de profissão”?

5 – O aprendiz pode conquistar graus, acrescentar uma série de folhas de papel com estampilhas douradas em sua parede, acrescentar uma certa denominação antes do próprio nome e conseguir uma boa colocação no mercado de trabalho; mas, e daí? Qual o sentido de tudo isso se, nesse “processo”, a sua mente se torna embotada, programada e medíocre? Você alguma vez já meditou que talvez a razão da revolta do aprendiz possa ser um pedido de ajuda para que possa quebrar a compulsão social do ajustamento, da padronização e da especialização?

6 – Não deve o educador ajudar o aprendiz a descobrir o que realmente gosta de fazer, de modo que, do começo ao fim da sua vida, esteja trabalhando em algo que lhe faça sentir valioso e ter, para si, profunda significação? Do contrário, não será o mesmo, até o fim dos seus dias, um ser digno de lástima? Quando o ser humano não sabe o que gosta de fazer, sua mente cai numa rotina, onde só encontra tédio, estagnação e conflitos. Eis o por que de ser tão importante ajudar o aprendiz a compreender o que realmente gosta de fazer. Você concorda que esta é a única maneira de se criar uma nova sociedade?

7 – O aprendiz chega assustado, nervoso, ansioso para agradar ou na defensiva; condicionado pelos pais e pela sociedade...Como está sendo recebido? Incondicionalmente? Estamos interessados no que ele realmente é? Estamos interessados em entender suas origens e a bagagem emocional que traz consigo ou estamos jogando sobre ele nossas dúvidas, conclusões, comparações, medos, métodos e julgamentos?

8 – Estamos trabalhando para que o aprendiz evolua na compreensão ou para mantê-lo consumidor, viciado, dependente da cartilha padronizada pelo método? O novo saber só se consegue à custa da investigação. Estamos incentivando o aprendiz a buscar pelo novo ou apenas postulando padrões, para poder botar a culpar no sistema e depois lavar as mãos?

9 - Se examinarmos a alma de qualquer aprendiz, veremos que tem em si um forte impulso para a investigar o preestabelecido. No entanto, após receber a milésima chibatada dos professores e pessoas significativas de sua vida, se vê ameaçado de perder todos os amigos, deixa-se dominar pela preguiça de pensar por conta própria e também pelo medo de ser crucificado pela sua própria comunidade. Então, troca suas mais sinceras inquietudes por um pedaço de papel com uma estampilha dourada, acompanhado de um punhado de moedas de ouro e um respeito cego que se apóiam outros respeitos cegos. Como você analisa esta afirmação?

10 - Para que o educador atual possa alcançar o novo, e dar um salto quântico, terá que se defrontar consigo mesmo, olhar profundamente para as bases de sua própria existência e seu sistema de crenças. E para isto, será necessário abandonar os velhos dogmas e se debruçar sobre a nudez da educação. Como você analisa esta afirmação?

11 – O educador que não pede nada para si mesmo, que não usa a educação como meio de adquirir posição, poder ou autoridade - que está realmente ensinando não para o lucro, não segundo uma certa linha, mas que está se dedicando, crescendo, despertando a inteligência no aprendiz porque está cultivando a inteligência em si mesmo - tal educador tem o lugar principal na sociedade. Eles só podem ter integridade moral, estar livres do desejo de poder, posição e autoridade quando não pedem nada para si mesmos, quando estão além e acima da sociedade, não estão sob o controle dos governos e são livres da compulsão da ação social que é sempre ação segundo um padrão. Como você analisa esta afirmação?

12 – O problema atual da sociedade não é tanto o aprendiz - mas o educador. E educar o educador é muito mais difícil do que educar o aprendiz, porque o educador já está conformado e fixado. Ele funciona dentro de uma rotina porque não está realmente preocupado com o processo do pensamento, com o cultivo da inteligência. Ele está somente fornecendo informação e o homem que simplesmente dá informação quando o mundo todo está desabando a sua volta seguramente não é um educador. Encarar a educação somente como um meio de vida, explorar o aprendiz em proveito próprio parece-me contrário ao propósito real da educação. Como você analisa esta afirmação?

13 - O educador precisa estar além dos limites da sociedade e de suas exigências para ser capaz de criar uma nova cultura, uma nova estrutura, uma nova sociedade; mas atualmente estamos apenas preocupados com a técnica de como educar o aprendiz sem cultivar a inteligência do educador - o que parece completamente fútil. Estamos agora principalmente preocupados aprender uma técnica e aplicar esta técnica ao aprendiz e não com o cultivo da inteligência, que o ajudará a lidar com os problemas da vida. Como você analisa esta afirmação?

14 - É importante para o educador não simplesmente implantar certos ideais e transmitir apenas informação, mas empenhar todo o pensamento, todo o cuidado, toda a afeição para criar o ambiente certo, a atmosfera certa, de maneira que quando o aprendiz chegar à maturidade seja capaz de lidar com qualquer problema humano que surja. A educação só pode ser transformada educando o educador e não meramente criando um novo padrão, um novo sistema de ação. Como você analisa esta afirmação?

15 - A função da educação é produzir um indivíduo integrado capaz de lidar com a vida inteligentemente - de maneira completa, não parcialmente como um técnico ou um especialista. Mas o indivíduo não pode ser integrado se estiver meramente perseguindo um padrão especialista de ação. Como você analisa esta afirmação?

16 - A maioria de nós aprende uma técnica, mas tem muito pouco a dizer. Negligenciamos, descuidamos a capacidade de descobrir por nós mesmos; temos todos os instrumentos da descoberta, mas não descobrimos nada diretamente. Ao seguirmos uma determinada técnica ou método, perdemos nossa autenticidade, nossa originalidade e abrimos mão de nosso potencial criativo. Assim, o problema é como ser criativo, o que engendra sua própria técnica. Como você analisa esta afirmação?

17 - A sabedoria começa com o autoconhecimento e sem autoconhecimento a mera informação leva à destruição. Sem autoconhecimento o avião torna-se o mais destrutivo instrumento da vida, mas com autoconhecimento é um meio de ajuda humana. Assim o educador deve ser alguém que não está preso nas garras da sociedade, não joga o jogo do poder dos políticos, não procura posição ou autoridade. Ele descobriu em si mesmo aquilo que é eterno e por isso é capaz de compartilhar este conhecimento que ajudará outro a descobrir seus próprios meios de iluminação. Como você analisa esta afirmação?

18 – Não imitar, porém descobrir: isto é que é educação. É muito fácil fazer com que o aprendiz se ajuste ao que a sociedade ou os pais e mestres lhe ensina. É uma maneira segura e fácil de existir; mas isso não é viver, porque, aí, existe o medo, estagnação e conflito. “Viver em segurança” significa, geralmente, viver na imitação e, por conseguinte, no medo. Viver é descobrir por si mesmo o que é verdadeiro; e isso só é possível quando existe liberdade e essa só pode existir quando existe em nós, uma contínua revolução interior. Mas, isso não lhe é estimulado; ninguém lhe ensina a duvidar, a descobrir por si mesmo o que é Deus, porque, se ele se rebelar se tornará um perigo para tudo que é falso. Não seria a função do educador, ajudar o aprendiz a viver livre e sem medo?

19 – Consiste a função do educador, meramente, em ajudar o aprendiz a se conformar e se ajustar a esta corrupta ordem social vigente, ou é sua função dar-lhe liberdade completa de pensamento, para crescer e criar uma sociedade diferente?

20 – Somente aqueles que se acham em constante revolta interior, psicológica, descobrem o que é verdadeiro e não o aprendiz que se ajusta, que se conforma, que segue uma certa tradição. Somente quando se está investigando constantemente, observando constantemente, aprendendo constantemente, pode o aprendiz experimentar por si mesmo o que seja a Verdade, Deus ou o Amor. Assim, a função do educador, não seria a de erradicar, tanto interior como exteriormente, esse medo que destrói o pensamento humano, as relações humanas e o amor?

21 – No mundo inteiro, tudo está se tornando cada vez mais controlado pelos governos, pelos políticos, pelas autoridades religiosas, que desejam moldar nossas mentes e nossos corações, que querem que pensemos de certa maneira e que manipulam a educação. Toda educação verdadeiramente revolucionária é criada por uns poucos que enxergam o que é verdadeiro e estão prontos a viver de acordo com esta verdade. Mas, o descobrir do verdadeiro requer que estejamos libertos da tradição e dos métodos, e, portanto, libertos de todos os temores. Como você analisa esta afirmação?

22 – Educação é facilitar um terreno fértil para que cada um encontre sua palavra. Cada um é seu livro de estudo, basta ir virando as suas próprias páginas. É preciso ajudar a despertar a excelência humana. Como você analisa essa afirmação?

23 – Na busca da verdade é que se desperta o terapeuta interior que existe em nós!  Como você analisa essa afirmação?

24 – Qual é a pergunta que lhe faz levantar todos os dias? Qual é o seu desejo mais profundo? O que lhe faz arrepiar? O que lhe faz maravilhar? O que lhe trás contentamento?

 Fonte bibliográfica para maior aprofundamento:

1.       O drama da criança bem-dotada – Como os pais podem formar ou deformar a vida emocional de seus filhos. Autora: Alice Miller - EditoraSummus Editorial – 112 páginas
2.        Curando a vergonha que impede de viverAutor: John Bradshaw – Editora: Rosa dos Tempos – 350 páginas

3.       Volta Ao Lar – Como resgatar e defender sua criança interiorAutor: John Bradshaw – Editora: Rocco – 342 páginas

4.       Pais Tóxicos – Como superar a interferência sufocante e se recuperarAutor: Craig Buck e Susan Forward – Editora: Rocco
5.       Escola sem sala de aulaAutor: R. Semler / G. Dimenstein / Antonio C. G. da Costa – Editora: Papirus – 144 Páginas

6.       A Pedagogia do Ser - Educação dos sentimentos e dos valores humanosAutora: Dulce Moreira Sampaio – Ed. Vozes – 160 Páginas

7.       A CULTURA E O PROBLEMA HUMANOAutor: Krishnamurti – Editora Cultrix – 220 páginas

8.       A Educação e o significado da vidaAutor: Krishnamurti – Editora Cultrix – 129 páginas

9.       Palestras com estudantes americanosAutor: Krishnamurti – Editora Cultrix – 147 páginas

10.    Sobre aprendizagem e conhecimentoAutor: Krishnamurti – Editora Cultrix – 160 páginas

11.    Cartas as Escolas – A arte de aprenderAutor: Krishnamurti – Editora Terra sem Caminho – 256 páginas

12.    O Despertar da SensibilidadeAutor: Krishnamurti – Editora Estampa – 272 páginas

13.    Comentários sobre o ViverAutor: Krishnamurti – Editora Cultrix – 228 páginas

14.    Trabalhando com AlmaEditora Cultrix

FILMES 

1 - UM GÊNIO INDOMÁVEL
2 - SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS
3 - EDUCAÇÃO PARA A VIDA – UNIPAZ
4 - AS CONFISSÕES DE SCHMIDT
5 - RUMO AO PARAÍSO
6 - FIO DA NAVALHA
7 – NOIVA EM FUGA

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Escolho meus amigos pela pupila

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU! JUNTE-SE À NÓS!