É interessante perceber como, para a grande maioria das pessoas, o senso de ser está ligado a momentânea profissão que exercem e não com a realidade daquilo que são. Quase sempre, ao serem questionadas sobre como anda a qualidade de sua vida, disparam a falar sobre as ocorrências de seus locais de trabalho, como se nós também fizéssemos parte do mesmo. Basta uma breve paradinha do tipo: "Deixe o trabalho um pouquinho de lado; quero saber de seu coração" e tão logo, o assunto acaba, e a pressa para uma outra atividade se apresenta como válvula de escape da possibilidade de uma genuína intimidade. E, como dizia o poeta, "assim caminha a humanidade, com passos de formiga e sem vontade."
Outsider