Este blog não foi criado para quem já fechou as persianas de sua mente e cuidadosamente as fixou para que nenhum filete de luz de novas idéias penetre e perturbe sua sonolenta e estagnante zona de conforto. Este blog é para os poucos que querem entrar na terra firme da experiência direta por não verem outro caminho mais seguro a tomar.

07 janeiro 2013

Constatações sobre a solidão

Se você realmente se importa em entrar em contato com o real, com a verdade — ou se preferir, pode usar a palavra Deus ou outra que lhe soe melhor aos ouvidos — se você realmente se importa em entrar em contato com aquilo que você realmente é — e não em manter aquilo que você sustenta ser através das desgastadas máscaras desse inseguro “eu” — prepare-se para o forte impacto da solidão que sempre esteve aí com você, prepare-se para constatação da limitação daquilo que pensamos ser “encontros”. Todo aquele que realmente se importa com a possibilidade da manifestação do real, não pode carregar consigo o medo que torna impossível o contato com a solidão que se é; é preciso ter a ousadia de se abrir para esse medo, para essa solidão e, nesse necessário estado de “abertura iniciática”, ser brindado com a sua benfazeja compreensão.  Quando se tem medo de fazer frente à solidão que se é, não há como se alcançar aquele estado de liberdade, felicidade e genuína amorosidade, cuja limitação da palavra amor, não tem como nos apresentar; ao contrário, quando não se é capaz de fazer frente a esse estado natural de solidão, não há como se vivenciar a realidade do que vem a ser a verdadeira liberdade do assim chamado “espírito humano”; não há como vivenciar de forma direta, holística, a realidade que significa a palavra “autonomia”, a realidade do que significa ser uma entidade “psicologicamente autossuficiente”. Sem isso, sem esse consciente estado de abertura, o que fica é a continuidade da sustentação de um limitado estado de ser cuja base é medo, dependências psicológicas, com suas inevitáveis e descabidas exigências, tanto de si mesmo, como dos demais seres humanos que nos cercam, bem como da própria natureza, da qual, ilusoriamente pensamos estar em relação. 

Outsider  

  

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Escolho meus amigos pela pupila

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU! JUNTE-SE À NÓS!