Este blog não foi criado para quem já fechou as persianas de sua mente e cuidadosamente as fixou para que nenhum filete de luz de novas idéias penetre e perturbe sua sonolenta e estagnante zona de conforto. Este blog é para os poucos que querem entrar na terra firme da experiência direta por não verem outro caminho mais seguro a tomar.

29 novembro 2011

Engodo Capital


Engodo Capital, upload feito originalmente por NJRO.

Está chegando dezembro, o mês em que a hipocrisia humana alcança seus maiores níveis... Um ano inteiro de desumanas atitudes competitivas, não pode ser mascarado por egocêntricas campanhas a qual muitos ousam dar o nome de "caridade".

25 novembro 2011

Constatações


A revolução industrial já passou. Estamos agora, aprisionados na imensa e dispendiosa torre da revolução tecnológica, onde, de sua janela, almas Pollyannas, através do Facebook, insistem com seus posts, a narcotizar a realidade, com ilusórias receitinhas sobre a alegria de viver.

Nelson Jonas Ramos de Oliveira

24 novembro 2011

Constatações

joao-e-maria
No quarto escuro de nossas mentes, somos assustados adultos crianças. Se ousássemos sair debaixo da fria cama forrada com a grossa colcha de nossos condicionamentos herdados, se escancarássemos o antigo baú de nossas crenças e ideais, quem sabe, maravilhados ficaríamos diante da revelação de que, o bicho papão do tempo, não existe.

Nelson Jonas Ramos de Oliveira

Garimpo do Real

Imagem: http://gestaoambiental09.wordpress.com
Ontem a noite, assistimos ao filme "Caninos Brancos", baseado no livro de Jack London, um filme que, além de sua belíssima história, traz também um maravilhoso cenário pelo  enquadramento de suas fotografias. Foi logo aos cinco minutos de filme, que recebi a mensagem que realmente tocou ao coração, vinda do personagem Alex Larson:

"Todo mundo encontra um pouco de pó de ouro... É o que te faz continuar cavando... Mas você tem que encontrar a mina."

Um pouco mais a frente, o mesmo personagem diz ao amigo, quando ambos se deparam com algumas pepitas:

"Ainda não fique tão feliz, pois é preciso confirmar sua pureza".

Isso me fez lembrar de várias citações, entre elas, uma de Joaquim Nabuco e outra de Sri-Aurobindo, são elas:

"O ouro substitui ou consegue tudo, mas apenas exteriormente. Interiormente, nada pode. Para a sociedade, parece ser tudo, mas para o coração é nada."


"Se os homens só vislumbrassem quão infinitas as alegrias, quão perfeitas as forças, quão luminosos os alcances de conhecimento espontâneo, quão amplas as quietudes de nosso ser repousando à nossa espera nas extensões que nossa evolução animal ainda não conquistou, eles deixariam tudo e jamais descansariam até terem obtido esses tesouros. Porém, o caminho é estreito, as portas difíceis de serem forçadas, e medo, desconfiança e ceticismo aí estão, tentáculos da Natureza, para impedir o desvio de nossos passos de pastagens menores, comuns."


É preciso estar atento às influências que se apresentam, avaliando-as bem com ajuda da peneira da razão e a água do coração, afim de ter a certeza de que as mesmas não direcionam nossos esforços na direção de pastagens menores, comuns, e ao ouro de baixíssima pureza, que é o ouro dos insensatos, ou como dizia o finado poeta Raulzito, ao Ouro de tolo.

Nelson Jonas Ramos de Oliveira

22 novembro 2011

Você conhece a paz?

pombos
Há alguns dias, numa comunidade do Facebook criada para o compartilhar de textos de Jiddu Krishnamurti, postei um de seus textos que versava sobre a paz, cujo conteúdo publico abaixo:

"...E cada um de nós necessita de paz. Isto é, necessitamos paz, no sentido de termos imenso espaço interior, espaço sem limites. Paz significa espaço no qual nenhum centro existe para criar limites. Isso é muito difícil de investigar e de compreender. A paz é um estado de espírito que não dá fronteiras ao espaço. E, para compreendermos a paz, teremos de compreender o que é o prazer, porquanto é o prazer que cria a imagem, o centro que projeta um espaço limitado e traduz os valores de cada ato. Peço-voz observeis a vós mesmos, para verdes vossas próprias maneiras de pensar e de sentir, conscientes e inconscientes, os valores pro vós mesmos criados." Krishnamurti - (extraído da Net fonte não citada)

Sete horas após a postagem deste, recebo um comentário com a seguinte questão:

‎Nelson Jonas, Você conhece isto que Krishnamurti está falando ?

Com base nas diversas experiências que tenho referentes a participação em comunidades criadas nas redes sociais, senti o receio de que, talvez, este poderia ser mais um daqueles comentários cujo espírito que o move se baseia na egocêntrica competição de conhecimento intelectual/espiritual, ou em testes de "iluminômetro", tão comuns, seja na "sociedade  presencial" ou nestas redes sociais on-line. Isso é muito natural de ocorrer, pois, se na vida real isto sempre ocorre, que dirá onde podemos proteger nossa personalidade repleta de mazelas ocultas atrás desta tela de cristal liquido comprada em suaves prestações? Bem, não vem ao caso aqui, se quem publicou tal questionamento se enquadra ou não neste tipo de postura imatura, postura esta da qual já fiz parte ferrenha e que, se não me observo sou tentado a nela recair. O que vem ao caso, foi o que essa pergunta causou em meu interior...

Olhando com bastante seriedade, a resposta a que chego é: "Sim" e "Não". Apesar da profunda dificuldade de expor isso através da limitação das palavras, começarei postulando a respeito do bem-aventurado "Sim", tendo como base o fato de que, a grande maioria dos seres humanos, em determinado momento de sua existência já saborearam aquilo que convencionei chamar de "pequena amostra grátis de Deus"...

Todos nós já vivenciamos aquele estado de ser que não pode ser captado pela palavra, pelo pensamento, aquele estado de ser que apesar de ficar registrado em cada uma de nossas células, somos incapazes de reproduzi-lo através de nossa limitada vontade. Todos sabemos o que representa aquele estado de ausência de movimento mental, aquele estado onde nenhuma forma de conflito se faz presente, onde um profundo sentimento de integridade e integração amorosa, de doação incondicionada e de silêncio, se faz presente. Aquele estado em que não existe mais um "você" e a natureza, um "você" e o "outro", onde todo sentimento de  separatividade, sem a ação de nossa vontade, de forma incausada, deixa de existir. Creio que todo aquele que já vivenciou esta bem-aventurança, através destas poucas palavras, sentirá aquilo que com elas tentei verbalizar. Todos que vivemos esta "boa-aventura" sabemos que, a partir dela, nunca mais somos os mesmos... Ela se vai mas, algo fica: uma nova consciência de um estado de Consciência infinitamente superior, nunca antes vivenciado. Nessa experiência, todo nosso acumulo de experiências passadas, toda nossa visão de mundo, toda nossa visão da vida de relação é literalmente jogado fora e nos vemos instantaneamente arremessados num novo paradigma, num paradigma que traz consigo o que podemos chamar de "ponto zero", ponto este que torna nossos antigos valores uma nulidade. Todos sabemos bem o que significa o ingresso nesse ponto zero... Confusão. Tudo que antes tinha graça, agora, depois do experimento da verdadeira Graça, passa a ser visto como algo sem graça, o que, na visão de muitos ao nosso redor, é tido como uma espécie de desgraça. As antigas autoridades, convenções e escala de valores passam a ser vistos como condicionamentos enclausurantes, que servem tão somente para nos privar da liberdade de movimento e expressão e para nos impelir à conformação, à formatação da domesticação servil. Esta bem-aventurança, esta "amostra gratuita da paz de Deus", aos olhos dos outros que se encontram devidamente ajustados ao sistema criado pela astuciosa rede do pensamento, faz de nós membros rotulados como rebeldes, entre outros tantos rótulos, isso quando não nos torna pessoas "não gratas", pessoas de idéias perigosas das quais seus filhos e mentes devem ser mantidos afastados. Todos sabemos que este ponto zero, que este portal, que este paradigma que se apresenta mediante a manifestação desse incausado estado de profunda paz, faz de nós "passageiros", "estrangeiros numa terra estranha",  aquilo que Colin Wilson retratou de forma brilhante em seu livro cujo título é "Outsider - O Drama Moderno da Alienação e da Criação". Como este texto não tem por fim a idealização de um tratado, creio que a sustentação da resposta "Sim", já foi devidamente explanada.

Agora, caminhemos em direção a resposta "Não", com relação ao conhecimento do estado de paz profunda na qual se refere Jiddu Krishnamurti em seu texto... Apesar de sabermos bem o significado desta profunda mutação em nosso estado de ser, produto direto da ação desta "bem-aventurança", todos sabemos o que significa a profunda frustração mediante a total impotência de reproduzi-la mediante a nossa limitada vontade. Todos sabemos, como nas palavras de nosso  amigo Nabil Chaar, em seu blog http://abordagemassimetrica.blogspot.com, o que significam essas "entradas e saídas do Ser" que somos. Todos sabemos o que significa a nossa impotência diante da estabilização desse estado de paz na qual desaparecem todas as formas de "controvérsias públicas", onde desaparecem todas as necessidades de doações psicológicas de fora, onde desaparece toda forma de fragmentação, toda forma de visão dual por nossa parte. Creio que todos nós sabemos muito bem o que significa essa falta de unicidade, caso contrário, por que dedicaríamos tanto tempo e energia em comunidades que colecionam artigos cujo maior esforço e experiência se traduzem no simples e acelerado apertar das teclas Ctrl A, Ctrl C e Ctrl V? Por que dedicaríamos tanto tempo ao estudo das obras deixadas por homens e mulheres que em seus escritos nos levantam a suspeita de que alcançaram o sucesso por nós, outsiders, tão almejado? (Por favor não se prenda na palavra outsiders)... Bem, acho que, no tocante a negativa do conhecimento de um estado estabilizado de paz, podemos encerrar por aqui.

Para uma pergunta com tal conteúdo, não caberia de forma alguma, uma resposta levianamente reacionária. Não sei se o questionador foi motivado por um amoroso espírito convidativo para a reflexão. Se o fez, com certeza, ao término da leitura desta resposta, saberá que foi feliz em seu intento. Espero que, do mesmo modo, minha reflexão seja tão nutritiva, como para mim o foi seu questionamento. E em meio disso, em silêncio, aqui ficamos, como nos dizeres mecanicamente repetidos por alguns cristãos: aguardando a vinda do "Cristo" Salvador, a vinda da paz que transcende todo entendimento...

Um fraterabraço,

Nelson Jonas Ramos de Oliveira

21 novembro 2011

18 novembro 2011

Cuidado: Trojans

Mandando o tom


É interessante ver como se coçam os lambedores de saco dos gurus, quando alguém que pensa e vê, quando alguém que não se conforma em mostrar somente um "ladinho zen", um "ladinho sou só amor", fala com franqueza a respeito do que sente diante dessa insanidade de alimentar idolatria por alguém que se diz "iluminado", mas que no entanto, tem apenas pés de barro. 

Esses lambedores de saco de gurus, se arvoram como seres "íntegros" e criticam aquele que critica o que vê, como se apontar o que se vê fosse falta de "integridade". Quem então for realmente integro, que atire a primeira pedra. Quem não tiver contradições internas que atire a primeira pedra, pois eu aqui, ainda as tenho. Quem for 100% integro com aquilo que diz, pensa, sente e faz que atire a primeira pedra com ares de todo amor.... Bahh! Quanta tolice, quanta ironia. Por acaso, no Amor também não entra a aceitação do outro quanto a exposição de seus sentimentos, sejam eles quais forem?

Raça de hipócritas, soberbos imaturos, iludidos de puro amor! Se sentem inquietos com aquilo que outro pensa e ousa expor e o acusam de ser inquieto. Não ser inquieto diante de tanta hipocrisia é, no mínimo, sinal de falta de saúde mental. Sustentam uma imagem irreal e vivem de tecer imagens do outro. Hipócritas! Sujos falando do mal vestido!... E o pior de tudo, em sua soberba, ousam se dizer portadores de "compaixão"... Soberbos! Lobos em pele de ovelha, isso sim!

Eu não sou hipócrita, se estou com raiva, estou com raiva! Não tem essa de "puro amor" não! Não estou correndo atrás de colinho, muito menos em ficar sentado aos pés do mestre com ares de êxtase.

O fato de ser grato a alguém por me proporcionar uma bela visão, não faz com que eu seja grato quando percebo falsidade ideológica corrompendo uma bela visão. Meu amor não é incondicional. Ando mil léguas com você enquanto ver que estamos no mesmo caminho. Caso contrário, boa sorte!

A você, corajoso caminhante solitário, um fraterabraço. Aos soberbos e imaturos críticos bajuladores de guru, um chute na bunda com toda energia de minha inquietude, de minha beligerância, de minha divisão temporária causada pela indignação diante de tanta hipocrisia.

É isso ai! Já dei mandei o tom!

Nelson Jonas Ramos de Oliveira

Nada de novo


Logo pela manhã, ao olhar a caixa de e-mail, deparei-me com a mensagem enviada pelo blog "Palavras de Osho", cujo conteúdo transcrevo abaixo:

"Aquilo que chamamos de "educação" não tem nada a ver com educação - é exatamente o oposto. A própria palavra "educação" significa trazer à tona algo que está no interior de uma pessoa, trazer seu centro para a superfície, para as bordas, fazer com que seu ser se torne manifesto - porque ainda está latente, não-manifesto, está adormecido -, tornando-o ativo e dinâmico. Isso é educação.

Mas não é isso que tem acontecido no processo educacional. Ocorre justamente o oposto: estão enchendo as pessoas de ideias. Nada tem sido retirado do poço: as águas do poço estão sendo exploradas.

Em vez disso, pedras têm sido lançadas dentro do poço. Logo a água irá desaparecer e o poço ficará cheio de pedras.

É isso que vocês chamam de eruditos, sábios, professores. Nada são além de tomates recheados. Nada além disso, apenas pessoas recheadas com grande quantidade de besteiras.

Após ler tal mensagem, de imediato veio-me a mente a correlação entre educação X iluminação, eruditos, sábios, professores X Gurus. Não há nada de diferente aqui. Se antes o conteúdo versava sobre ideais, conceitos e conhecimentos históricos para conseguir um dia ser um sagaz caçador de empregos, agora, o conteúdo também versa em ideais, conceitos, conhecimentos históricos a respeito da vida dos 'iluminados', que possam, quem sabe, um dia, nos ajudar em nossa caça pela 'iluminação'. 

Apesar do tempo, ainda somos explorados por tomates recheados de tempero alheio que insistem em atirar pedras no poço do ser que somos (claro que mediante a nossa participação). Como dizia o finado poeta: "Mudaram as estações, nada mudou!

Nelson Jonas Ramos de Oliveira

17 novembro 2011

A Hidra e o Guru


Segundo a mitologia grega, a Hidra de Lerna era um animal fantástico, o qual tinha um corpo de dragão e nove cabeças de serpente que tinham o poder de se regenerar (algumas versões falam em sete cabeças e outras em números muito maiores). O mais assustador era que seu hálito era mortalmente venenoso. Conta o mito que a Hidra era tão venenosa que matava os homens apenas com o seu hálito; se alguém chegasse perto dela enquanto ela estava dormindo, apenas de cheirar o seu rastro a pessoa já morria em terrível tormento.

Assim como com a Hidra, parece ser a grande maioria dos gurus: para cada seguidor que desperta para a falácia e o veneno por detrás do hálito daquele que se diz guru, dois ou mais seguidores surgem em seu lugar. Aqui, não há Hércules que os vença. 

Nelson Jonas Ramos de Oliveira

Dica de livro

16 novembro 2011

Penso...

Contra fatos não existem argumentos


Contra fatos não existem argumentos: com relação a um articulado ego sacerdotal, não existem argumentos, por mais lógicos que estes sejam, capazes de fazer frente ao seu nefasto, estagnante e contagioso auto-engano.

Nelson Jonas Ramos de Oliveira

Sem Palavras

  • Seja já um dos nossos representantes em sua região.
  • Aceitamos seu depoimento de cura para expô-lo em nosso blog. Não perca mais tempo! Envie já o seu! 
  • Atenção: Qualquer depoimento contrário será devidamente descartado e ocultado!
  • Fazemos sua cabeça através de atendimentos fofocólicos via MSN. Garantimos seu anonimato!

15 novembro 2011

A desilusão com o Baú da Felicidade

Ilustração: amarildo.com.br
Hoje pela manhã, recebi pelo Facebook uma curta e poderosa mensagem enviada pelo pessoal do Blog Palavras de Osho. A mensagem dizia:

"A luta contra os outros é apenas um truque para esquivar-se da guerra interior."

Veio como um grande convite da Grande Vida, um convite ao tão difícil movimento do viver e deixar viver.

Minutos mais tarde, após o café da manhã, enquanto lavava a louça da noite anterior, ao esfregar a gordura ressecada no fundo de uma assadeira refratária, um rápido pensamento me surgiu a mente...

Você nunca acreditou no Baú da Felicidade, não é mesmo? Nem por isso, você destratou aqueles que acreditaram nessa empreitada e que, de porta em porta, trabalhavam pela sua divulgação. O que você dizia aos andarilhos vendedores que, para garantir seu mirrado ganha pão, se entregavam a tal trabalho, que trazia um Baú de Felicidade somente para o proprietário da empresa?

— Obrigado! Não tenho interesse! Tudo de bom!

De fato, nunca briguei com o dono do Baú, nem com seus vendedores, muito menos com aqueles desavisados que investiam parte de seu orçamento nessa ilusória idéia de felicidade e liberdade vinda através de sorteio, com data e hora marcada e por transmissão ao vivo. Aliás, depois que fechava minha porta, nem mais me lembrava do Baú, seu dono e seus explorados vendedores. Eu continuava com minha vida, me entregando novamente naquilo que estava fazendo antes que o som melódico da campainha me desviasse a atenção.

Nos relacionamentos, estamos em busca de nosso Baú da Felicidade... Parece funcionar sempre do mesmo modo... Uma melodiosa campainha toca, damos a devida e respeitosa atenção as suas coloridas promessas; por vezes, nelas acreditamos e a elas nos dedicamos com energia e afinco. Ali permanecemos, até que se apresente a benção da desilusão. Cada um, conforme seu momento, responde de certo modo aos sentimentos gerados por essa desilusão. Aqui, com as mãos ainda cheirando a detergente chego a conclusão, de como é difícil ao ego, diante de tais desilusões, simplesmente responder:

— Obrigado! Não tenho interesse! Tudo de bom!

14 novembro 2011

A libertação na aceitação daquilo que é




Constatações sobre o amor


Me disseram um dia, que foi Rubens Alves que disse:
"Amar é ter um pássaro pousado no dedo.
Quem tem um pássaro pousado no dedo sabe que,
a qualquer momento, ele pode voar”
Se pudesse tomar uma cerveja com Rubens,
certamente lhe diria:
"Sinto que aquele que ama, 
só se preocupa se esse pássaro 
conseguirá realmente voar.

Nelson Jonas Ramos de Oliveira

12 novembro 2011

Constatações sobre viagens

A melhor viagem é aquela que tem seu descanso num coração em chamas!
Nelson Jonas Ramos de Oliveira

Consumir ou comungar?

Amor, foto por NJRO.

Grande parte dos homens são adestrados para serem colecionadores de penetrações de corpos femininos. Raros são aqueles que descobrem a beleza do comungar do coração de uma mulher.

Nelson Jonas Ramos de Oliveira

11 novembro 2011

AGA - Adictos de Gurus Autoproclamados

... Porque rir, é o melhor dos satgangs!...



AGA - Adictos de Gurus Autoproclamados - Um programa de Recuperação para pessoas com problemas de dependência dos gurus da nova era.

AGA, em seu todo, é uma fraterunidade onde pessoas que se reconhecem dependentes das falas, livros e vídeos de gurus autoproclamados, se ajudam mutuamente através da prática da observação sem escolhas, que não cabe em nenhuma forma de programação, na libertação da ilusão criada pela idéia de que alguém possa nos "facilitar a iluminação" ou de que alguém possa nos "apontar a Graça".

Em nossos encontros, geralmente em padarias e pizzarias, oferecemos as observações extraídas de nossas experiências por busca pela auto-descoberta. O que propomos é a observação de onde principia nosso pensamento condicionado, pensamento este a ser observado, individualmente, para que cada um se mantenha íntegro fiel ao seu objetivo e ao seu coração.

Em AGA não usa a palavra “adicto” em seu sentido científico. Para Adictos de Gurus Autoproclamados, adicto é qualquer pessoa cuja imatura dependência emocional de um guru interfere em seu auto-conhecimento, de qualquer forma e em qualquer grau, segundo ela mesma o reconhece.

AGA existe com o único propósito de ajudar pessoa mental e emocionalmente perturbada pelos engôdos de um guru a se recuperarem de sua dependência e se manterem limpas, através da abstenção de um contato a mais com seu guru de escolha, momento a momento, numa base diária.

O anonimato pessoal do guru de escolha é sempre preservado, não afim de poupá-lo, mas sim, preservado os novos membros de uma possível nova influência. Uma vez que a política de relações publica de AGA se baseia na atração e não na promoção, não cabe a ninguém qualquer ganho financeiro pessoal quando da prática da transmissão de sua mensagem, tendo em vista estender nossa ajuda gratuita a outros adictos de gurus autoproclamados que ainda sofrem.

Em AGA, não doutrinamos e nunca procuramos analisar ou diagnosticar os outros. Nosso conhecimento da dependência guriática e do caminho para recuperação se deve às nossas trocas de experiências pessoais como adictos em processo de conscientização. E é essa troca de experiências que constitui a ajuda por nós oferecidas a todos os adictos de gurus autoproclamados que ainda sofrem e que realmente desejam libertar-se de seu sofrimento e dependência emocional.

Se você deseja encontrar a autosuficiência psicológica, a autonomia emocional que proporciona uma vida equilibrada e feliz, que já encontramos, procure-nos em AGA. Antes de conhecermos os encontros de conscientização em AGA, tínhamos tentado várias coisas para livrar-nos do nosso sofrimento. Muitos, se submeteram a retiros, a trabalhos devocionais não remunerados, a cursos do básico ao avançado que prometiam por iluminação, paz, amor, liberdade e felicidade. Muitos experimentaram vários tipos de chás e alucinógenos na tentativa de se iluminarem, gastaram boa parte de seus orçamentos em dvd´s, cd´s, livros, materiais para rituais entre tantas parafernálias que são dita necessárias para a iluminação. Alguns chegaram a ter surtos psicóticos achando ser amor e liberdade, tendo como resultado, a amarga experiência de internação. Outros mais infelizes, por não conseguirem lidar com a desilusão chegaram a tentar o suicídio. Durante anos, achávamos que não havia uma saída para nós e que estávamos condenados a viver das repetidas falas e textos de nosso guru de escolha. Apesar de fazermos parte de uma família, sentíamo-nos sós e não encontrávamos paz em nenhuma hora do dia. Mas finalmente, achamos uma saída, em que agora também oferecemos a você. Uma saída do sofrimento mental e emocional para ingressar numa vida feliz e serena. Essa saída é a desprogramação de concientização de AGA - Adictos de Gurus Autoproclamados. Venha compartilhar conosco com suas  abobrinhas cósmicas.

Pranãomaisvê!

Vivendo e aprendendo a jogar


Logo pela manhã, ao abrir a tela do Facebook, me deparo com uma mensagem amiga que dizia: 
(...)
Realmente, temos que ser nossa própria luz, indiscutível. Acredito, porém, que a figura do mestre tenha uma importância relativa, ou seja, de apontar para aquilo que é nossa verdadeira natureza. A partir desse apontar, cabe a pessoa olhar para isso e descobrir aquilo que já É e que sempre foi. O interessante é que mesmo existindo "mestres" que, digamos assim, apenas repetem os ensinamentos e não tiveram uma experiência direta, mesmo assim algo está acontecendo, mesmo assim a GRAÇA está sendo apontada, mesmo assim algo está desabrochando... Até porque, no final das contas, nada é obra de ninguém, tudo acontece como tem que SER...

Diante desse trecho me ocorreu a seguinte reflexão

Se uma pessoa repete algo que "ouviu ou leu" de outro como pode apontar para algo que nunca viu por si mesma? Seria o mesmo, como diz Osho, alguém que nunca provou o gosto do leite sair falando para os outros o gosto que o leite tem... Isso é insanidade, tanto de quem testemunha, como daquele que confia nesse testemunhar indevido!

Mas, continuemos com o conteúdo da mensagem...

Como publicaram recentemente no FACEBOOK "a SETA não é aquilo que está sendo apontado". Aos buscadores sinceros TUDO vai acontecer como tem que acontecer, por isso, acho que não há necessidade de fazermos uma espécie de "caça às bruxas" e com isso criar mais conflitos...

Acho elegante deixar silenciosamente aquilo que não tem mais significado para nós, porque isso é estar em sintonia com o TODO e compreender que no final das contas TUDO está realmente certo, e, ao mesmo tempo, também acho interessante expressar algo que está incomodado e com isso chamar a atenção de outras pessoas para essa situação...TUDO é um jogo gracioso, onde TUDO e TODOS fazem parte...

Cara, esse entendimento acabou pacificando mais a questão que conversamos ontem... Obrigado pelo compartilhar...

Para mim, o problema ocorre quando o "mestre" pega o conteúdo de terceiros e transmite como se esse algo fosse seu. Isso, ao meu ver é corromper a fonte, é apropriação indevida. Em outras palavras, se faço assim: Está vendo aquela placa ali, meu amigo, colocada pelo Ramana? Pois bem, algo me diz que o caminho é por lá! Isso é uma coisa! Outra bem diferente é se faço assim: Está vendo aquela placa ali, meu amigo, colocada por mim sem ajuda de ninguém, sem ajuda de nenhum mapa, sem ajuda de nenhum livro? Pois bem, é por lá! Penso ter me colocado com clareza. Penso também, que a beleza está em que somos todos, ao mesmo tempo, tanto mestres e discípulos... Vivendo e aprendendo a jogar, como canta o compositor Guilherme Arantes.

E você leitor, como vê isso? Deixo à você este convite à reflexão.

Alguns, quando comento sobre isso, dizem que podemos amenizar alegando ser isso um mal necessário, algo como: é melhor alguém escravo numa entidade espiritual qualquer, por mais corrupta que seja, sem causar danos aos demais, do que alguém jogado na sarjeta ou causando danos a si mesmo e aos demais. Veja, mesmo o falso, se há um coração honesto, a seu tempo se beneficiará com isso, mesmo que seja somente para aprender sobre o falso. Olhando por ai, tudo bem! Pode ser considerado como um modo de corromper a verdade de modo abençoado.

Mas penso que o problema está tanto na auto-ilusão, como no iludir daquele que recebe a mensagem como se a mensagem fosse algo original. Em meu caso, fui muito agraciado pelo contato com um amigo de influência ramânica adváitica e sabe-se mais lá o que. Fui por demais agraciado ao ponto de perceber as dualidades presentes. Que faço então diante da tristeza causada pela desilusão? Agradeço por ver a ilusão, depois, pego meu banquinho e saio, confesso, não muito de fininho! Ok! Me ajudou até perceber o falso, portanto, agora, sigamos em frente! Sou um felizardo porque vi, mas, e aqueles que não tiverem a mesma graça? Temos vários exemplos disso em nossa sociedade: igrejas, templos... Aqui é só mais um! 

Resumindo: não adianta mesmo caçar bruxas! Elas sempre existiram e sempre existirão. O lance, é conseguir derrubá-la, momentaneamente de sua vassoura cósmica e dela fazer uso para limpar o lixo encontrado e, depois, alegremente, seguir viagem, a pé é claro! Se ela vai continuar voando e aos outros enfeitiçando, isso, já não é comigo!

Um fraterabraço, 

Nelson Jonas Ramos de Oliveira

Constatações

amigos
O amigo, por NJRO

Muitas vezes, uma fala vista de modo superficial, pelos imaturos, é tida como maliciosa fofoca. Já os mais prudentes, recebem como amoroso convite e sem se escorarem na estagnante zona de conforto da crença ou da descrença, investigam a realidade por si mesmos. Só ai é que a verdade se apresenta e, nela, os prudentes fazem sua morada. Aqui, paciência é a palavra!

Nelson Jonas Ramos de Oliveira

10 novembro 2011

De olhos abertos, até a ilusão serve de alimento


X: Bom dia, Nelson! Tudo beleza?
N: Agora sim!
X: O material que você disponibiliza é ótimo... Muito autêntico e preciso.
N: Obrigado!
X: Legal o novo blog.
N: Vem do coração.
X: Sim é muito claro isso.
N: por vezes de um coração em chamas, por vezes de um coração com raiva... São minhas entradas e saídas no ser, como diz meu amigo Nabil!
X: E trata-se de uma pulga que sempre fica atrás da orelha... Ou seja: $$ X Espiritualidade... Confesso que isso também me gera um certo desconforto.
N: Passei uma semana de muito trabalho interior... Me senti como "mulher traída" ahahahaha
X: Agora... Como achar o equilíbrio nessa questão? Pois todos os Gurus cobram. Quando o cobrar é legítimo e quando é auto-interesse?
N: Cobrar por algo que veio da Graça e de graça? Isso é uma dualidade enorme, absurda... Todos cobram justamente porque se “auto-organizaram” como “gurus”.
X: Perfeito!
N: Você sabe de um Jesus cobrando? Você sabe de um Buda cobrando? Você sabe de um Krishnamurti cobrando? Você sabe de um Nietzsche cobrando? Você sabe de um Voltaire cobrando? Você sabe de um Sócrates cobrando? Isso virou um negócio e muito bom... Passeia-se ao redor do mundo numa boa, come-se do bom o do melhor... A máfia da nova era, a máfia num novo tom...
X: Concordo com você mas, e a manutenção inerente a divulgação da graça? Quando faltam recursos para isso?
N: Gerar recursos é bem diferente de estipular valores forçosos, estipular caches para poder comparecer no local. Quem gera os espontâneos recursos "apenas administrativos" para que encontros ocorram são aqueles que sentem a necessidade do compartilhar de uma mensagem.
X: Gostaria, de verdade, de achar o equilíbrio para essa questão.
N: Agora, fazer disso um modo de vida, isso é empresariado espiritual, é empresariado sacerdotal, clerical, é usar o desespero do outro para manter um modo isento do desespero diário de se bancar financeiramente. Ninguém dá satsang todos os dias, 24 horas por dia, aliás. Quer saber? Nem curto essa idéia de que alguém é o Ser em pessoa "transformando" automaticamente alguém que com ele entre em contato.
X: Sim!
N: Agora, sem dúvida, podemos todos nos encontrar como amigos de caminhada, trocando nossas percepções, momento a momento, isso não cria ídolos, ao contrário, isso cria amigos nutritivos, amigos evolutivos em percepção consciencial e Graça.
X: Muito bom... Também acho que estamos exatamente em liha horizontal, digamos assim...
N: Não vejo nenhum problema desses auto-intitulados iluminados ganharem seu sustento através, por exemplo, da venda de livros, mas, para poder se congregar presencialmente, estipular um valor minimo para vir falar, isso é um despautério diante do significado da palavra Graça. Agora, os caras cobram e cobram bem caro para você participar do tal Satsang. Eles se filmam, depois vendem, sem a autorização sua, uma vez que teve sua participação e vendem bem carinho, viu, uma mídia de DVD cujo custo no atacado é menos de trinta e cinco centavos. Cara, isso é uma agência muito rentável... Você pega alguns gurus de renome, só de olhar a obesidade de seus corpos, já se constata, sem esforço, a falta de equilíbrio quanto a própria questão alimentar.
X: Cara, esse ponto também não está pacificado para mim... Confesso que algo internamente diz que a "GRAÇA" não é produto de ninguém e consequentemente não seria razoável cobrar, até porque todos tem direito a isso, e da forma como está sendo explorado, fica um luxo para poucos... Entretanto, acho razoável pessoas que realizam efetivamente isso tenham um certo sustento para levar isso a diante... Então, essa medida que é difícil mensurar... Com o limear disso...
N: Mas por que esse sustento precisa vir da venda disso? Você acredita mesmo que alguém dê satsang 24 horas por dia?
X: No sentido de ficar verbalizando isso para outras pessoas, acredito que não.
N: Por acaso ele precisa durante a semana "preparar" os conteúdos de sua fala?
X: Satsang é agora, é expontâneo...
N: Veja o caso de Nisagardatha, tinha uma tabacaria! Só a noitinha se congregava em sua casa. Vivia da venda de cigarros de palha, percebe? Os caras querem é moleza, viajar as custas dos demais... Ninguém conhece a verdadeira face de uma pessoa em apenas duas horas de encontro cadenciado por um clima espiritual, com direito a cheirinho de incenso e musiquinha indiana. O lance é ficar ao lado dela ao menos 48 horas, para ter uma vaga idéia se o que diz condiz com sua realidade na vida de relação. O lance é andar por um tempo ao seu lado, conversar com a família, ver sua relação com eles, ver a grande longitude entre o que diz e o que é no cotidiano... E isso é válido para qualquer um de nós, pois todos temos nossas MAZELAS OCULTAS e é isso que nos faz HUMANOS EM CONSTRUÇÃO.
X: Sim...
N: Agora, sustentar a idéia de um ser em perfeição, é uma papagaida brava.
X: Exato...
N: Sente-se na mesa com um deles e veja o modo apressado e por vezes desmedido com que comem, glutões, soberbos no cotidiano com as pessoas mais próximas, frios e calculistas com as pessoas mais próximas, insensiveis com as pessoas mais próximas, mas, na hora do satsang com cheirinho de insenso... Shazan!!!!!... Se transformam na paz em pessoa... Ah! Para vai!
X: É vero...
X: Irmão, eu peido, arroto, tenho mal hálito, fico puto facilmente e busco por consciência... Isso é buscar ser humano... Daqui a pouco, esses gurus vão falar que peidam com cheirinho de alfazema... Me desculpe pelo exemplo!
X: Tranquilo Nelson, estamos em casa! rs
N: Eu gosto de futebol, vc de outro esporte e, mesmo assim, somos buscadores. Daqui a pouco, me ilumino e passo a dizer que isso é mundano...
X: rs, muito bom... Aceitação por completo!
X: Saio dizendo que que não assisto tv, que não leio livros, jornais... Que não leio livros dos outros, quanta papagaiada barata!... Esteriótipos...
Locais suntuosos, roupas impecaveis destituídas de simplicidade... É facil ver, é só ver... Ver o antes e o depois... Ver o início do trabalho e o trabalho atual... Ver o olhar inicial e o olhar atual... Cara, quando uma idéia entra na mente, ela nunca mais voltará ao seu estado anterior...
X: Cara, que legal sentir absoluta entrega no que você está dizendo!
N: Portanto, mesmo que se eu decida me corromper, ainda terei o conteúdo dentro de mim para ajustá-lo aos meus interesses.
X: e, de verdade, acho que muitos percebem tudo isso que você acabou de expressar, mas continuam, mesmo que sutilmente, agregados a essas imagens que de certa forma, trazem um certo conforto...
N: sim! Isso é um fato! Acabam se corrompendo como fez o Guru do Sexo... É inegavel a qualidade de seus textos, mas olhe seu modo de vida? Bate com seus textos?
X:De fato! E esses dias li algo que falava que a SETA não é aquilo que está sendo apontado...
N: E ai, como nós humanos, amamos o dinheiro, saimos macaqueando esses gurus que viveram desse modo e até os defendemos porque, lá no fundo, invejamos esse modo de vida.
X: O que vejo é que aos sinceros, a graça é revelada, mesmo que para isso use "gurus" como papagaios...
N: Lá no fundo, sonhamos em viver só de "baforadas cósmicas"... Lá no fundo sonhamos em ser uma "autoridade venerada"... Isso parece estar no código genético da humanidade... Limpar as células disso, não é nada fácil.
X: E quando outros confirmam isso, há um reforço nessa idéia.
N: Isso, condicionamento!
X: Tudo é um jogo gracioso... Mesmo assim, a graça continua sendo passada... Que ironia, não?
N: Isso está bem relatado no filme REVOLVER... É o jogo do xadrez, do tabuleiro preto e branco que representa a dualidade humana.
X: Putz, ainda não vi.
N: Já lhe falei: indispensável.
X: Sim! Estou com o link aqui.
N: Muitas fichas cairão para você ao assistir esse filme, que é um filme que só quem tem abertura acaba entendendo sua mensagem de entrelinhas, caso contrário, só mais um filme de violenta troca de tiros com muitas cenas de sangue. Não conseguem perceber que isso é uma representação do conflito que se dá no sangue de nossa mente.
X: Então, a própria dualidade está contida na não-dualidade... E no final chegaremos a esse ponto... Aceitação em SER HUMANO!
N: Sim! Não um SUPRA-HUMANO... Veja por exemplo, essa frase: SER HUMANO.... Indica um processo, pois ainda nem somos humanos, na real, estamos mais para homo demens, não para homo sapiens! E quando nos julgamos iluminados, penso que somos homo demens demens, como diz Leonardo Boff. Ouvi num seminário que levam poucos segundos para arrancar uma roupa, mas quanto tempo é necessário para arrancar nossa rede de ilusões que nos impedem de ser humanos? Ser humano é ser capaz de amar! Não sabemos o que é esse estado que não é ação de escolha, no entanto, buscamos por isso e isso não pode chegar quando abrigamos ilusões ilumináticas, ilusões de perfeição.
X: Sim, isso trata-se do materialismo espiritual.
N: Prefiro ficar com o que é, com o que sou aqui e agora, um cara com algumas dificuldades internas, em busca de compreensão para superá-las,
um cara que vê o fluxo, por vezes, ainda acelerado de sua mente.
X: Exato! Aqui Agora!
N: E que ainda se sente impotente diante do fluxo mental, mas, que no entanto, através da observação, não vêm acrescentando dor e confusão
a dor e confusão do “não-ser” já instalada. Me vejo em constantes entra e sai desse estado de presença. Não tenho isso estabilizado em mim, oscilo entre um estado de ser amoroso e arrogante, tenho todos os demonios me rondando aqui dentro, querendo saltar e assumir controle, mas, os observo em paz... "Faça as pazes com o seu inimigo interno..."
X: Lindo!
N: Já dizia um sábio guru que não vendia a graça e no qual muitos dos gurus auto-proclamados da atualidade, secretamente nele também se baseiam.
X: Muito bom! Meu amigo, estou muito grato por este momento.
N: Eu é que agradeço!
X: agora, vou me arrumar para ir ao trabalho.
N: Agradeço pelo compartilhar de um modo humano de ser e estar na vida de relação... Olhos e coração abertos!
X: Isso é amor. Sei muito bem o que está implícito em tudo que você disse... Pode deixar que estarei de olho! Mas, ainda tenho que estar junto para ver!
N: Sim, de olhos abertos, até a ilusão serve de alimento.
X: Vamu q Vamu...
N: Isso! Tenha um bom serviço.
X: Valeu!
N: Vai lá! Um chute nas canelas, sempre!

De uma conversa via MSN

Foi um guru que passou em minha vida

Num belo dia
Meu coração foi alertado
Para saber se andou errado
Foi dolorido enxergar

Meu coração estava em busca do amor
Amor ninguém pode agenciar
A máscara do auto-engano
Passou, passou
Observação fez apagar
A máscara do auto-engano
Passou, passou
Observação fez apagar

Porém, ele porém
Parecia diferente
Falava de modo inteligente
Ao coração do insipiente
Parecia paranormal
Carregava uma esperteza
Falava em pausado tom
Quando alguém que não
Conheço anunciou
Mazela, Mazela

Observação trouxe alvorada
Meu coração despertou
Vi, tanta mazela
Quando ouvi o seu falar
Senti um coração equivocado
Muito texto plagiado
Palavras soltas no ar
Até posso definir o autor
Não era do Ser
Mero plagiar

Foi um guru que passou em
Minha vida
E meu coração se deixou levar

Foi um guru que passou em
Minha vida
E meu coração se deixou levar

Parodiado por:
Nelson Jonas Ramos de Oliveira

Parodiado do vídeo:

08 novembro 2011

As contribuições sugeridas pelos novos mercadores da Graça

Nos bastidores da crença organizada
Li outro dia num blog evangélico que, no passado, a Lei Mosaica estabelecia sacrifícios substitutivos pelos pecados do povo, e após 400 anos de silêncio profético, os sacerdotes acabaram por se envolver com o comércio e com a política local, fazendo acordos e alianças estranhas à Graça. Assim, permitiram que “facilitadores” e “atravessadores” se estabelecessem no templo, os quais estocavam e vendiam seus animais, para que fossem usados nos sacrifícios de expiação de pecados das pessoas que os compravam. Hoje, essa indústria da Graça se modernizou, além dos animais para sacrifícios, temos também os DVDs, CDs, livros, excursões para "points espirituais" e "trilhas espirituais", camisetas, shows, chaveiros, carnês, satsangs de amostra grátis e também intensivos, cursos com o abc da espiritualidade, uma infinidade de workshops zens, festivais de experiências tântricas, cursos de liberação e cura, quase sempre feitos em maravilhosos "spas espirituais", sítios, parques, hotéis e templos, além de muitos mais absurdos que a indústria dos mercadores da Graça conseguem produzir com a ajuda de "facilitadores carismáticos" em parceria com os sonâmbulos da percepção... Tudo isso sempre justificado através das palavras "contribuição sugerida"... E assim, de forma bastante sugestionável, caminha nossa adormecida humanidade!


07 novembro 2011

Um Upgrade nos 10 mandamentos


1 - Não terás outros deuses diante de mim. Isso se aplica, em especial seu amor pela sua própria imagem e pelo dinheiro.

2 - Não farás para ti imagem esculpida, nem figura alguma do que há em cima no céu, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás diante delas, nem as servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam, e uso de misericórdia com milhares dos que me amam e guardam os meus mandamentos. E, principalmente, não esculpirás imagens a respeito de teu irmão. 

3 - Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão; porque o Senhor não terá por inocente aquele que tomar o seu nome em vão, assim como daquele que tomar em vão, o nome de um de seus filhos através da fofoca.

4 - Lembra-te do dia do sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás todo o teu trabalho; mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus. Nesse dia não farás trabalho algum, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o estrangeiro que está dentro das tuas portas. Porque em seis dias fez o Senhor o céu e a terra, o mar e tudo o que neles há, e ao sétimo dia descansou; por isso o Senhor abençoou o dia do sábado, e o santificou. Entendeu? Vou ser mais claro: não serás um workaholic. 

5 - Honra a teu pai e a tua mãe, bem como todos que se apresentarem diante de ti, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá. 

6 - Não matarás, inclusive, pelas palavras.

7 - Não adulterarás, isso também diz respeito a realidade através de teus condicionamentos.

8 - Não furtarás, inclusive a oportunidade do outro viver a vida do modo que achar melhor.

9 - Não dirás falso ou verdadeiro testemunho contra o teu próximo, quando ele não estiver próximo.

10 - Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo. E, principalmente: não alimentarás intrigas.

Aviso de alerta

Não beba do veneno do outro
só porque ele pensa que é champanhe.

Nelson Jonas Ramos de Oliveira

04 novembro 2011

Uma amostra grátis de Deus

Sobre os estímulos externos

ferias76
Praia da Barra do Sahy, manhã de céu azul, com poucas nuvens somente sobre a enorme serra. O vento sobra do mar em direção a praia onde poucas são as famílias. 

A mente é profundamente influenciável a estímulos externos, através dos quais, quando não estamos atentos, desencadeiam infinitas manifestações de ansiedade, manifestações estas que são resultantes de um processo de projeções mentais ilógicas que se dão na ponte do tempo formada pelo passado e o futuro. No aqui e agora, toda tentativa de instalação de ansiedade, de conflito, se desfaz. Esse aqui e agora é o estado de presença que se faz consciente de tudo que é, do que é real. Esse estado de presença, esse aqui e agora é o que separa o trigo do joio, o verdadeiro do falso. Esse aqui e agora é o estado de presença consciente que testemunha todo movimento mental no tempo. Esse movimento mental no tempo, com sua origem nos estímulos externos é que causa toda manifestação de ansiedade, de desejo, de vir-a-ser, de insegurança, de letargia, do conflito que nos encerra em nossa ilusória consciência de nós mesmos. Esse movimento mental cria uma "cela" isolacionista que nos impede de vivenciar de forma holística, tudo que se apresenta diante de nós. Quando vitimados por essa identificação com o movimento mental, toda forma de somatização pode se fazer manifesta. Quando, por nossa desatenção, perdemos o contato consciente com esta presença que nos habita e na qual somos, toda forma de insegurança temporal se manifesta.

Nelson Jonas Ramos de Oliveira 

Como uma onda no mar

Ondas

Praia de Camburizinho, 16H40m. O morro de Cambury é coberto por uma enorme variante de tons de verde, onde entre eles, apenas dois ipês amarelos se destacam. A temperatura é agradável e o som do mar aparenta violência. Dois rapazes jogam frescobol enquanto que do outro lado, pai e filho se divertem com uma colorida raia que faz um belo contraste diante do imenso céu azul sem a presença de nuvens. A areia é bem fina, de textura macia e de um colorido brilho. Numa bela sequencia as ondas se dissolvem trazendo nessa ação, um contagiante e fecundo silêncio. 

Existe diferença entre as barulhentas, brancas e limitadas ondas e o silencioso, verde e infinito mar? Existe essa dualidade, ondas e mar?

Posso ficar aqui nesta cadeira de nylon, observando todo movimento do mar, sua cadência melódia, sua sequência de ondas, suas arrebentações e, através dessa observação, formular um conceito de como é o mar. Em geral, é bem essa a tendência humana: tecer e se conformar a viver de conceitos. No entanto, se eu quiser sair do conceito e "vivenviar", "sentir", preciso me aventurar ao mergulho que nos torne um. 

De onde surgem os pensamentos? De onde surgem nossos conflitos? Qual é a natureza exata de sua nascente? Qual é a sua fonte? De onde ocorre sua origem?

A não mais que 200 metros, há uma pequena placa amarela, com a frase "Perigo Correnteza", escrita com tinta vermelha. É interessante notar que sempre na história humana, homens e mulheres se dão ao amoroso trabalho de posicionar setas indicadoras que apontam para os perigos do fluxo da correnteza mental, fluxo esse que quando nos pega distraídos, nos arrasta para as profundezas do conflito. 

Não é nada fácil, quando assustados, por vezes em pânico, em meio as violentas ondas da espiral do conflito, conseguir "boiar observando", se manter num estado de calma, ou então, se aventurar a um mergulho profundo capaz de nos libertar da força da correnteza.

Viver de conceitos, de idéias, de imagens, é tão ilusório como a onda procurar o mar. Por décadas somos ondas em busca do mar, inconscientes de nosso real estado de ser. Se, como as ondas, deixássemos de fazer estrondoso movimento, dissolveríamos a ilusão do que pensamos ser no fecundo leito de nossa substância. 

Por mais que a onda tente se afastar do mar, este lhe atrai de forma totalmente envolvente. É na rendição da onda que pensamos ser, que se dá o envolvente encontro. Todo conflito é como uma ruidosa onda do mar: ele tem sua sequencia, tem seu tempo, mas, seu destino é o remanso, é a calmaria que não deixa rastros. 

Para quem se fez um com o mar, já não há mais mar... Só amar.

Nelson Jonas Ramos de Oliveira

Constatações a beira-mar

ferias75
São seis crianças, todas com não mais que cinco anos de idade. Há nelas uma espontaneidade contagiante. Há um estado de entrega e de comunhão livre de qualquer expectativa de retorno. Há um profundo estado de presença e alegria, ali há felicidade e liberdade. Elas não tem consciência do perigo, da morte, de Deus, de raça, de etnia, muito menos de classe social. Elas só vivem a alegria de ser junto às rasteiras ondas do mar. Para elas, tudo é uma festa, seja na água, ou no buraco raso que juntas cavam na areia para cobrir o corpo de uma delas. Elas são feliz no simples, com o natural. Enquanto nós, adultos, pensamos sobre o viver, elas, de fato, vivem. 

O triste é saber que não será sempre assim. Logo, por influência dos adultos, perderam sua inocência, perderam sua espontaneidade. Logo estarão preocupadas com suas posturas, com as posturas dos demais, com suas poses, seus comportamentos, suas roupas, suas peles, suas aparências... Logo, logo, suas coleções de complexos objetos inanimados, serão mais animados do que a simplicidade da natureza.

Nelson Jonas Ramos de Oliveira 

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Escolho meus amigos pela pupila

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU! JUNTE-SE À NÓS!