Este blog não foi criado para quem já fechou as persianas de sua mente e cuidadosamente as fixou para que nenhum filete de luz de novas idéias penetre e perturbe sua sonolenta e estagnante zona de conforto. Este blog é para os poucos que querem entrar na terra firme da experiência direta por não verem outro caminho mais seguro a tomar.

03 setembro 2009

Móveis campos de concentração

07h30min.
Metrô; linha norte-sul.
Valor da passagem: R$2,55, para ter o direito de ser uma das nove ou dez pessoas num m2.
Inicia-se a cotidiana batalha civil.
Em cada estação, pessoas lutam para entrar; outras para sair e grande parte, para no vagão permanecer – mesmo que sem qualquer ponto de apoio.
Em algumas estações, onde a concentração é maior, pessoas, como gado, são enfileiradas em modernos currais. Abrem-se as portas e com elas outro estouro de manada...
Nas paredes dos vagões, adesivos políticos afirmam o governo trabalhando para você, prometendo para 2010, 4,5 milhões de passageiros.
Com dificuldade as portas são fechadas, assim como a expressão do rosto das pessoas, que absurdamente, cotidianamente aceitam esta situação como algo normal.
Enquanto isso, os políticos com seus motoristas particulares, em luxuosos, blindados e arejados carros públicos, confortavelmente lêem as últimas no jornal.

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Escolho meus amigos pela pupila

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU! JUNTE-SE À NÓS!