Este blog não foi criado para quem já fechou as persianas de sua mente e cuidadosamente as fixou para que nenhum filete de luz de novas idéias penetre e perturbe sua sonolenta e estagnante zona de conforto. Este blog é para os poucos que querem entrar na terra firme da experiência direta por não verem outro caminho mais seguro a tomar.

11 setembro 2015

Olhar ácido

Acidez: essa é a realidade de quem está sob os domínios da mente adquirida. Não tem mais nada para dar, pois a visão está centrada no ego livresco e não num coração integrado. Não é uma visão cujo único espírito é o de esclarecer e integrar, mas sim, de atacar e chocar. A mente adquirida nunca saberá o que é amor e compaixão, visto que ela só sabe causar, só quer polemizar. Esse é o seu modo de dizer: "Olhem pra mim, eu existo! Vejam como sou inteligente... Me aplaudam, me reverenciem... Tenham medo de mim!"

Nesse tipo de olhar, nunca teremos uma revolução, apenas o aumento de confusão e divisão. Isso é bem natural enquanto estamos na infância espiritual; é uma espécie de birra infantil; é uma forma de dizer: "não brinco mais... estou de mal". É  pura vaidade intelectual.

Esse olhar ocorre porque, de fato, SOMOS TRISTES; em nossa arrogância tentamos esconder dos outros — e de nós mesmos — nossa triste realidade interna.

Quando rimos, nosso riso é de desespero; nosso riso é de solidão. É um riso que sabe que não dá mais para viver aquilo, mas que também desconhece AQUILO  que está para além daquilo. Nesse confuso labirinto, somos o sujo falando dos maltrapilhos. São apenas dois lados da mesma moeda, cujo sistema econômico defendido é O EGO.

Quando sob o domínio da mente adquirida, mantemos um riso amarelo que não tem a clareza do AMOR. Nosso riso é um riso de medo; medo de que saibam o que fomos ontem, o que somos hoje e o medo do que seremos amanhã.

Quando na mente adquirida, desconhecemos o amor, só temos apego, dependência e interesse.

Outsider

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Escolho meus amigos pela pupila

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU! JUNTE-SE À NÓS!