Este blog não foi criado para quem já fechou as persianas de sua mente e cuidadosamente as fixou para que nenhum filete de luz de novas idéias penetre e perturbe sua sonolenta e estagnante zona de conforto. Este blog é para os poucos que querem entrar na terra firme da experiência direta por não verem outro caminho mais seguro a tomar.

21 dezembro 2011

Diálogo sobre o ego


Alsibar: E ai? Bom dia!... Intervalo do trabalho. rsrsrs Tudo beleza?

Nelson: Beleza e você?

Alsibar: Novidades? Aqui tudo beleza!

Nelson: Estamos aqui na observação do ego.

Alsibar: rsrsrs

Nelson: este bicho é monstruoso!

Alsibar: kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Nelson: Sem que a gente se perceba, estamos a alimentá-lo, isto é um fato corrente.

Alsibar: Vixe! Rapaz, disse tudo!

Nelson: Perebo que, por mais que pensemos estar despertos, quase sempre, estamos dormindo em seus movimentos.

Alsibar: Essa é a grande merda! Sim! Você está certíssimo.

Nelson: Percebi que ele faz uso da busca espiritual para, através dela, passar batido.

Alsibar: Hummmmmmmmm... Estou gostando! Continua!

Nelson: Começo a perceber nitidamente que um grande lance é a inação na observação... Ficar só, observando seus movimentos...

Alsibar:Hummmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm

Nelson: Ficar observando seus impulsos, suas projeções, exatamente como são, sem tentar eliminar nada do que é observado, por mais doloroso que se apresente. Percebo nitidamente seu movimento na ponte do tempo — passado/futuro —; seus aceleradíssimos monólogos...

Alsibar: Realmente...

Nelson: Sua constante procura por inimigos externos.

Alsibar: Os “Nova éramos” estão corretos: “este é o ano do despertar!”

Nelson: Percebo que o ego quer sempre nos levar ao doentio estado de isolamento.

Alsibar: Boa essa!

Nelson: Ele busca frustrar qualquer intimidade autêntica, destituída de controle, e, de fato, não há como se conseguir isso, quando o ego está presente e, o mais assustador, é que percebo que todos, em maior ou menor grau, estão inseridos e identificados como sendo ele (o ego) e totalmente inconscientes desse fato.

Alsibar: Sim, 100% certo!

Nelson: Então, de fato, não há como existir o amor, somente, conveniências, interesses velados ou declarados, que se não são alimentados na relação pedem pela eliminação da mesma. Importante ressaltar que isso se apresenta em todas as áreas.

Alsibar: hummm? Sim...

Nelson: É nitido como o ego tem uma facilidade incrível de retaliação, ele usa e descarta e não comunga nunca, porque, o que há de comum numa relação de egos é o próprio ego e, onde o ego está, não há como haver comunhão, só conflito de interesses. Nestes dias, parei para ver como nunca antes a gravidade do que se apresenta em nós, como sendo nós... Da gravidade que é uma existência regida pelo ego

Alsibar: hummmmm... Um grande salto posso ver.

Nelson: Mesmo que um "ego polido" através da espiritualidade. Não existe 1/2 mulher grávida, seja de um mês ou de oito, é uma mulher grávida; não existe meio ego, ego é ego e, enquanto ego presente, não há como cessar o conflito, o vazio, o tédio, o descontentamento, as dualidades de sentimento, as compulsões, as obsessões (mesmo que seja a obsessão pela libertação do ego).

Alsibar: Isso!... Este é o problema! Muito bem descrito por você. Continua!...

Nelson: Percebo, Alsibar, que mesmo a lógica e a razão, são subprodutos do ego... Elas são diretamente influenciadas pelo pacote de memória.

Alsibar: Vamos com calma aqui!

Nelson: Você já deve ter percebido isso antes!

Alsibar: Deixa eu lhe perguntar: mas, toda a lógica e razão? Entende onde quero chegar?

Nelson: Veja, com certeza, você já não tomou decisões baseadas na razão e na lógica que, há seu tempo, se mostrou fonte de conflito, não é mesmo?

Alsibar: Sim... Porque você fez uma afirmação absoluta por isso questiono: toda lógica e razão?

Nelson: Alsibar, você já agiu pela razão, pela lógica, mas o resultado final se mostrou ilógico, isso já se mostrou bem comum, creio eu.

Alsibar: Sim... Mas, sempre? Entende?

Nelson: Digo que, no que diz respeito a eliminação do domínio do ego, a razão e a lógica são limitadas.

Alsibar: Hmmmmm... No que diz respeito ao domínio do EGO...

Nelson: Há que se manifestar algo que transpasse esse limite da lógica e da razão.

Alsibar: Essa conversa é muito profunda... E ampla....

Nelson: Talvez seja isso o que Krishnamurti queria dizer com o tal “Estado Criador”

Alsibar: Sim! Verdade! Sim!

Nelson: Aquilo que os cristão chamam de “Deus” e outros de “Nirvana”

Alsibar: Nesse sentido... É exatamente isso! Agora peguei o "ponto".

Nelson: Mesmo com toda lógica e razão (no que diz questão à eliminação do ego) me vejo em círculos.

Alsibar: Sim.... Simmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm

Nelson: As decisões tomadas na base da razão e da lógica, há seu tempo, se mostram ilógicas e maiores fontes de retroalimentação do ego.

Alsibar: Isso tendo como referência a eliminação do ego, vamos dizer assim, para ficar bem claro e didático. Sim!

Nelson: Na vida “técnica” e “prática”, não é o caso.

Alsibar: Isso! Certíssimo!

Nelson: A razão e a lógica tem seu lugar devido, mas, no que diz respeito à eliminação desse estado dominado pelo ego, não.

Alsibar: Nota 10! Verdade.

Nelson: A razão e a lógica sempre estarão a favor da manutenção do ego; acabam sendo seus maiores escudeiros!

Alsibar: Isso, isso, isso!

Nelson: Isso, para mim, está sendo um grande divisor de águas.

Alsibar: E é!

Nelson: A lógica e a razão nos torna como que “cachorros correndo atrás do próprio rabo”, sempre presos na repetição do padrão (em qualquer área).

Alsibar: That's right man!

Nelson: São elas — lógica e razão — que criam a Tradição, o convencionalismo. Percebo também, que nossa postura diante do ego, com a busca espiritual é como se estivéssemos sempre a podar os galhos da árvore, mas nunca vamos direto às suas raízes e nisso, ocorrem as recaídas emocionais, com suas somatizações comportamentais.

Alsibar: Muito boa sua percepção do que seja o EGO.

Nelson: Tem muito aqui para compartilhar.

Alsibar: Rsrsrs. Amigo, deveríamos conversar mais vezes e compartilhar essas conversas, diálogos. Acho que ajudaria as pessoas, rsrsrs

Nelson: Esta aqui vai para o blog se você permitir.

Alsibar: Pode ser.

Nelson: Ótimo!

Alsibar: Mas acho que poderíamos colocar algo melhor, mas, se você acha que está boa, fique a vontade.

Nelson: Conversas sérias e nutritivas são sempre bem-vindas!

Alsibar: Gostaria que conversássemos um dia pelo MSN, sobre esses assuntos e com mais tempo. Agora, tenho que sair.

Nelson: Hora que você quiser! Beleza, valeu pela atenção.

Alsibar: Na próxima semana, terei a semana toda livre, manhã, tarde e noite.

Nelson: Certo! Estamos por aqui é só chamar!

Alsibar: Vamos conversar num desses dias, sobre coisas que realmente importam
e que podem ser uteis, valeu pela conversa!

Nelson: Legal! Valeu!

Alsibar: Continue com suas percepções, estão apontando para o mesmo Himalaya que as minhas apontam. Fraterabraços e até a próxima!

Nelson: Um fraterabraço e um chute nas canelas! Até!

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Visite: http://alsibar.blogspot.com

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Escolho meus amigos pela pupila

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU! JUNTE-SE À NÓS!