Para onde aponta a atenta observância do Paradigma Holotrópico? Assim como em várias escolas iniciáticas, aponta para a retomada da consciência de nossa inerente divindade. No entanto, enquanto identificados com a mente adquirida e suas paixões, manias, tendências, absurdas crenças e infundados preconceitos, não há como ocorrer uma busca consciente pelo retorno desse estado de ser em divindade.
É preciso ter consciência de que não há autoconhecimento sem um prévio trabalho de egoconhecimento. É preciso um sério trabalho de reparação e depuração, ou seja, um trabalho que nos prontifique para tal retorno. É preciso depurar-nos do orgulho e suas incontáveis resultantes (um trabalho que se mostra bastante doloroso); mas não há outro modo: sem humildade, não há retorno à Divindade que somos. Sem o silêncio de nossos vários "cios", o SI MESMO, não se manifesta.
O egoconhecimento e o resultante silenciar de nossas paixões, inevitavelmente, lança-nos num enorme deserto do Real; para tudo que olhamos e tocamos, não encontramos o mínimo reflexo do Real. O egoconhecimento traz consigo a reorientação do desejo, para que Deus seja.
A maturidade nos chega quando tomamos a consciência, de modo holístico, de que valores finitos não podem saciar essa enorme sede do Infinito. Quando todos os pensamentos se fundem num só pensamento, estamos próximos da manifestação do autoconhecimento, ou seja, de conhecer, por nós mesmos — e não mais pelos ditos de terceiros — a realidade da divina substância que somos, com seu inenarrável e glorioso estado de ser.
Essa é a trilha menos percorrida; essa é a jornada do herói; essa é a estrada dos corajosos Outsiders. O resto, é só coloridos desvios...
Outsider
Outsider