31 janeiro 2013
30 janeiro 2013
Constatações sobre o ego intelectualizado
Outsider
Uma conversa de descondicionantes terabytes
Vinho: Amigo, você precisa vir aqui, com mais calma, para conversarmos mais de sites, cuidar do ser e tomar um café!
Out: O que menos quero na vida, é perder tempo conversando sobre sites... Isso, para mim, é pura perda de vida; você já se perguntou se você foi "convocado" para esta vida com a finalidade de fazer sites?
Vinho: Ok. Não era comercialmente, mas estou desenvolvendo para um cara que é "manager".
Out: Por favor, me compreenda, compreenda que não digo isto com o intuito de ofensa, nem de preconceito de classe profissional.
Vinho: Concordo! Mas, profissionalmente, gosto disso e também de banco de dados.
Out: Cara, essa é que a merda do ser humano... Dividir a vida por setores!... Emocionalmente, espiritualmente, profissionalmente... Que merda é essa de "profissionalmente"? Só aqueles que não descobriram sua REAL VOCAÇÃO - ou seja a expressão da voz do coração — é que vivem esse tal "profissionalmente"...
Vinho: Eu sei disso, mas neste momento, é o que faz pagar as minhas contas... Mas sei que sobrevivo e que não vivo!
Out: E ai eu pergunto: até quando?... Sabe, penso que não somos sérios; se o fossemos, talvez, sentaríamos para conversar e investigar isso com propriedade, com intensidade, com toda a nossa energia, afinal, trata-se de nossa vida.
Vinho: Sei muito bem que o Facebook, meu site, minha empresa, não são a razão da minha existência.
Out: A casa de nossa vida está pegando fogo, ardendo, sendo consumida e nós, aqui, brincando de ser um "responsável profissional realizado"...
Vinho: As questões espirituais são maiores que as materiais, mas, "Namastê", não paga as minhas contas...
Out: Isso porque, talvez, você não tenha nada de original... Talvez seja uma pessoa de segunda mão; uma imitação barata das ideias dos outros, ideias pelas quais você tem pago por anos... Pago para aprender, para depois, ter que mendingar para vender seu produto de segunda mão... Se tivesse algo de original, talvez, estariam correndo atrás de você e, quem sabe, sobraria tempo para muito mais "Namastê"... Por favor, não responda rápido; reflita; deixe isso reverberar ai dentro, pois, afinal, trata-se da sua existência sem vida!... Percebo que, por anos, apenas existimos e, o pior de tudo, pensando que vivemos!
Vinho: Concordo parcialmente, mas, não me considero uma pessoa de segunda mão. Entendi dentro do conceito que colocou mas, me considero digno dentro das qualidades que possuo, além dessa vida e de outra, pois também, quem te garante que as crenças budistas, espiritualistas sejam o único caminho?
Out: Não estou falando sobre nada disso de "crenças"... Ao meu ver, a crença é uma influência que a consciência do real, prensa!... Por favor, se me permite, sugiro que você saia dessa postura defensiva; estou falando do problema humano, onde, pelo que me parece, amigo, infelizmente, você está incluso.
Vinho: Não estou na defensiva, mas defendendo meu ponto de vista.
Out: Cara, veja o absurdo do que você acabou de escrever... Veja a redundância... Me parece pura falta de bom senso!... "Não estou na defensiva, mas defendendo meu ponto de vista"... A C O R D A! É o mesmo que dizer: "não estou bebendo água; mas estou bebendo água"... Sei muito bem, que só de pensar em olhar para isso, nossa mente, nosso interior - cuja base é medo - se agita!... Se rebela de forma imatura!
Vinho: Defender o ponto de vista não significa apenas se defender, pois não preciso disso... Acredito em tudo que é bom dentro de tudo, dos dogmas, etc.
Ou: A mente se defende; temos medo de olhar, de observar, de questionar nossa "pseudo zona de conforto"... Desse modo, os dias passam lentos e bem longe da potencialização de nossos REAIS TALENTOS.
Vinho: Claro que é você quem está com as pedras brancas neste jogo de xadrez que estamos jogando! Estou jogando com as pretas que se defendem (risos)
Out: Cara, você é meu amigo, veja... Por favor, veja... Veja.. Não estou atacando, por isso, não há porque se defender. Veja... Peço para que você, de forma aberta, sem nenhuma defesa...
Vinho: Sei que está com a razão e que, quando eu acordar, possa estar muito no final, mas, brother, não tenho como bancar meu pão sem a informática.
Out: Cara, para de se justificar, o que é uma forma de defesa... Só tente escutar!
Vinho: Está certo! Não está mesmo atacando, é só um dialogo; sorry!
Out: Estou pedindo — e pedindo de coração — para que você, alguém que nutro carinho...
Vinho: Sei que faz isso com sua alma, coração, é por isso que sempre te escutei!
Out: E que sei que — como eu no passado, por muitos anos — hoje sofre pra cacete, as escondidas... Apenas observe o que estou falando sem qualquer tipo de defesa... Vou tentar explicar o porque, isso se sua mente reativa me permitir! (risos)... Veja... Por favor... Veja... Acompanhe... Se acompanhar, de mente aberta, se escutar com o coração, nesse próprio escutar do coração, perceberá se o que digo é falso ou verdadeiro; portanto...
Vinho: Amigo, comigo tem toda plena abertura pra falar sempre tudo, pois por isso te chamo de AMIGO... Tenho poucos! E, você, é um deles!
Out: Não é preciso de pedras brancas ou pretas aqui. Olhe, vamos lá... Tivemos uma educação, seja parental ou escolar, que foi uma merda de castração, de formatação...
Vinho: Brinquei do lance do Xadrez e agora vou ler...
Out: ...de eliminação de toda nossa ORIGINALIDADE, autenticidade, poder criativo... Nos transformaram — claro que de forma inconsciente — em memorizadores de um passado morto, com sua tradições arcaicas e disfuncionais, que não servem em nada para a compreensão de nossos atuais desafios, os quais nos são impostos pela vida; recebemos sempre os novos desafios da vida com o nosso olhar em nosso embolorado acervo de conhecimento...
Vinho: O que você quer dizer com isso? Que temos que dedicar um tempo maior para a vida e menos para o trabalho?... Se for isso, concordo muito!
Out: Não se trata de concordar ou discordar! Se ficarmos ai, não sairemos do nível mental das palavras... Por favor, se me permite a sugestão, desacelere sua mente reativa e apenas tente acompanhar... Tente, tente isso: só observar o que digo... Nossa educação, tanto parental, como escolar e social, arrebentou o processo de descoberta de nossa vocação criativa; fechou hermeticamente o conhecimento de nosso sentido de vida, de nossa participação qualitativa para o mundo de relação...
Vinho: Somos escravos de nós mesmos!
Out: Calma! tente não escrever; tente observar com todo os seus músculos, com todo o seu ser, não de forma parcial fragmentária... Nossa educação nos "mesmerizou", nos tornou uma "cópia ambulante"; usando a linguagem da informática, nos tornou um backup de sistemas alheios... encheu a HD de nossa mente, com um bando de dados alheio, com uma complicada linguagem codificada, a qual instalou um poderosíssimo firewall, que por sua vez, impediu — e continua a impedir — a manifestação de nosso estado natural estado criatico... Tudo isso criou também, dentro de nós, um antivírus que cria resistência para qualquer possibilidade de observar o conteúdo de conversas que apontem para a nossa inabilidade de viver com folga.
Vinho: O cara do filme "Matrix", em seu primeiro filme, bem que tentou demonstrar isso... Colocam mesmo um chip dentro de nós!...
Out: Calma, calma... Só acompanhe, cacete! penso que essas falas suas, também fazem parte do atualíssimo antivírus, mesmo que essas falas compactuem com a abordagem, elas impedem a real compreensão, aqui e agora, compreensão essa que pode causar uma tremenda revolução, em nosso modo de ver a vida. Veja... Vamos com calma... Por que temos que trabalhar em cima de sistemas alheios?... Não responde! Apenas deixe reverberar ai... Por que não somos uma ferramenta de manifestação do não manifesto?... Calma... Não responda!... Deixe reverberar!... Por que não somos — realmente — criativos?... Sei muito bem, por experiência própria, como isso dói de ser percebido visceralmente... Mas, se não olhamos de forma factual, se não trazemos à luz a nossa realidade... Ela permanece lá, na sombras, impedindo o despertar da inteligência criativa amorosa, a qual penso ter uma mensagem única,
pessoal, intransferível... Mensagem essa que só pode vir ao mundo do manifesto por meio do "veículo" que é você... E, que por ser uma mensagem única, o mundo por estar dela necessitado, pagará o que for preciso. No entanto, como essa inteligência é amorosa, nunca cobrará por privilégios umbigóides, autocentrados! Em consequência dessa amorosidade que é a essência dessa inteligência, só vai espaço para aquilo que é o estritamente necessário — o que quebra a continuidade do sistema de autointeresse, pelo qual todo sistema funciona. Penso que essa inteligência não busca por privilégios, mas sim, pela concretização dos direitos coletivos. Agora, veja: se você tem o coletivo ao seu lado, como poderá mendigar?... Mesmo os assim chamados "ricos", fazem parte desse coletivo. Percebe para onde estou tentando apontar?... Então, o que digo é que precisamos inventariar de forma destemida, a nossa triste realidade de uma existência sem vida, destituída do exercício de tempo para a manifestação do ócio criativo. Sem olhar, sem pesquisar o fato dessa realidade, não vejo como alterá-la; só vejo a triste e enfadonha continuidade em seu curso, através de cursos que nada falam à nossa realidade interior. Sei que isso pode soar como assustador; a simples ideia de olhar para isso nos amedronta, nos enche de ansiedade.
Vinho: Não é assustador!
Out: Bem, para mim, assim foi... E muito! Mas, superado o medo, vista a realidade, na ocorrência dessa visão, deu-se a ação que não foi fruto de desejo — o qual está sempre vinculado às nossas experiências passadas — ; o desejo sempre aponta para o conhecido, portanto, não traz consigo, revelação. Ao contrário, todo desejo, parece nos manter num estado de defesa, o qual garanta a continuidade de nossa satisfação momentânea, que narcotiza nossa realidade só por momentos, mas que é seguido sempre de dor ao quadrado. Depois da satisfação, sempre vem o estado de vazio... Sabemos disso!... Penso que, só a revelação, momento a momento, é que tem o poder de nos plenificar e isso não pode ocorrer se não estamos abertos ao criativo — que é algo que somos e não que temos... Nós somos essa criatividade! Não há essa coisa de uma entidade que pensa ter criatividade! Somos essa criatividade! Não temo criatividade! Parece louco isso? Portanto, se ocorre uma crise real, em nosso interno, crise essa que abale substancialmente esse nosso pernicioso e venenoso estado de conformismo a um modo de vida de segunda mão, ocorre nessa crise, a possibilidade de um estado de abertura para o NOVO. É interessante aqui notar que a palavra "crise" tem o mesmo inicio de "crisálida"; crisálida é o momento de reflexão do nosso voraz estado de horizontalidade materialista da lagarta, a qual, depois de cansada da limitada identificação dos sentidos, através de um profundo período de isolamento, de silêncio meditativo — o que não significa a busca literal de isolamento físico — busca potencializar seu intrínseco estado de borboleta, com o qual encontra novas possibilidades nunca se quer antes imaginada. Nesse novo estado de ser, há beleza, leveza e liberdade de ação. Essa conformose, essa doença do conformismo é que nos mata lentamente. A vacina de imunização dessa doença da conformose, se dá pela agulha afiada da observação factual, sem que ocorra espaço para qualquer tipo de defesa, de julgamento, de justificação... Apenas olhar o fato de que somos pessoas de segunda mão, sem que percebamos, nos abre as portas para o processo de resgate da originalidade que somos, em nós abafada por uma cultura mesmérica, por uma cultura de moda, pela qual somos literalmente "modelados". Penso que é urgentemente necessário ver isso — não de forma intelectual ou verbal — mas sim, de forma visceral, holística; sem a percepção disso, teremos que continuar aplacando o vazio de nossa existência sem vida — como há muitos anos temos feito — através de alguma forma de narcotização: seja pelo trabalho, pela aquela fedorenta ideia de "comer o pão através do suor de nosso rosto", seja pela cervejinha diária, pelo sexo destituído de amor, seja pela lucrativo mercado da pornografia, seja pelas conversas de balcão que não geram reflexão nutritiva, seja pelos tumultuados passeios pelos shoppings que nos escravizam aos nossos extratos de cartão de crédito, ou então, como quase todos hoje estamos viciados, pelo Facebook, em nossas coleções de frases curtas e de curto impacto que nos fazem parecer ser conscientes.
Vinho: Agora você não bebe sua cervejinha? Não faz amor? Não tem que fotografar para pagar suas contas?
Out: ok! Isso já era de se esperar... Novamente a natural atitude de defesa, só que, agora, através desse transgeracional vício comparação... A mente é realmente uma merda!... Esse chip é forte mesmo! E com a velocidade de mil terabytes por segundo!
Vinho: Não é comparação, mas você também vive no sistema, mesmo querendo voar dele!
Out: Não, eu não estou inserido nesse sistema... Acha que isso que lhe escrevo possa ser resultado de algo não vivido?
Vinho: Se você bebe e trabalha, está nele inserido, mesmo que por momentos.
Out: Isso me parece ser uma análise muito infantil; me perdoe! Penso ser uma forma de escapismo da real, bem imatura, por sinal! No meu entendimento, não há nenhum problema na ação em si, mas sim, no espírito que move tais ações.
Vinho: Imatura? Por que? Quando curto os bens materiais, tipo a cerveja e cármico tipo sexo é infantil? E você? É transcendental?
Out: Me reportei no sentido de como tentamos aplacar nosso imenso e disfarçado vazio. Veja: se nossa conversa ficar no nível do confronto mental de limitados e condicionados pontos de vista, não haverá espaço para um real encontro entre nós. Para isso, o que é exigido de nós, é um poderoso estado de honestidade emocional... Em vista disso, se me permite, lanço-lhe umas perguntas, perguntas estas que, se você for realmente honesto, talvez, possam lhe roubar boas horas de sono, podem tornar seu travesseiro um enorme peso. São elas: Você é feliz? Você ama? Você é criativo?... Se você é feliz — de fato — não há porque continuarmos esta conversa; se você sabe o que é amor — de fato — não há porque continuarmos esta conversa; se você sabe o que é criatividade — de fato — não há porque continuarmos esta conversa... se você sabe o que é liberdade — de fato — não há porque continuarmos esta conversa...
Vinho: Claro que, de modo geral, não sou feliz! Afinal, falta amor em vários sentidos!
Out: Agora, se você e eu, percebemos de forma madura, séria, que não temos isso... continuamos com peças brancas e pretas, em cima do velho tabuleiro, ou jogamos tudo isso no chão e olhamos para isso?
Vinho: O problema é que você não está conversando, mas, discursando!
Out: Bem, se para você, conversar é reagir rapidamente sem ao menos se dar ao trabalho de escutar com profunda atenção um ponto de vista em todo seu contexto
então, é melhor mesmo, pararmos por aqui.
Vinho: Para mim conversar é ouvir, mas interagir.
Out: Mas, você acha mesmo que sabe o que significa ouvir?
Vinho: Dialogar. poder colocar pontos de vista, pois sei o que você quer: passar a mensagem de viver e não de apenas sobreviver; sair do sistema... Sei!
Out: Bem, sendo assim, acho que chegamos ao fim, afinal, como você mesmo afirma: você já sabe!... Sua xícara "parece" cheia!... Para o que estou tentando apontar — enquanto sua mente insiste em interromper com a velocidade de processamento de um Pentium 7 — é preciso um forte chute psíquico para quebrar sua xícara!
Vinho: Tenho muito para aprender, saber a respeito do que você está falando... Sei muito bem que, infelizmente, fomos transformados em robôs... Observei de vez isso, um dia desses no metrô, observando como as pessoas iam trabalhar, sem pestanejar, sem sorrir; estavam lendo, mas se perguntássemos sobre uma passagem do texto, penso que não saberiam falar do que liam... Isso me assustou!
Out: Cara, não existem pessoas aqui, só eu e você, então, quem é robô?
Vinho: Estou falando de modo geral.
Out: Mas eu não quero falar de modo geral; quero falar sobre nós dois aqui!
Vinho: Nem um de nós é robô. Ok.
Vinho: Penso que, generalizar, faz parte do softer que instala o tal processo de robotização.
Out: Você tem mesmo a certeza de que nenhum de nós está num modo de vida robotizado? Olhe bem para isso! Será que realmente podemos afirmar isso?
Vinho: Apenas exemplifiquei... Sei que também sai da minha casa para repetir as mesmas tarefas... Até a Rádio que ouço repete as mesmas notícias, problemas, músicas. Mas, quero de fato parar e pensar, refletir e fazer algo útil para minha vida, sair dessa prisão... esta exemplificação acima foi mais uma defesa!
Out: Veja, se possível for, mais tarde, veja bem, mais tarde, releia esta conversa e, perceba, ao mesmo tempo em que a lê, o que ocorre em sua mente diante daquilo que está lendo... Quando fazemos isso, sem que percebamos, estamos achando os fragmentos... É como se passássemos um scandisk mental, de forma silenciosa, em busca de possíveis bad blocks em nossa HD mental, os quais bloqueiam a livre expressão da criatividade. Para mim é um fato: sem a criatividade, nossa vida será uma eterna rotina, um processo de mesmerização; mesmerização essa que vai dar no vazio existencial, o qual sempre teremos que narcotizar de algum modo. Portanto, meu convite foi lançado: vá para você! Vá para a observação do ser que lhe faz ser...
Vinho: Se você realmente tiver paciência em me ajudar, ficarei contente, mas sou teimoso, terá que ter paciência. Isso é vero! É uma robotização e fico contente que tem uma pessoa, você que conseguiu se desvincular desse lado.
Out: Vá para a observação daquilo que você pensa ser e, através dessa observação, descubra aquilo que você realmente é... Nisso está o criativo; nisso está a liberdade; nisso está a fonte da única riqueza necessária... E só nisso se encontra a inteligência que somos...
Vinho: Então acha que minha vida é triste porque não extraio nada do meu ser?
Out: Lá vem você de novo... Por que você se preocupa com o que eu possa pensar ou não sobre sua vida? Não seria esse tipo de preocupação o que nos limita?... Essa constante preocupação com o parecer alheio?
Vinho: Porque você é meu mentor nessa transformação... Não é fácil sair do mundo robotizado e mergulhar no seu sem trocar informações...
Out: Não há nada disso aqui, nada dessa merda de ser mentor... Somos amigos amigos conversando sobre esse cansaço de tentar continuar fazendo parte do coro dos contentes; amigos com coragem para fazer uso de uma rebeldia inteligente, a qual aponta para o não conformismo criativo, o qual gera reflexão e profunda responsabilidade, ou seja, a capacidade de responder por aquilo que vemos como verdade.
Vinho: Tem algum livro básico que possa me emprestar?
Out: Olha, tenho os blogs, os quais lhe passei, mas na real?... O melhor livro que lhe indico é a leitura do livro que você é, ler esse livro sem pular páginas, até, quem sabe, encontrar a assinatura do seu autor...
Vinho: Entendi!
Out: Veja,amigo...
Vinho: Tenho que encontrar a mim mesmo!
Out: Precisamos de muita maturidade para olhar de frente no espelho e assumir a realidade de que não sabemos o que é amor, felicidade, liberdade e genuína criatividade. Se mascaramos isso, o que nos espera ao fim do baile da vida? Penso que nada!... A música se foi e não a ouvimos!... Não fizemos parte da banda... Só a vimos passar, enquanto na janela, brincávamos de fingir ser feliz!
Vinho: Sensacional esse último parágrafo da conversa; é realmente o que penso: amor, felicidade, liberdade e genuína criatividade... Teve um tempo que só pensava na liberdade e nunca fui livre!
Out: Pois então, como encontraremos isso de fato? Será externamente?... Ou internamente?
Vinho: Internamente!
Out: Poderemos encontrar isso se não olharmos de forma séria para aquilo que impede a ocorrência desse estado?... Percebo que, o medo, é o nosso maior entrave!... O medo de olharmos para isso com seriedade, sem justificar, sem fugir, mas vendo: observar, absorver o que é falso e verdadeiro e, nessa observação, se absolver de tudo aquilo que nos limita... E, percebo que só nos abrimos para esse estado de observação isento de escolha, de forma visceral, de forma integra, somente quando realmente estamos em crise com nossas zonas de conforto... Antes disso, continuamos empurrando a existência sem vida, com a barriga, ou seja, enchendo a barriga de coisas que não aplacam tal vazio da ausência de SER. Bem, vou almoçar! Acho que nossa conversa foi muito nutritiva. Você me permitiria postá-la em meu blog Histórias para cuidar do ser?
Vinho: Sim, pode postar no Blog! Beleza!
Out: Penso que conversas como essas, podem ajudar outras pessoas a refletirem sobre isso também.
Vinho: Boa pra caramba essa conversa!
Out: Obrigado! Então, depois te mando o link! Se cuida!
Constatações sobre profissão
29 janeiro 2013
Áudio: A negligenciada arte de escutar com o coração
27 janeiro 2013
25 janeiro 2013
24 janeiro 2013
Áudio: Na negação do que não é amor, existe amor
Liberte-se do sistema “messiânico”
Dom Peps: e ai Out?
Outsider: estamos ai!
D.P: você está na padaria?
Out: em casa.
D.P: ok
Out: como você está?
D.P: estou indo!
Out: Está em casa?
D.P: Só na observação sem o observador.
Out: como assim? Iluminou?
D.P: nada!
Out: vi pelos seus post no Facebook, que você teve uns surtos de sanidade... ahahaha
D.P: as vezes dá uma luz.
Out: Nossa conversa gerou reflexão.
D.P: sim, claro!
Out: A galera deu retorno pelos comentários no Youtube... Foi além mar!
D.P: potencializa!
Out: um carinha de Portugal se identificou com nossa conversa.
D.P: sério? Que legal! Sinal que não estamos viajando !
D.P: fico contente que tem pessoas nos ouvindo; as nossas conversas realmente tem causado efeito; vejo que isso vai acordar as pessoas.
Out: sim, talvez!
D.P: vai ficar gravado para posteriores gerações.
Out: está ocorrendo uma expansão de conscientização, graças a Net, talvez, como nunca antes na história humana.
D.P: verdade.
D.P: Vejo que temos um papel fundamental...
Out: o papel fundamental que temos é conosco mesmo!
D.P: sim, claro! Sem recompensa!
Out: se libertar desse "eu" que pensa ter um papel fundamental; esse "eu" é uma falácia, um engodo, uma mentira!
D.P: sim, concordo!
Out: E vejo que é profundamente difícil, dele, abrir mão.
D.P: esse eu que engana a nós mesmos!
Out: ele parte da inadaptação social para tentar se adaptar como uma “entidade”, uma “entidade consciente”; ele parte de uma entidade sem consciência para tentar se mostrar como uma entidade profundamente consciente e, o pior de tudo, dizendo que essa consciência livresca, é de sua propriedade.
D.P: concordo!
Out: ele parte de uma entidade ignorante, para uma entidade cheia de conhecimentos colhidos de terceiros, se apropriando como fosse de sua própria inteligência; aliás, ela não tem nada de inteligência... Os "flashs de lucidez" ocorrem quando ela momentaneamente desaparece
D.P: sim, claro!
Out: ai ela chega e já quer assinar como se fosse de sua autoria, tal percepção lúcida.
D.P: concordo com você!
Out: é uma merda!
D.P: essa entidade é sagaz!
Out: pra cacete!
D.P: ela não quer ser anônima! Ela precisa aparecer; tem que ser a dona da mensagem!
Out: de certo modo, penso que, nesse processo, onde ela tenta se afirmar através do conhecimento alheio, sem que ela se perceba, através desse conhecimento, que abre espaço para a retomada da Consciência que somos, essa entidade vai entrando num processo de "egocídio".
D.P: mas ela não quer morrer; ela vai tentar de tudo pra viver.
Out: sim!... Estou atravessando isso; um período em que tenho tido, digamos assim, "baixas emocionais" que se parecem com a dor de luto; como se algo estivesse morrendo.
D.P: ela vai lutar até o fim...
Out: no entanto, a percepção do movimento do ego está muito forte, muito rápida; quase que “no pulo do gato”. Ainda ocorrem momentos em que o ego, o pensamento, a entidade, consegue criar aquele estado de "torpor mental", de hipnose momentânea, onde ocorre o devaneio, com suas somatizações físicas, como por exemplo, a profunda ansiedade. Só que, ao contrário de antigamente, não há nenhum movimento para deter a manifestação da ansiedade, ao contrário, o que ocorre, é um "sentar-se com a ansiedade", vendo-a, observando-a, tornando-se consciente de seu processo no tempo, na ponte do tempo psicológico, passado-futuro. Essa percepção desmonta o processo de ansiedade e não deixa marcas na memória. Portanto, não “cristaliza” o ego, mas sim, o espaço da consciência. Acho que a palavra melhor seria, “fundamenta", ao invés de "cristalizar".
D.P: ok!
Out: está ocorrendo um processo de "reparação", no sentido de reparar, ver o modo como essa entidade funcionou durante toda uma existência sem consciência; de perceber a enorme quantidade de auto-enganos, de escolhas irrefletidas, inconscientes e, muitas delas, inconsequentes.
D.P: entendo!
Out: há uma reparação da realidade da formação psíquica dessa entidade: medo, vergonha, inveja, ressentimento, ansiedade, luxúria, lascívia, maledicência, desejo de retalhação...
D.P: sim, claro!
Out: ...desejo de vingança, busca de segurança e prestígio; uma entidade autocentrada profundamente interesseira, que só se preocupa com o outro, se esse outro, de algum modo supre alguma de suas necessidades veladas.
D.P: exatamente!
Out: nessa reparação, há a percepção do total desconhecimento do que vem a ser AMOR, do que vem a ser a genuína COMPAIXÃO.
D.P: exato!
Out: há a percepção de que nunca houve um estado de ser cujo interesse pelo outro fosse totalmente desacompanhado de qualquer forma de auto-interesse.
D.P: as vezes, as pessoas confundem compaixão com piedade.
Out: deixemos as pessoas para lá; fiquemos com o foco só em nós dois... Isso é uma das maquinações do ego: desfocar!... Apontar para fora... Externalizar.
D.P: concordo!
Out: percebo nitidamente, que essa entidade sempre funcionou no sentido da busca da “satisfação sensória” e que nunca mediu esforços para conseguir suprir essa necessidade sensória. Desse modo, com todos que "pensou" manter contato, acabou usando-os como um meio a ser descartado quando do fim.
D.P: só pelo interesse: conta-se um enredo para depois chegar ao objetivo final.
Out: sim.
D.P: Ao suprir-se de prazer, logo, descarta-se “a preza”...
Out: mas é algo dotado de uma mínima consciência, sem contudo a consciência da CONSCIÊNCIA.
D.P: exatamente!
Out: os instintos naturais ficam a mercê das exigências descabidas do ego, da entidade, que precisa da "sensação" momentânea para que ocorra, digamos assim, um auto-esquecimento.
D.P: e essa sensação, fica sendo prolongada no tempo.
Out: sim, através da memória.
D.P: repetindo uma espécie de padrão comportamental.
Out: Sim! Esse padrão, quando se manifesta, "dispara" a busca de segurança e mais sensação; isso é factual!
D.P: igual o cachorro do Pavlov!
Out: sim! Exato!
Out: o fato é que, como dizia Gurdjieff , é que essa entidade tem sua base na mentira, ou seja, numa "mente irada", não numa mente amorosa, numa mente conscienciosa; uma mente iluminada por uma consciência amorosa, inteligente e criativa, de modo algum faz uso do outro, uma vez que esta não mais enxerga essa dualidade "eu-outro". Para ela, não há mais a ocorrência da chamada "Ilusão de separatividade"; para ela já não há mais aquela medição do tipo: "não farei com o outro aquilo que não quero que façam comigo!" Vejo que nessa afirmação, ainda encontra-se o medo, encontra-se a percepção de alguém não livre do medo e da busca de segurança, portanto, ainda há um espaço entre observador e coisa observada.
D.P: sim, claro!
Out: Essas percepções vão ocorrendo e, com elas, a instalação dessa Consciência que somos, a qual traz a genuína maturidade, que nada tem a ver com a questão da idade cronológica, mas sim, com o despertar da inteligência, até então, sufocada pelo entulho do condicionamento que dá origem a essa entidade autocentrada. E isso não se dá pelo processo de desejo, ou de esforço pessoal, mas sim, na espontânea manifestação de um estado ausente de desejo e de esforço. Ocorreu-me como exemplo, o efeito de uma vacina... Depois que você toma determinada vacina, não há nenhuma preocupação com a sua ação no corpo; você segue sua vida, enquanto a vacina segue sua limpeza e seu trabalho de “imunização interior”. Acho que a percepção, a reparação, funciona do mesmo modo: ela, de certo modo, cria esse processo de imunização diante das constantes influências, sejam elas exteriores ou interiores, influências essas que tem como função manter a continuidade da identificação ilusória com essa entidade autocentrada.
D.P: sim, claro! Na sua opinião, qual é a origem do pensamento?
Out: experiência memorizada condicionante; veja a criança: é pura! Começa, através do contato com “entidades cristalizadas”, a ter experiências condicionantes, as quais se estabelecem na memória, formando imagens, símbolos, que se cristalizam em forma de pensamento, que a seu tempo, se tornará pensamento manifesto através da “palavra”. A palavra, por sua vez, — que é pensamento — criará maior cristalização ainda. Faz sentido para você?
D.P: sim! E na sua opinião, o “sistema” usa isso?
Out: Isso é o sistema! Não existe isso de um sistema isolado fazendo uso disso - eu e você somos esse sistema! Somos esse sistema, seja ele se manifestando como "sistemaziado ao máximo ou ao mínimo".... Você é o sistema! A entidade que você pensa ser é o sistema, funcionando numa determinada forma do sistema comportamental. Veja: qual a diferença de um banqueiro que quer se apossar da sua energia financeira e dessa entidade que você pensa ser, quando esta quer se apossar da energia sexual de uma mulher, sem nenhum comprometimento?
Out: não há!
Out: Pois bem: trata-se da mesma “energia sistêmica” agindo em palcos diferentes. Ciente disso, vejo essa preocupação com o sistema, mais um mecanismo de fuga utilizado pela entidade para assim, autoperpetuar-se. A entidade É o sistema!
D.P: Verdade!
Out: Precisamos que ocorra um "desplugar"... Lembra-se do filme Matrix?
D.P: sim!
Out: antes do personagem “Neo” ter o início do seu processo de "desplugar", ele se depara dentro de uma espécie de cápsula de onde OBSERVA toda sistematização sonambúlica, lembra-se? Ai vem uma máquina e o pega pelo pescoço, mantendo a cabeça e o olhar fixos numa só direção... É aí que começa o “processo de desplugar”... em SI e não no assim chamado "sistema"!
D.P: sim!
Out: uma metáfora que aponta para a conscientização de que o trabalho é com a “cabeça do freguês" e não com a cabeça da sociedade.
D.P: sim!
Out: há que se ter a consciência de que, nesse processo de resgate da Consciência que somos, o ego vai querer vestir a capa "Messiânica", ou seja, do paladino da justiça, do salvador do mundo, do libertador do sistema.
D.P: verdade!
Out: muita gente cai nessa. Não sei se você já teve a triste mas educativa oportunidade de adentrar num sanatório...
D.P: ainda não.
Out: tem muita gente que é internada pensando ser um salvador, pensando ser Jesus ou outra figura messiânica qualquer; e tem muita gente aqui fora, neste imenso hospício que é a sociedade, se imaginando iluminado, se imaginando portador de uma poderosa mensagem de cura, se imaginando livre de qualquer tipo de questionamento, livre de qualquer resquício de ego. Talvez, quem sabe, existam de fato esses totalmente livres da ilusória identificação com a entidade, mas, até aqui, vivos, confesso que desconheço! O que se vê — assim como eu e você — são egos "esclarecidos" pelo conhecimento de segunda mão...
(Dom Peps não pode receber a mensagem pois está OFF-LINE)
Liberte-se do sistema “messiânico”
Dom Peps: e ai Out?
Outsider: estamos ai!
D.P: você está na padaria?
Out: em casa.
D.P: ok
Out: como você está?
D.P: estou indo!
Out: Está em casa?
D.P: Só na observação sem o observador.
Out: como assim? Iluminou?
D.P: nada!
Out: vi pelos seus post no Facebook, que você teve uns surtos de sanidade... ahahaha
D.P: as vezes dá uma luz.
Out: Nossa conversa gerou reflexão.
D.P: sim, claro!
Out: A galera deu retorno pelos comentários no Youtube... Foi além mar!
D.P: potencializa!
Out: um carinha de Portugal se identificou com nossa conversa.
D.P: sério? Que legal! Sinal que não estamos viajando !
D.P: fico contente que tem pessoas nos ouvindo; as nossas conversas realmente tem causado efeito; vejo que isso vai acordar as pessoas.
Out: sim, talvez!
D.P: vai ficar gravado para posteriores gerações.
Out: está ocorrendo uma expansão de conscientização, graças a Net, talvez, como nunca antes na história humana.
D.P: verdade.
D.P: Vejo que temos um papel fundamental...
Out: o papel fundamental que temos é conosco mesmo!
D.P: sim, claro! Sem recompensa!
Out: se libertar desse "eu" que pensa ter um papel fundamental; esse "eu" é uma falácia, um engodo, uma mentira!
D.P: sim, concordo!
Out: E vejo que é profundamente difícil, dele, abrir mão.
D.P: esse eu que engana a nós mesmos!
Out: ele parte da inadaptação social para tentar se adaptar como uma “entidade”, uma “entidade consciente”; ele parte de uma entidade sem consciência para tentar se mostrar como uma entidade profundamente consciente e, o pior de tudo, dizendo que essa consciência livresca, é de sua propriedade.
D.P: concordo!
Out: ele parte de uma entidade ignorante, para uma entidade cheia de conhecimentos colhidos de terceiros, se apropriando como fosse de sua própria inteligência; aliás, ela não tem nada de inteligência... Os "flashs de lucidez" ocorrem quando ela momentaneamente desaparece
D.P: sim, claro!
Out: ai ela chega e já quer assinar como se fosse de sua autoria, tal percepção lúcida.
D.P: concordo com você!
Out: é uma merda!
D.P: essa entidade é sagaz!
Out: pra cacete!
D.P: ela não quer ser anônima! Ela precisa aparecer; tem que ser a dona da mensagem!
Out: de certo modo, penso que, nesse processo, onde ela tenta se afirmar através do conhecimento alheio, sem que ela se perceba, através desse conhecimento, que abre espaço para a retomada da Consciência que somos, essa entidade vai entrando num processo de "egocídio".
D.P: mas ela não quer morrer; ela vai tentar de tudo pra viver.
Out: sim!... Estou atravessando isso; um período em que tenho tido, digamos assim, "baixas emocionais" que se parecem com a dor de luto; como se algo estivesse morrendo.
D.P: ela vai lutar até o fim...
Out: no entanto, a percepção do movimento do ego está muito forte, muito rápida; quase que “no pulo do gato”. Ainda ocorrem momentos em que o ego, o pensamento, a entidade, consegue criar aquele estado de "torpor mental", de hipnose momentânea, onde ocorre o devaneio, com suas somatizações físicas, como por exemplo, a profunda ansiedade. Só que, ao contrário de antigamente, não há nenhum movimento para deter a manifestação da ansiedade, ao contrário, o que ocorre, é um "sentar-se com a ansiedade", vendo-a, observando-a, tornando-se consciente de seu processo no tempo, na ponte do tempo psicológico, passado-futuro. Essa percepção desmonta o processo de ansiedade e não deixa marcas na memória. Portanto, não “cristaliza” o ego, mas sim, o espaço da consciência. Acho que a palavra melhor seria, “fundamenta", ao invés de "cristalizar".
D.P: ok!
Out: está ocorrendo um processo de "reparação", no sentido de reparar, ver o modo como essa entidade funcionou durante toda uma existência sem consciência; de perceber a enorme quantidade de auto-enganos, de escolhas irrefletidas, inconscientes e, muitas delas, inconsequentes.
D.P: entendo!
Out: há uma reparação da realidade da formação psíquica dessa entidade: medo, vergonha, inveja, ressentimento, ansiedade, luxúria, lascívia, maledicência, desejo de retalhação...
D.P: sim, claro!
Out: ...desejo de vingança, busca de segurança e prestígio; uma entidade autocentrada profundamente interesseira, que só se preocupa com o outro, se esse outro, de algum modo supre alguma de suas necessidades veladas.
D.P: exatamente!
Out: nessa reparação, há a percepção do total desconhecimento do que vem a ser AMOR, do que vem a ser a genuína COMPAIXÃO.
D.P: exato!
Out: há a percepção de que nunca houve um estado de ser cujo interesse pelo outro fosse totalmente desacompanhado de qualquer forma de auto-interesse.
D.P: as vezes, as pessoas confundem compaixão com piedade.
Out: deixemos as pessoas para lá; fiquemos com o foco só em nós dois... Isso é uma das maquinações do ego: desfocar!... Apontar para fora... Externalizar.
D.P: concordo!
Out: percebo nitidamente, que essa entidade sempre funcionou no sentido da busca da “satisfação sensória” e que nunca mediu esforços para conseguir suprir essa necessidade sensória. Desse modo, com todos que "pensou" manter contato, acabou usando-os como um meio a ser descartado quando do fim.
D.P: só pelo interesse: conta-se um enredo para depois chegar ao objetivo final.
Out: sim.
D.P: Ao suprir-se de prazer, logo, descarta-se “a preza”...
Out: mas é algo dotado de uma mínima consciência, sem contudo a consciência da CONSCIÊNCIA.
D.P: exatamente!
Out: os instintos naturais ficam a mercê das exigências descabidas do ego, da entidade, que precisa da "sensação" momentânea para que ocorra, digamos assim, um auto-esquecimento.
D.P: e essa sensação, fica sendo prolongada no tempo.
Out: sim, através da memória.
D.P: repetindo uma espécie de padrão comportamental.
Out: Sim! Esse padrão, quando se manifesta, "dispara" a busca de segurança e mais sensação; isso é factual!
D.P: igual o cachorro do Pavlov!
Out: sim! Exato!
Out: o fato é que, como dizia Gurdjieff , é que essa entidade tem sua base na mentira, ou seja, numa "mente irada", não numa mente amorosa, numa mente conscienciosa; uma mente iluminada por uma consciência amorosa, inteligente e criativa, de modo algum faz uso do outro, uma vez que esta não mais enxerga essa dualidade "eu-outro". Para ela, não há mais a ocorrência da chamada "Ilusão de separatividade"; para ela já não há mais aquela medição do tipo: "não farei com o outro aquilo que não quero que façam comigo!" Vejo que nessa afirmação, ainda encontra-se o medo, encontra-se a percepção de alguém não livre do medo e da busca de segurança, portanto, ainda há um espaço entre observador e coisa observada.
D.P: sim, claro!
Out: Essas percepções vão ocorrendo e, com elas, a instalação dessa Consciência que somos, a qual traz a genuína maturidade, que nada tem a ver com a questão da idade cronológica, mas sim, com o despertar da inteligência, até então, sufocada pelo entulho do condicionamento que dá origem a essa entidade autocentrada. E isso não se dá pelo processo de desejo, ou de esforço pessoal, mas sim, na espontânea manifestação de um estado ausente de desejo e de esforço. Ocorreu-me como exemplo, o efeito de uma vacina... Depois que você toma determinada vacina, não há nenhuma preocupação com a sua ação no corpo; você segue sua vida, enquanto a vacina segue sua limpeza e seu trabalho de “imunização interior”. Acho que a percepção, a reparação, funciona do mesmo modo: ela, de certo modo, cria esse processo de imunização diante das constantes influências, sejam elas exteriores ou interiores, influências essas que tem como função manter a continuidade da identificação ilusória com essa entidade autocentrada.
D.P: sim, claro! Na sua opinião, qual é a origem do pensamento?
Out: experiência memorizada condicionante; veja a criança: é pura! Começa, através do contato com “entidades cristalizadas”, a ter experiências condicionantes, as quais se estabelecem na memória, formando imagens, símbolos, que se cristalizam em forma de pensamento, que a seu tempo, se tornará pensamento manifesto através da “palavra”. A palavra, por sua vez, — que é pensamento — criará maior cristalização ainda. Faz sentido para você?
D.P: sim! E na sua opinião, o “sistema” usa isso?
Out: Isso é o sistema! Não existe isso de um sistema isolado fazendo uso disso - eu e você somos esse sistema! Somos esse sistema, seja ele se manifestando como "sistemaziado ao máximo ou ao mínimo".... Você é o sistema! A entidade que você pensa ser é o sistema, funcionando numa determinada forma do sistema comportamental. Veja: qual a diferença de um banqueiro que quer se apossar da sua energia financeira e dessa entidade que você pensa ser, quando esta quer se apossar da energia sexual de uma mulher, sem nenhum comprometimento?
Out: não há!
Out: Pois bem: trata-se da mesma “energia sistêmica” agindo em palcos diferentes. Ciente disso, vejo essa preocupação com o sistema, mais um mecanismo de fuga utilizado pela entidade para assim, autoperpetuar-se. A entidade É o sistema!
D.P: Verdade!
Out: Precisamos que ocorra um "desplugar"... Lembra-se do filme Matrix?
D.P: sim!
Out: antes do personagem “Neo” ter o início do seu processo de "desplugar", ele se depara dentro de uma espécie de cápsula de onde OBSERVA toda sistematização sonambúlica, lembra-se? Ai vem uma máquina e o pega pelo pescoço, mantendo a cabeça e o olhar fixos numa só direção... É aí que começa o “processo de desplugar”... em SI e não no assim chamado "sistema"!
D.P: sim!
Out: uma metáfora que aponta para a conscientização de que o trabalho é com a “cabeça do freguês" e não com a cabeça da sociedade.
D.P: sim!
Out: há que se ter a consciência de que, nesse processo de resgate da Consciência que somos, o ego vai querer vestir a capa "Messiânica", ou seja, do paladino da justiça, do salvador do mundo, do libertador do sistema.
D.P: verdade!
Out: muita gente cai nessa. Não sei se você já teve a triste mas educativa oportunidade de adentrar num sanatório...
D.P: ainda não.
Out: tem muita gente que é internada pensando ser um salvador, pensando ser Jesus ou outra figura messiânica qualquer; e tem muita gente aqui fora, neste imenso hospício que é a sociedade, se imaginando iluminado, se imaginando portador de uma poderosa mensagem de cura, se imaginando livre de qualquer tipo de questionamento, livre de qualquer resquício de ego. Talvez, quem sabe, existam de fato esses totalmente livres da ilusória identificação com a entidade, mas, até aqui, vivos, confesso que desconheço! O que se vê — assim como eu e você — são egos "esclarecidos" pelo conhecimento de segunda mão...
(Dom Peps não pode receber a mensagem pois está OFF-LINE)
Liberte-se do sistema “messiânico”
Dom Peps: e ai Out?
Outsider: estamos ai!
D.P: você está na padaria?
Out: em casa.
D.P: ok
Out: como você está?
D.P: estou indo!
Out: Está em casa?
D.P: Só na observação sem o observador.
Out: como assim? Iluminou?
D.P: nada!
Out: vi que você teve uns surtos de sanidade... ahahaha
D.P: as vezes dá uma luz.
Out: Nossa conversa gerou reflexão.
D.P: sim, claro!
Out: A galera deu retorno pelos comentários no Youtube... Foi além mar!
D.P: potencializa!
Out: um carinha de Portugal se identificou com nossa conversa.
D.P: sério? Que legal! Sinal que não estamos viajando !
D.P: fico contente que tem pessoas nos ouvindo; as nossas conversas realmente tem causado efeito; vejo que isso vai acordar as pessoas.
Out: sim, talvez!
D.P: vai ficar gravado para posteriores gerações.
Out: está ocorrendo uma expansão de conscientização, graças a Net, talvez, como nunca antes na história humana.
D.P: verdade.
D.P: Vejo que temos um papel fundamental...
Out: o papel fundamental que temos é conosco mesmo!
D.P: sim, claro! Sem recompensa!
Out: se libertar desse "eu" que pensa ter um papel fundamental; esse "eu" é uma falácia, um engodo, uma mentira!
D.P: sim, concordo!
Out: E vejo que é profundamente difícil, dele, abrir mão.
D.P: esse eu que engana a nós mesmos!
Out: ele parte da inadaptação social para tentar se adaptar como uma “entidade”, uma “entidade consciente”; ele parte de uma entidade sem consciência para tentar se mostrar como uma entidade profundamente consciente e, o pior de tudo, dizendo que essa consciência livresca, é de sua propriedade.
D.P: concordo!
Out: ele parte de uma entidade ignorante, para uma entidade cheia de conhecimentos colhidos de terceiros, se apropriando como fosse de sua própria inteligência; aliás, ela não tem nada de inteligência... Os "flashs de lucidez" ocorrem quando ela momentaneamente desaparece
D.P: sim, claro!
Out: ai ela chega e já quer assinar como se fosse de sua autoria, tal percepção lúcida.
D.P: concordo com você!
Out: é uma merda!
D.P: essa entidade é sagaz!
Out: pra cacete!
D.P: ela não quer ser anônima! Ela precisa aparecer; tem que ser a dona da mensagem!
Out: de certo modo, penso que, nesse processo, onde ela tenta se afirmar através do conhecimento alheio, sem que ela se perceba, através desse conhecimento, que abre espaço para a retomada da Consciência que somos, essa entidade vai entrando num processo de "egocídio".
D.P: mas ela não quer morrer; ela vai tentar de tudo pra viver.
Out: sim!... Estou atravessando isso; um período em que tenho tido, digamos assim, "baixas emocionais" que se parecem com a dor de luto; como se algo estivesse morrendo.
D.P: ela vai lutar até o fim...
Out: no entanto, a percepção do movimento do ego está muito forte, muito rápida; quase que “no pulo do gato”. Ainda ocorrem momentos em que o ego, o pensamento, a entidade, consegue criar aquele estado de "torpor mental", de hipnose momentânea, onde ocorre o devaneio, com suas somatizações físicas, como por exemplo, a profunda ansiedade. Só que, ao contrário de antigamente, não há nenhum movimento para deter a manifestação da ansiedade, ao contrário, o que ocorre, é um "sentar-se com a ansiedade", vendo-a, observando-a, tornando-se consciente de seu processo no tempo, na ponte do tempo psicológico, passado-futuro. Essa percepção desmonta o processo de ansiedade e não deixa marcas na memória. Portanto, não “cristaliza” o ego, mas sim, o espaço da consciência. Acho que a palavra melhor seria, “fundamenta", ao invés de "cristalizar".
D.P: ok!
Out: está ocorrendo um processo de "reparação", no sentido de reparar, ver o modo como essa entidade funcionou durante toda uma existência sem consciência; de perceber a enorme quantidade de auto-enganos, de escolhas irrefletidas, inconscientes e, muitas delas, inconsequentes.
D.P: entendo!
Out: há uma reparação da realidade da formação psíquica dessa entidade: medo, vergonha, inveja, ressentimento, ansiedade, luxúria, lascívia, maledicência, desejo de retalhação...
D.P: sim, claro!
Out: ...desejo de vingança, busca de segurança e prestígio; uma entidade autocentrada profundamente interesseira, que só se preocupa com o outro, se esse outro, de algum modo supre alguma de suas necessidades veladas.
D.P: exatamente!
Out: nessa reparação, há a percepção do total desconhecimento do que vem a ser AMOR, do que vem a ser a genuína COMPAIXÃO.
D.P: exato!
Out: há a percepção de que nunca houve um estado de ser cujo interesse pelo outro fosse totalmente desacompanhado de qualquer forma de auto-interesse.
D.P: as vezes, as pessoas confundem compaixão com piedade.
Out: deixemos as pessoas para lá; fiquemos com o foco só em nós dois... Isso é uma das maquinações do ego: desfocar!... Apontar para fora... Externalizar.
D.P: concordo!
Out: percebo nitidamente, que essa entidade sempre funcionou no sentido da busca da “satisfação sensória” e que nunca mediu esforços para conseguir suprir essa necessidade sensória. Desse modo, com todos que "pensou" manter contato, acabou usando-os como um meio a ser descartado quando do fim.
D.P: só pelo interesse: conta-se um enredo para depois chegar ao objetivo final.
Out: sim.
D.P: Ao suprir-se de prazer, logo, descarta-se “a preza”...
Out: mas é algo dotado de uma mínima consciência, sem contudo a consciência da CONSCIÊNCIA.
D.P: exatamente!
Out: os instintos naturais ficam a mercê das exigências descabidas do ego, da entidade, que precisa da "sensação" momentânea para que ocorra, digamos assim, um auto-esquecimento.
D.P: e essa sensação, fica sendo prolongada no tempo.
Out: sim, através da memória.
D.P: repetindo uma espécie de padrão comportamental.
Out: Sim! Esse padrão, quando se manifesta, "dispara" a busca de segurança e mais sensação; isso é factual!
D.P: igual o cachorro do Pavlov!
Out: sim! Exato!
Out: o fato é que, como dizia Gurdjieff , é que essa entidade tem sua base na mentira, ou seja, numa "mente irada", não numa mente amorosa, numa mente conscienciosa; uma mente iluminada por uma consciência amorosa, inteligente e criativa, de modo algum faz uso do outro, uma vez que esta não mais enxerga essa dualidade "eu-outro". Para ela, não há mais a ocorrência da chamada "Ilusão de separatividade"; para ela já não há mais aquela medição do tipo: "não farei com o outro aquilo que não quero que façam comigo!" Vejo que nessa afirmação, ainda encontra-se o medo, encontra-se a percepção de alguém não livre do medo e da busca de segurança, portanto, ainda há um espaço entre observador e coisa observada.
D.P: sim, claro!
Out: Essas percepções vão ocorrendo e, com elas, a instalação dessa Consciência que somos, a qual traz a genuína maturidade, que nada tem a ver com a questão da idade cronológica, mas sim, com o despertar da inteligência, até então, sufocada pelo entulho do condicionamento que dá origem a essa entidade autocentrada. E isso não se dá pelo processo de desejo, ou de esforço pessoal, mas sim, na espontânea manifestação de um estado ausente de desejo e de esforço. Ocorreu-me como exemplo, o efeito de uma vacina... Depois que você toma determinada vacina, não há nenhuma preocupação com a sua ação no corpo; você segue sua vida, enquanto a vacina segue sua limpeza e seu trabalho de “imunização interior”. Acho que a percepção, a reparação, funciona do mesmo modo: ela, de certo modo, cria esse processo de imunização diante das constantes influências, sejam elas exteriores ou interiores, influências essas que tem como função manter a continuidade da identificação ilusória com essa entidade autocentrada.
D.P: sim, claro! Na sua opinião, qual é a origem do pensamento?
Out: experiência memorizada condicionante; veja a criança: é pura! Começa, através do contato com “entidades cristalizadas”, a ter experiências condicionantes, as quais se estabelecem na memória, formando imagens, símbolos, que se cristalizam em forma de pensamento, que a seu tempo, se tornará pensamento manifesto através da “palavra”. A palavra, por sua vez, — que é pensamento — criará maior cristalização ainda. Faz sentido para você?
D.P: sim! E na sua opinião, o “sistema” usa isso?
Out: Isso é o sistema! Não existe isso de um sistema isolado fazendo uso disso - eu e você somos esse sistema! Somos esse sistema, seja ele se manifestando como "sistemaziado ao máximo ou ao mínimo".... Você é o sistema! A entidade que você pensa ser é o sistema, funcionando numa determinada forma do sistema comportamental. Veja: qual a diferença de um banqueiro que quer se apossar da sua energia financeira e dessa entidade que você pensa ser, quando esta quer se apossar da energia sexual de uma mulher, sem nenhum comprometimento?
Out: não há!
Out: Pois bem: trata-se da mesma “energia sistêmica” agindo em palcos diferentes. Ciente disso, vejo essa preocupação com o sistema, mais um mecanismo de fuga utilizado pela entidade para assim, autoperpetuar-se. A entidade É o sistema!
D.P: Verdade!
Out: Precisamos que ocorra um "desplugar"... Lembra-se do filme Matrix?
D.P: sim!
Out: antes do personagem “Neo” ter o início do seu processo de "desplugar", ele se depara dentro de uma espécie de cápsula de onde OBSERVA toda sistematização sonambúlica, lembra-se? Ai vem uma máquina e o pega pelo pescoço, mantendo a cabeça e o olhar fixos numa só direção... É aí que começa o “processo de desplugar”... em SI e não no assim chamado "sistema"!
D.P: sim!
Out: uma metáfora que aponta para a conscientização de que o trabalho é com a “cabeça do freguês" e não com a cabeça da sociedade.
D.P: sim!
Out: há que se ter a consciência de que, nesse processo de resgate da Consciência que somos, o ego vai querer vestir a capa "Messiânica", ou seja, do paladino da justiça, do salvador do mundo, do libertador do sistema.
D.P: verdade!
Out: muita gente cai nessa. Não sei se você já teve a triste mas educativa oportunidade de adentrar num sanatório...
D.P: ainda não.
Out: tem muita gente que é internada pensando ser um salvador, pensando ser Jesus ou outra figura messiânica qualquer; e tem muita gente aqui fora, neste imenso hospício que é a sociedade, se imaginando iluminado, se imaginando portador de uma poderosa mensagem de cura, se imaginando livre de qualquer tipo de questionamento, livre de qualquer resquício de ego. Talvez, quem sabe, existam de fato esses totalmente livres da ilusória identificação com a entidade, mas, até aqui, vivos, confesso que desconheço! O que se vê — assim como eu e você — são egos "esclarecidos" pelo conhecimento de segunda mão...
(Dom Peps não pode receber a mensagem pois está OFF-LINE)
23 janeiro 2013
Constatações sobre o amor a Deus
Outsider
22 janeiro 2013
Áudio: Olhando de frente a realidade que somos
19 janeiro 2013
17 janeiro 2013
Constatação sobre estado de Presença
Constatações sobre educação
Com excelência de Vivência
Do que um professor
Com ciência de academência.
Outsider
Constatações sobre o fundo de poço
Outsider
16 janeiro 2013
Constatações sobre a espiritualidade Fastbook
Vivemos a era da espiritualidade Fastbook do ctrlC + ctrlV, onde, algo que demande por mais reflexão, é lido por poucos; por outros também poucos, é apenas "curtido"; isso, só para não ficar chato.
Outsider
Sobre a cultura de superfície aparente
Talvez, como nunca antes na história da assim chamada "raça humana" — dela, grande parte, de modo totalmente inconsciente, num triste e deplorável estado de ser que beira as raízes do sonambulismo profundo, o qual os mantém num modo acelerado e cabisbaixo —, vê-se o esforço desumano para se adaptar a apenas "subexistir" numa cultura de superfície aparente. Aparentemente, superficialmente, parecemos saudáveis; parecemos felizes; parecemos alegres; parecemos livres; parecemos fraternos; parecemos espiritualmente conscientes; parecemos saber reciclar; parecemos amar; parecemos fortes; parecemos seguros; parecemos belos, parecemos inteligentes, parecemos estar vivos; parecemos saber o que é beleza; parecemos realizados e — o que me parece ser o mais sério nessa tragi-bufa comédia humana —, parecemos acreditar saber o que é a verdade.
Existe um preceito de que, uma mentira repetida muitas vezes, torna-se uma verdade e, no tocante a essa instalada cultura de superfície aparente, isso tornou-se um fato: grandes mentiras são tidas como verdades; grandes ilusões são tidas como realidade; imaturas crenças são tidas como realidade empírica ; desnecessidades são tidas como necessidades; desvalores são tidos como valores; imoralidade é tida como moral; mesmerização de massa é tida por educação; alienação e mediocrização é tido por diversão; desinteressadamente agir em prol do coletivo é ingenuidade, enquanto que buscar por privilégios umbigóides é esperteza.
A hipnose criada por essa cultura de superfície aparente, faz com que entreguemos nossos corpos nas mãos de academias, instituições farmaco-médica-laboratoriais, clínicas de estética, os quais ditam a moda do que é saudável e do que é beleza, moda esta disponível apenas para aqueles que acreditam estar financeiramente estabilizados (ainda que para conseguirem isso, se desestabilizem mental, emocional e fisicamente). Ao nos entregarmos a essa máfia da estética, nos permitimos fazer parte de um lucrativo processo de "mesmerização", de "modelagem", de "colonização corporal", processo esse que nos torna aparentemente iguais no que é estabelecido como ideal e que, ao assim consentirmos, pactuamos de bom grado com o processo de adulteração de nossa natureza real, de nossa originalidade, a qual tem sua beleza própria, única, pessoal e intransferível. A irrefletida aceitação das exigências desse enorme e desfantástico Festival Woodstock das aparências, traz consigo, o roubo da nossa capacidade de percepção da beleza natural, que por sua vez, nos coloca em conflito numa solitária cela formada pelas grossas grades da identificação com a nossa ocasional e momentânea realidade física. Desse modo, encerrados nessa cela, em constante estado de ansiedade e conflito, permanecemos totalmente inconscientes para a chave que nos liberta desse triste confinamento: a percepção da poética beleza noética de nossa realidade atemporal, imaterial, incorpórea.
Outsider
Sobre a cultura de superfície aparente
Talvez, como nunca antes na história da assim chamada "raça humana" — dela, grande parte, de modo totalmente inconsciente, num triste e deplorável estado de ser que beira as raízes do sonambulismo profundo, o qual os mantém num modo acelerado e cabisbaixo —, vê-se o esforço desumano para se adaptar a apenas "subexistir" numa cultura de superfície aparente. Aparentemente, superficialmente, parecemos saudáveis; parecemos felizes; parecemos alegres; parecemos livres; parecemos fraternos; parecemos espiritualmente conscientes; parecemos saber reciclar; parecemos amar; parecemos fortes; parecemos seguros; parecemos belos, parecemos inteligentes, parecemos estar vivos; parecemos saber o que é beleza; parecemos realizados e — o que me parece ser o mais sério nessa tragi-bufa comédia humana —, parecemos acreditar saber o que é a verdade.
Existe um preceito de que, uma mentira repetida muitas vezes, torna-se uma verdade e, no tocante a essa instalada cultura de superfície aparente, isso tornou-se um fato: grandes mentiras são tidas como verdades; grandes ilusões são tidas como realidade; imaturas crenças são tidas como realidade empírica ; desnecessidades são tidas como necessidades; desvalores são tidos como valores; imoralidade é tida como moral; mesmerização de massa é tida por educação; alienação e mediocrização é tido por diversão; desinteressadamente agir em prol do coletivo é ingenuidade, enquanto que buscar por privilégios umbigóides é esperteza.
A hipnose criada por essa cultura de superfície aparente, faz com que entreguemos nossos corpos nas mãos de academias, instituições farmaco-médica-laboratoriais, clínicas de estética, os quais ditam a moda do que é saudável e do que é beleza, moda esta disponível apenas para aqueles que acreditam estar financeiramente estabilizados (ainda que para conseguirem isso, se desestabilizem mental, emocional e fisicamente). Ao nos entregarmos a essa máfia da estética, nos permitimos fazer parte de um lucrativo processo de "mesmerização", de "modelagem", de "colonização corporal", processo esse que nos torna aparentemente iguais no que é estabelecido como ideal e que, ao assim consentirmos, pactuamos de bom grado com o processo de adulteração de nossa natureza real, de nossa originalidade, a qual tem sua beleza própria, única, pessoal e intransferível. A irrefletida aceitação das exigências desse enorme e desfantástico Festival Woodstock das aparências, traz consigo, o roubo da nossa capacidade de percepção da beleza natural, que por sua vez, nos coloca em conflito numa solitária cela formada pelas grossas grades da identificação com a nossa ocasional e momentânea realidade física. Desse modo, encerrados nessa cela em constante estado de ansiedade e conflito, permanecemos totalmente inconscientes para a chave que nos liberta desse triste confinamento: a percepção da poética beleza noética de nossa realidade atemporal, imaterial, incorpórea.
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Escolho meus amigos pela pupila
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.