Este blog não foi criado para quem já fechou as persianas de sua mente e cuidadosamente as fixou para que nenhum filete de luz de novas idéias penetre e perturbe sua sonolenta e estagnante zona de conforto. Este blog é para os poucos que querem entrar na terra firme da experiência direta por não verem outro caminho mais seguro a tomar.

27 dezembro 2010

Desacelere!

Velocidade, foto por NJRO.

Se você correr muito rápido, a própria velocidade lhe dá uma intoxicação. É por isso que há tanto vício com a velocidade. Se você dirige um carro, a mente quer ir cada vez mais rápido. Ela lhe torna intoxicado.

A velocidade segrega certas substâncias químicas no corpo e no sangue; por causa disso você gostaria de continuar pressionando o acelerador. Experimente um dia correr rápido e observe o que acontece. Chega o momento no qual a velocidade assume a direção: essa é a aceleração da velocidade.

Exatamente o oposto acontece se você diminuir. O que um Buda está fazendo sob a árvore? – diminuindo a velocidade, nada mais. O que estou continuamente ensinando a vocês? – diminuir a velocidade. Chega um ponto que não há nenhuma velocidade dentro de você, ninguém correndo. Nesse momento a consciência acontece – você se torna iluminado.

Existem dois pólos: um é velocidade; assim você está intoxicado, você fica inconsciente. O outro é nenhuma velocidade – parada total, completa, uma parada absoluta. Subitamente você se torna iluminado.

O método:
Diminua sua velocidade. Coma devagar, caminhe devagar, fale devagar, mova-se bem lentamente, e aos poucos você chegará a conhecer a beleza da inatividade, a beleza da passividade. Assim você não fica intoxicado – você está completamente atento e cônscio.

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Escolho meus amigos pela pupila

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU! JUNTE-SE À NÓS!