Como todo brasileiro, condicionado desde pequeno a assistir e se emocionar com a seleção brasileira nas copas, fiquei a observar minhas próprias reações íntimas durante o último jogo. Se a serenidade, paz e tranquilidade interior são importantes para nos estabelecermos naquele estado glorioso de efetiva liberdade, certamente não vai ser uma inocente partida de futebol que irá nos desviar.
Enquanto uma partida se desenrola as emoções do desatento torcedor seguem seu ritmo frenético, várias emoções disparatadas, ora de alívio, ora de euforia, ora de raiva, fantasias, pura fantasia. O locutor dizendo um monte de bobagens, referências de um passado morto, inflamando o telespectador a entregar-se ao máximo à absurda peleja. Se ficamos atentos à observar-nos como interagentes neste colorido circo, a própria observação de si mesmo diante tamanha bobagem dissipa rapidamente a ilusão e vemos que tudo não passa de uma brincadeira infantil, ridícula, o mesmo que um teatro de palhaços.
E rimos, de fato é uma alegria ver este espetáculo, de longe, desde que não haja uma mínima partícula de envolvimento emocional, sim, é um espetáculo. E rimos e nos divertimos.
Autor: Oaska