A percepção está aguçadíssima... a percepção de que não há amor aqui, em nada e por nada, é muito grande; essa percepção é pacifica, não há nela, qualquer sinal de conflito. A a busca desses anos trouxe a capacidade de respeito, de companheirismo e comprometimento, mas, nada disso tampa o buraco da ausência disso que tentamos expressar pelo desgastado símbolo da palavra AMOR. No entanto, o símbolo, NUNCA ALCANÇA O SIMBOLIZADO. Há que ocorrer o NASCIMENTO DO AMOR; sem isso, estamos condenados ao vazio de qualquer tipo de interação humana. A percepção é de que o vazio, hoje, não é desesperador... É possível assimilá-lo e, nessa assimilação, uma transformação de percepção ocorre; ela fica cada vez mais aguçada,
o que determina uma maturação da psiquê. O medo da solidão vai reduzindo, e outras coisas vão caindo por terra, principalmente o medo de ver exatamente O QUE É, a real do que ocorre em nosso ambiente emocional, psíquico. É preciso muita maturidade para fazer frente, de forma minuciosa e destemida, à realidade da entidade com a qual ainda funcionamos em partes. Percebo que são raros os que estão "prontificados" para tal grau de honestidade radical para consigo mesmo. Sem essa radicalidade, torna-se impossível a percepção de que, pela ausência de amor, todas as nossas "construções" foram baseadas no auto-interesse de nossos adulterados instintos básicos; construções destituídas das bases edificantes do amor; por isso tais construções se abalam facilmente ao menor tremor das emoções. O medo geral é tão grande que, o que reina, é a força da NEGAÇÃO.
Em diálogo com o confrade Ananda44